Seis meses antes...
— Como você está? — ele pergunta baixo enquanto dançamos próximo a fogueira.
— Muito bem — não consigo encará-lo.
Alex olha de longe a situação que é tão constrangedora para mim quanto para ele. Estamos saindo, três jantares e um beijo, mesmo assim ele garante que vou me apaixonar por ele.
Não sei até onde sua autoconfiança vai, mas estar nesse momento nos braços do Santiago põe em dúvidas qualquer sentimento que poderia surgir entre nós.
No último ano muita coisa aconteceu. Encaro minha irmã sorrindo para o homem que a tirou da escuridão, Valentina é a mulher mais linda que conheço e não me refiro somente a sua aparência. Ela encarou muitos desafios, alguns impostos por si mesma, e venceu.
Durante a nossa jornada conheci Santiago, ele me pegou para ele, sim, esse é o termo correto, pegou. Ele não pediu licença, não perguntou se eu queria, somente invadiu minha vida e quando percebi já estava apaixonada.
Depois de voltar do hospital — Valentina passou mal e saímos em comboio para saber o que ela tinha — onde tivemos uma das melhores notícias da nossa vida, Santiago me chama para conversar, penso em negar, mas é obvio que não faço isso porque sou boba o suficiente para achar que poderia resistir a ele.
Vinho, duas taças, a luz do luar, o barulho do mar...
Sentamo-nos em frente à casa de Valentina, onde estou hospedada, na verdade ela deixou um quarto separado para mim, me emociono ao lembrar de suas palavras:
"— Essa casa também é sua irmã, sinta-se sempre bem-vinda."
Os demais dos convidados ficaram na casa de Carmen, lá tem mais espaço. Depois de nos servir ele começa a falar.
— Sam — olho para ele e suspiro, tinha que ser tão bonito? — sei que não tenho nenhum direito de te exigir nada...
— Não tem mesmo — o interrompo e ele sorri concordando com a cabeça — pensa que eu esqueci aquela ruiva?
Tenho vontade de matá-lo sempre que lembro da pisada de bola dele, tinha rolado algo legal entre a gente, gostávamos de estar juntos e mesmo que não fosse nada oficial, chegar naquela boate e dar de cara com ele agarrando uma ruiva e quase chegando as vias de fato na pista de dança não foi algo bonito de se ver.
— Foi um erro... — ele segura minha mão, seus olhos estão vidrados nos meus — nenhum pedido de desculpas será o suficiente, mas quero tentar, como a muito tempo não desejo.
Santiago leva uma mão ao meu rosto e enxuga a lágrima que escapou da máscara de imparcialidade que tentava manter.
— Não quero sofrer — digo a ele com sinceridade.
— Não vai — suas palavras são tão firmes que não deixam brechas para dúvidas — então?
E foi assim que a noite mais bonita da minha vida, amanheceu como o dia mais feio. Se eu soubesse jamais teria me deixado levar por suas palavras suaves, seu toque carinhoso e firme. Eu teria sido forte e ainda teria meu coração inteiro.
Dias atuais...
— Eu não acredito que ele fez isso — Cecilia me encara de boca aberta depois que lhe contei o motivo de tanta raiva direcionada a Santiago — mas ele não te deu nenhuma explicação? Sam, ele é da Interpol, tenho certeza de que se ele estivesse no Alasca, dentro de um submarino, há sei lá quantos mil pés de profundidade, ainda sim conseguiria mandar pelo menos um oi.
Respiro profundamente enquanto encaro a frigideira com os ovos que preparo para o nosso jantar. Casa de rico, comida de pobre — porém deliciosa —, vamos comer minha especialidade, pão com ovo. Não sei como ele conseguiu me desestabilizar tanto.
— Sim, acho que ele somente não achou que eu valia o sacrifício — meu tom depreciativo não passa despercebido por Ceci que vem me envolver com seus braços.
— Ele é um idiota, você é a pessoa mais incrível que eu conheço.
Sorrio com sinceridade para ela, Cecilia tem se tornado cada dia mais importante para mim. Não vou perturbar Valentina com esse assunto, ela está feliz aproveitando o marido e a gravidez. Não quero que se preocupe comigo.
Depois de falarmos mal dos homens — eu de Santiago e ela de Pablo respectivamente — insisti que Cecilia me contasse o que tinha acontecido entre os dois para que ficasse tão furiosa com ele.
— Eu acho que bebi demais ontem — levanto a sobrancelha e lanço meu olhar de "acha mesmo" e ela se corrige — ok, eu bebi demais ontem, enfim, depois que você foi arrastada bar afora, Pablo me ofereceu carona.
Com um suspiro ela continua a contar que o rapaz que ela estava disse que a levaria para casa, mas Pablo não permitiu e a pegando pelo braço, a levou até o carro dele. Com o rosto vermelho de vergonha ela conta que tentou agarrá-lo, ele pediu que ela ficasse quieta no banco ou eles sofreriam um acidente.
— Samantha eu estava com a mão nas coxas dele e fui subindo até apertar aquele grande e poderoso...
— Não — digo fechando os olhos e tampando o ouvido — não quero saber dos detalhes, por favor.
Ela ri e continua. Depois que ele parou na garagem do prédio — afinal quando Ramon vivia aqui, Pablo era figura constante — Cecilia montou em seu colo e tentou beijá-lo, mas ele recuou. Acho estranho, mesmo ela sendo diferente das modelos que sempre vejo ao redor dele, ela é uma bela mulher e pelo que sei o primo do meu cunhado não é do tipo que tem um "tipo".
— Ele olhou nos meus olhos e disse que eu era "até bonita", mas que não iria rolar nada entre a gente — seu tom é triste e é refletido em seu olhar — me senti tão humilhada Sam, queria um buraco para me esconder.
A abraço, mas somos interrompidas pelo som da campainha, acho estranho que o porteiro não tenha avisado. Caminho até a porta e quando a abro, não acredito no que vejo.
Me segue no Instagram, preciso tirar a vergonha de usar, então preciso de vocês lá para não me deixar no vácuo.
Estive doente a semana toda e por isso não deu para postar, então hoje tem dois capítulos!
haha
VOCÊ ESTÁ LENDO
Samantha - Livro 2 (DEGUSTAÇÃO)
RomanceLivro 2 (Duologia Segunda Chance) O LIVRO FOI POSTADO COMPLETO E AGORA ESTÁ DISPONÍVEL SOMENTE NA PLATAFORMA AMAZON (KINDLE) COM BÔNUS. Sinopse: Samantha foi recrutada por Alberto Riviera, líder do grupo conhecido como A Casa para ser o apoio de su...