Dúvidas e Certezas

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      Não acredito que fui capaz de transar igual uma adolescente num beco escuro! Meu Deus... Alguém poderia ter visto... Esse homem me enlouquece de um jeito que não sei explicar. Quando estava no táxi a caminho de casa, comecei a pensar em tudo e decidi parar de chorar pelo leite derramado! Tenho uma filha pra criar e um negócio para administrar... Superei uma vez e sei que posso de novo. Segue o baile!

     Assim que chego em casa, no caso na casa dele, vou direto pro "meu quarto". Preciso falar com alguém se não irei explodir. Depois de três tentativas falhas de falar com a Daia, decido ligar pra doida da Thais, apesar de maluca é uma das minhas melhores amigas.

- Alô! - Ela me atende com uma voz de sono.

- Oi Thatá sou eu! Não acredito que já esta dormindo essa hora? Não são nem 11h. - Digo admirada com essa hipotese, já que essa louca nunca dorme antes das 2h da manhã.

- Longa história! Resumindo levei um chá de piroca de um negão que meu Deus... Amiga nunca vi pau tão grande e...

- Thais! - Repreendo-a rindo de seu depoimento. -  Me poupe dos detalhes sórdidos e deixe-me falar, preciso falar isso pra alguém...

- Já até sei! - Solta um suspiro sarcástico. - Vai me conta como foi o jantar com o gostosão? Eai deu? - Pergunta e eu por um momento fico constrangida de confirmar. - Deu ou não deu mulher?

- Dei! Dei igual a uma vagabunda amiga! - Ela explode numa gargalhada que quase me deixou surda e eu acabei rindo junto em descrença dos meus últimos atos. - Tu acredita que eu fiz com ele em um local público? - Sinto meu rosto esquentar  de vergonha só de lembrar.

- Mas você hein! Safadinha! E eu jurando que você fazia o tipo papai mamãe. - Debocha.

- Eu também... - Sou interrompida pelo barulho da porta ao ser aberta em um rompante... mas minha surpresa maior foi ver a pessoa que ali estava. - Thatá, vou ter que desligar agora... - Desligo sem esperar resposta e meu coração parece bateria de escola de samba nesse momento. - O que você quer aqui? - Engulo em seco ainda mexida com nosso último encontro.

- Você falou tudo que queria e agora é a minha vez! - Robert esta com o semblante sério, nem parece o homem descontraído de horas atrás.

- Eu não quero ouvi...

- Não perguntei! - Me interrompe trancando a porta atrás de si. Minhas mãos começam a dar indícios de suor e minha garganta secou de um jeito, que mal consigo engolir minha própria saliva.- Você fez todo aquele showzinho depois de se entregar pra mim e achou que eu fosse acatar de boa? Logo após ter te sentido novamente?

- Eu...

- Vejo que continua lerdinha! Foi uma pergunta retórica! - Olho paralisada e sem acreditar, me senti a sete anos atrás novamente. - E não adianta me olhar assim! Se fosse esperta já teria visto e aceitado que não tem como fugir de mim! Eu sei que o que fiz no passado não a deixa confiar facilmente de novo em mim, por mais que tenha me perdoado... Mas Não me impeça de lutar por você... pois eu não vou desistir! Nunca mais agirei pelo o que os outros me dizem ou como querem que eu aja! E isso inclui você. Vim aqui pra te dizer isso! Aceita que dói menos!

   Fico sem palavras pela primeira vez, só esse homem consegui ter esse poder sob mim... Chega a ser assustador! Me vejo abrindo e fechando a boca várias vezes, as palavras simplesmente sumiram da minha cabeça.

- Agora tira esse vestido! Que naquele beco escuro não consegui ver você como queria. - O sangue foge do meu rosto, me vejo pasma, sem acreditar no que ouvi.

Armadilhas do amor Onde histórias criam vida. Descubra agora