Condenados

Capítulo 13

 Eu podia entrar ali sem nem ninguém me ver, mas o cansaço que eu tive, eu sentia que queria ajuda, e eu sabia que Luke se sentiu péssimo com o que eu disse, um anjo prefere a morte do que a morte dos humanos.

- Tudo bem, vou precisar de um minuto.

  Ele nem se mexeu muito, quando chegou Endy, ela o abraçou por trás:

- O que faz aqui anjinho?- ela olhou para mim, com olhos tristes, lamentando a morte de Mary:

  Ela usava um vestido curto cinza, e os cabelos enrolados presos em um coque, olhei pra Luke, e vi o quanto ele queria lhe dizer a verdade, mas ele apenas se calou:

- Não vai me responder?- ela o solta e se afasta um pouco, em sentido de repreensão para ele saber que ela estava desapontada.

- Não sei se é a hora- Luke dizia mais para si do que para nós- Mas você precisa saber, estamos atrás de Mary.

  Endy apertou os lábios, e em seguida sua cara fechou, dava para ver que ela estava furiosa:

- Do que está falando Luke? Mary morreu, todos nós vimos, onde quer chegar com isso?- ela olha para mim, porém não respondi nada.

- Eu sabia que não ia entender. Sabe, não estamos sozinhos nesse universo, quero dizer vocês humanos não estão- ele fez uma pausa, coçando a parte inferior dos cabelos, estava tão tenso, tão nervoso, senti como se ele fosse abandonar nós dois aqui, só para não dar uma explicação- Eu sou um anjo.

  Ela em seguida ri, para a decepção dele, eu sabia o que ele sentia, de como deve doer, a quem você ama, ri do que você, e ainda não acreditar. Humanos acham que são os melhores, isso me fez lembrar de Mary, do como ela acreditou em mim, e como foi esperta em desconfiar antes de eu dar qualquer direta.

- O que está fazendo Luke? Eu só perguntei o que fazia aqui, e você começa a misturar as coisas, e pensou que o melhor momento para me dizer isso fosse agora? Pensa que eu sou tola? Que nunca reparei em nada? Do quanto tentou esconder o que todos vocês são? A real é que ninguém aqui confia em mim- ela não parava de falar, e estava muito nervosa.

  E nenhum de nós entendemos, ela sabia, sabia de tudo, desde  começo, parei para pensar, Mary não a falaria algo tão sério, como ela sabe, é um mistério.

- O que?- diz Luke entre os pensamentos e a boca, quase que não deu para ouvir.

- É, foda não? Eu sei de tudo, e quando falo tudo, é de tudo mesmo.

 Um morador da casa sai, é um homem, que nos olha:

- O que fazem aqui?

  Os olhos de Luke clarearam, como se tivesse uma lanterna dentro deles, e o homem caiu logo em seguida:

- Temos que ir- diz Luke.

   A raiva de Endy só aumentava, porque ele não lhe deu explicação, apenas ignorou, como se ela nem tivesse ali, ou não tivesse dito nada.

  Peguei o homem no colo, para leva-lo para dentro:

- Cuidado com o cachorro- fala Endy para mim.

   Olhei ao redor, e não tinha nada. Eu ri no sarcasmo, e fomos entrando. Quando abri a porta, um pit bull preto rosnava pra nós:

- Bom, eu avisei- ela falou, Luke passou as mãos na cabeça do animal:

- Como fez isso?- perguntou.

    Ela ergueu uma sobrancelha, e ficou em silencio, da mesma forma que ele fez com ela.