Paramos perto das árvores para Endy comer:
- Você quer Mary? - ela ofereceu.
- Não moça, obrigada - Mary disse enojada, era tão evidente o quanto queria mostrar que não gostaria de estar aqui, que chegava a parecer filme, ninguém a chamou.
Luke ficou sentado em baixo da arvore, a noite se aproximava, junto com ela o frio, para nossa sorte Endy trouxe até mesmo moletom.
- Vamos continuar pela manhã? - Endy perguntou terminando seu lanche.
- Não é seguro ficar aqui a noite - Mary disse olhando para os lados, como se realmente tivesse alguma ameaça por aqui.
- Por que não? - perguntei me aproximando dela - Você pode nos enfeitiçar maga?
Seus olhos demonstravam a raiva que sentia, era péssimo sentir que não confiam em você nem mesmo por um segundo, queria que ela sentisse dessa forma, que percebesse o que ela fez comigo foi errado, sabia que poderia não dar certo, mas não me permitiria cair no canto dela dessa forma.
- Vou buscar mais água para Endy, tem um rio aqui perto, fiquem de olho - falei enquanto saía com a garrafa.
A tonalidade do céu fazia com que tudo parecesse mais claro, de modo que só o contraste tivesse mudado, havia quatro luas brilhantes a cima, uma das noites mais bonitas por aqui, cheguei no rio, atravessando pelas arvores, parecido muito com o rio sweet water, senti a garrafinha pesar na minha mão, estava cheia de água, não acredito que vim até aqui para ter se enchido sozinha...ou...
- Você é bem cavalheiro - Mary dizia encostada na pedra.
- O que você quer? - perguntei.
- Sei que está irritado comigo - ela diz -, não quero forçar nada, mas sinto muito pelo o que eu fiz.
- Sente mesmo? - perguntei bravo lhe encarando.
- Talvez teria sido pior...
- É quem sabe.
Antes mesmo de sair dali, ela segurou meu braço:
- Tem um farol aqui perto, podemos dormir lá, só pra não ter que ficar a deriva sabe - ela falou tirando as mãos de mim.
- É seguro?
- Está com medo?
- Não é por mim - respondi seco.
- Duvido que alguém vá aparecer, se aparecer, eu faço ser seguro, não se preocupe.
Não respondi, concordei com a cabeça, voltamos para onde eles estavam para avisar, pegaram as coisas dela e fomos seguindo Mary entre tantas arvores, a terra estava úmida, dava para sentir o cheiro de terra mesmo sem tocar, parecíamos formigas perto delas de tão grande que eram, deviam ter uns 10 mil anos para mais até, o farol dava para ver de longe pela direção em que íamos, porém minha preocupação não era bem onde dormiríamos e sim como iriamos embora daqui, talvez pelo rei daqui , mas tenho medo de machucarem a Endy, Luke pode até oferecer um acordo e tudo ficar bem, mas humanos no reino dos mortos, não sei se é bom.
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Condenados
FantasíaEm uma habituação além do inalcançado, Cameron continua com a esperança de encontrar Mary, quando descobre que ela está no Vale dos Condenados, uma pequena prisão pessoal que vai além das forças do Céu e Inferno! Essa é uma obra de ficção científica...