You Make Me Strong - Z.M.

Capítulo 13

- O que faz aqui? – Perguntei, sem querer olhar para ele.

- Estava passando por aqui e decidi fazer uma visita. – Ele explicou, como se ainda tivesse o direito de entrar e sair na hora que bem entender da minha sala.

- Como você consegue ser tão cara de pau? – Me virei em sua direção, sem paciência e pronta para começar outra discussão.

Meu estômago dá voltas quando um sorriso triste aparece em seu rosto.

- Não fique tão na defensiva, eu... - Suspira. - Só quero conversar. - Ele diz e ameaça se aproximar.

Levanto a mão como um sinal de que ele deve parar e ele recua.

- Você bebeu? - Digo com o coração em mãos pelo medo que começa a me consumir e ele olha para o chão.

- Isso não faz diferença. - É claro que faz. Se sem ele já faz asneira, imagine com álcool?

- Eu acho melhor você ir para casa. Não temos mais nada para falar. - Digo omitindo minha vontade de jogar ele pelas escadas e pensando em como sou uma idiota por não querer que ele se meta em encrenca depois de tudo.

- Você não está com medo, não é? - Ele diz e eu poderia jurar que está se segurando para não chorar, mas não acho que isso faça sentido.

- Eu não tenho medo de você, Josh. Mas não gostaria de saber que fez asneiras por ai, então por favor... vai embora. - Digo calmamente, porém em alerta à cada movimento dele.

- Lou... quer dizer... Louise... eu só... eu realmente só queria saber o que deu em mim naquela noite, porque n... - O interrompo.

- Quer mesmo saber o que aconteceu? O que aconteceu foi que você nunca me amou de verdade, se aproveitou da primeira oportunidade para me trair com a minha ex melhor amiga, fez do meu coração um porta-retrato inútil e o jogou no chão, sem se importar com nada... sem se importar com o quanto eu te amava... sem nem parar para pensar que poderia ter terminado comigo e feito um estrago menor com quem sempre quis a porra do seu bem! - Digo as últimas palavras como se estivesse levando facadas no coração e nem percebo quando começo a chorar.

Ele me olha com os olhos marejados e até diria que ele poderia se sentir mal com tudo isso... mas só se não me lembrasse das cenas daquela noite e não soubesse que suas lágrimas eram frutos da bebida alcoólica que circulava pelo seu corpo.

- Eu não sei como... me perdoa! Eu realmente não me lembro de como fui parar lá e nem de como fui tão idiota em ter caído no papinho da Beatriz... eu só... - Se enrola nas próprias palavras.

- Josh... por favor... vá embora! - Digo e aponto para as escadas.

Ele tenta limpar algumas lágrimas que descem pelo seu rosto e eu só consigo sentir meu coração se afundando novamente. É como se eu voltasse no tempo e não conseguisse raciocinar mais nada ao ver aquela cena horrível novamente.

-Me perdoa... - Ele sussurra mais uma vez quando começa a descer as escadas e me olha pela última vez.

Como ele consegue falar de perdão depois de tudo? Como ele consegue ser tão cruel ao ponto de me fazer sofrer tanto?

Depois de algum tempo tentando me controlar, caminho até minha mesa novamente e pego meu celular. Penso em ligar para um dos meninos e desabafar de uma vez por todas, porém me lembro automaticamente de como eu não quero que eles sintam pena de mim ou fiquem com raiva e causem problemas desnecessários com alguém que não merece atenção.

Decido então pegar minha bolsa, apagando as luzes e optando ir pelo caminho mais longo até minha casa. E durante todo o caminho, fiquei ouvindo músicas que tocavam na rádio e as vezes conseguiam me distrair.

...

Chego em meu quarto e pego um cobertor para me enrolar enquanto fico sentada na pequena sacada existente no mesmo. Coloco meus pés para fora da grade e então observo o movimento na rua de trás... costumava fazer isso quando me mudei para cá, mas desde quando comecei a trabalhar não tenho tido tanto tempo para isso. Por ironia do destino estou tendo mais tempo agora que eu gostaria de ocupar minha mente. 

Ouço vozes vindas do andar de baixo e logo as identifico como sendo Niall, Zayn e Harry que acabaram de chegar de um tal evento importante que eles haviam comentaram a alguns dias atrás.

- Eu não acredito que você não conseguiu pegar o número dela, cara! - Niall diz e começa a rir.

- E você que foi bocó o suficiente para conseguir derramar uísque no vestido daquela velhota? - Harry gargalha.

- Foi hilário ver ela te xingando de todos os nomes possíveis. - A voz de Zayn foi ouvida.

Encosto minha cabeça na grade e deixo um riso escapar ao me lembrar da vez em que Niall fez a mesma coisa com a diretora da nossa escola e eu tive que acompanhar ele na detenção por ter soltado uma gargalhada escandalosa na hora. Foi engraçado, porém nossas mães ficaram furiosas.

- Espero que esteja pensando em mim para estar sorrindo desse jeito. - Me assusto com a proximidade da voz de Zayn no meu ouvido.

- Como chegou aqui encima tão rápido? - Ele ri e se senta ao meu lado enquanto eu finalmente percebo que anoiteceu.

- Você está bem? - Me viro para encarar Zayn que já me olhava.

- Estou só com um pouco de dor de cabeça, logo passa. - Digo e retribuo seu sorriso.

- Me pergunto quando vamos parar de nos esconder de nós mesmos... - Ele sussurra.

Encosto minha cabeça no seu ombro e arrumo o cabelo que cai em meu rosto. Um vento frio faz com que eu divida meu cobertor com ele, consequentemente fazendo com que fiquemos mais próximos. Sinto sua mão encostar na minha e ele faz um carinho na mesma quando olho para o seu rosto novamente.

- Também me pergunto a mesma coisa. - Respondo depois de algum tempo.

- Sabe que pode confiar em mim, certo? - Ele pergunta e me sinto pior ainda por saber que ele pensa que não confio.

- Não pense que não confio em você. - Começo. - Porque é uma mentira absurda. - Fito seus olhos. - Apenas não posso te explicar algo que nem eu consigo entender. - Olho para sua mão.

- Entendo o que quer dizer... - Ele sussurra e pega em meio queixo, fazendo com que eu levante a cabeça e volte a admirar seus olhos que brilham pela luz de um dos postes da rua.

- Já teve a sensação de querer desaparecer para sempre? - Pergunto.

- Está brincando? Acho que é a coisa que eu já mais desejei na vida. - Ele diz e me dá um sorrisinho. - Até algumas coisas acontecerem e isso passar. - Sinto outro carinho em minha mão. - Só me pergunto se não é tarde demais...

- E o que quer dizer com isso?