— Hummm, oh céus, por que está tudo girando? — resmungo quando a claridade fere meus olhos assim que tento os abrir — alguém pode apagar essa luz?
A cama macia é um convite para voltar a dormir, realmente é bom ser rico — como Cecilia sempre diz — Ramon comprou um colchão incrível para esse quarto.
— Não estamos girando e a luz é solar por isso impossível, até o momento, de ser apagada — essa voz, meu Deus, isso só pode ser efeito da bebida ou estou sonhando — você não está sonhando Samantha, hora de acordar.
Sento-me abruptamente na cama e isso faz minha cabeça doer ainda mais, elevo as mãos e massageio minhas têmporas que estão latejando, Santiago está sentado na minha frente em uma poltrona usando uma calça de moletom e sem camisa, claro. Por que raios ele está no meu quarto e sem camisa? Arregalo os olhos com o que passa na minha mente. Ele me encara com uma expressão imparcial, mas sutilmente percebo o canto de seus lábios puxarem para um sorriso que não dura mais que alguns segundos.
— Ah meu Deus, não me diga que nós... é... você sabe — levo as mãos ao rosto para esconder minha vergonha.
Prometi que não me deixaria mais ser seduzida por ele e olha onde eu vim parar? Espera, onde estou mesmo?
Tiro as mãos do rosto e olho ao redor, esse não é o meu quarto e muito menos um dos quartos da cobertura, encaro Santiago a espera de explicações. Ele, porém, somente se levanta e caminha em minha direção como um felino que está se preparando para atacar sua presa, seu olhar é faminto e isso me aquece.
"Não queremos ser aquecida, não por ele, lembra?" a pequena Sam que vive em minha cabeça tenta me aconselhar, mas algo parece ter sido solto dentro de mim, pois meu corpo não recebe as ordens que meu cérebro envia.
Santiago se senta ao meu lado na cama, sua mão direita vai em direção ao meu rosto, me afasto por reflexo e ele somente sorri, aquele sorriso que aparece a covinha, não resisto e um suspiro escapa pelos meus lábios, seus olhos brilham e percebo o que aconteceu, me amaldiçoou por isso. Por ter deixado ele ver o quanto mexe comigo ainda. Depois de pôr uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, sua mão desliza suavemente pelo meu maxilar, fecho os olhos absorvendo todas as sensações que esse simples toque produz em cada parte do meu corpo.
— Não transamos — ele sussurra próximo ao meu ouvido, seus lábios depositam beijos longos e molhados em meu pescoço — ainda — ele continua, minha cabeça levemente inclinada ansiando por mais dele — mas podemos resolver isso agora.
Sim, sim e sim, meu corpo pede.
Não, não e não, minha mente sentencia. Pequena Sam está tocando bateria — muito mal por sinal — para me fazer despertar do efeito Santiago.
— Você quer Samantha? — seu nariz toca no meu, sinto o cheiro de menta que sai de sua boca, a voz rouca e sexy me deixa tonta — quer ser minha mais uma vez?
Quando sinto seus lábios encostarem no meu, desperto e o empurro, salto da cama e só então percebo que estou usando somente calcinha e soutien. Puxo o lençol sem me aproximar muito, manter a distância é o mais seguro agora. Pequena Sam está cansada pelo esforço em me tirar do transe que esse homem consegue me deixar e sorri vitoriosa.
"Obrigada querida".
— Onde eu estou Santiago — pergunto com o queixo erguido, não vou me render tão fácil.
— Ok — ele diz frustrado — você adormeceu e não achei a chave da sua casa na bolsa, não podia ficar com você dentro do carro, então te trouxe para a minha casa.
Ele explica como se aquilo fizesse todo sentido do mundo.
— Não podia ter me acordado?
— Eu tentei — ele parece sincero — de qualquer forma nós precisamos conversar e eu sabia que você iria se fazer de difícil e...
Nem o deixo terminar, jogo o lençol na cara dele e vou até uma cadeira que está em frente a uma escrivaninha onde minhas roupas estão dobradas, me visto o mais rápido que posso.
Como ele se atreve a dizer que eu iria "me fazer de difícil"? Como, depois de seis meses sem notícia sua, eu estaria dificultando em ouvi-lo?
Peço um taxi pelo aplicativo do celular enquanto caminho em direção a sala, ainda bem que é um apartamento pequeno, ele somente me segue calado, mesmo não olhando em sua direção sei que ele me observa.
— Sam, por favor — seu pedido saiu com um tom sôfrego e por um momento quis ouvir o que ele tinha a falar, mas suas palavras na noite anterior me invadem e entendo o motivo delas.
— Agora não Santiago — minha voz sai baixa, mesmo assim sei que me ouviu, vejo a tristeza em seu olhar — agora não.
E saio de sua casa, porém nesse momento percebo que Santiago nunca saiu do meu coração.
***
Ele não veio atrás de mim.
Tudo bem que tecnicamente foi eu que o deixei, ele queria falar algo e eu não quis ouvir, mas poxa, o que custava dizer que não me deixaria ir sem antes falar comigo, sem antes explicar o seu sumiço?
Santiago sabe quem sou, ele deixou isso bem claro naquela noite. Confesso que cheguei a achar que ele me denunciaria, afinal sua fama é de ser um agente integro e extremamente profissional, mas o que ele fez me surpreendeu. Santiago perguntou se eu gostaria de prestar assessoria para a Interpol, na área de crimes cibernéticos. Eu continuaria a frente do TI da Riviera Tecnology, afinal não seria um trabalho fixo.
Mas quando amanheceu que não o vi fiquei sem entender, porém bastou encontrar com Alex no café da manhã que eu soube que tudo não passou de um jogo.
"— Bom dia Sam — Alex me diz com um falso humor, questiono sua postura — não se preocupe, Santiago fez questão de me jogar na cara que estava com você."
Aquilo me feriu, primeiro por ter machucado um cara tão incrível como Alex, até então eu estava com ele. Ainda que não tenha mentido sobre como eu me sentia em relação aos meus sentimentos, mesmo assim foi errado.
Mas a dor que senti por ele ter partido sem nenhuma explicação e ainda tripudiando sobre o que aconteceu conosco para Alex, tive a certeza de que Santiago conseguiu o queria, tive a certeza de que eu não passei de uma conquista.
Antes mesmo de entrar em casa ouço a música alta, por sorte não temos vizinhos de parede ou o síndico já teria recebido várias reclamações.
Cecilia está sentada no chão com um pote de sorvete na mão, na Tv um filme com zumbis ou vampiros — ainda não entendi direito — está passando.
Desligo o som e ela me olha assustada. Seus olhos marejam e sei que ela não está bem. Sorvete, música alta e filme de mostro é o jeito da minha amiga curtir a foça. Sento-me ao seu lado e ela apoia a cabeça no meu ombro, depois de um suspiro ela se abre.
— Pablo Casttelano é um idiota e eu o quero comendo na minha mão — ela dispara e depois começa a chorar.
Não me importa se o Pablo é primo do Ramon, quase um irmão, se ele machucou minha amiga, ele vai ser machucado onde vai ser mais doloroso, no ego.
Meu povo, vcs tão bem? Recadinho de desculpa por não ter postado ontem, não deu mesmo, mas vou tentar postar no máximo no dia seguinte e como o Wattpad as vezes não notifica, vem dar uma olhadinha, beijos e até quarta...
Só aquela lembradinha básica: VOTEM E COMENTEM! rsrs
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Samantha - Livro 2 (DEGUSTAÇÃO)
RomanceLivro 2 (Duologia Segunda Chance) O LIVRO FOI POSTADO COMPLETO E AGORA ESTÁ DISPONÍVEL SOMENTE NA PLATAFORMA AMAZON (KINDLE) COM BÔNUS. Sinopse: Samantha foi recrutada por Alberto Riviera, líder do grupo conhecido como A Casa para ser o apoio de su...