Capítulo 40 - Último Capítulo

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- O que está fazendo? - ela perguntou.

- Relaxa - falei enquanto pegava o outro e  prendia os dois juntos.

  Sai de cima dela no mesmo momento, ela continuou me olhando, mas logo vi que estava com raiva.

- Me solta - ela disse.

  Fui até a beira da cama, arrumando o seu vestido, ela forçou pra soltar as algemas, por um segundo achei que conseguiria, ainda mais quando vi elas brilhando como se estivessem pegando fogo.

- Cameron me solta! - ela gritou forçando mais.

- Me desculpa - falei.

  Abri a porta para Luke e os outros entrarem, na hora ele olhou pra mim, sabia que julgava a forma que estava fazendo, talvez até o que fiz antes de abrir a porta pra eles, mas sabia que era necessário, não podia ficar ali, tive que sair, então fui pra casa, deixei o resto com os anjos.

(...)

  Pov Mary,

  Três caras entraram, um deles é o Luke, dois usam ternos branco, todos com uma aparência angelical, sabia que eram anjos, são reconhecíveis de longe, eles ficaram de joelhos, cada um em um lado da cama, começaram a rezar em latim, mas que porra é essa? Um exorcismo? Quase caí no riso, pouco antes de ver uma luz enorme sobre mim.

  Acordei sem entender o que estava acontecendo, estou na praia, na mesma que Logan morreu, de longe vi ele jogando vôlei, junto com outras pessoas na areia, uso a mesma roupa da festa, então não estou sonhando ou estou?

- Mary - ouvi a voz da minha mãe.

  Olhei rápido para trás, ela vinha caminhando junto com o meu pai, meu coração disparou, estava muito acelerado, mas me recuso a acreditar, continuei sentada, vendo os dois vindo na minha direção, estavam de braços entrelaçados, como se fossem dois namorados, estavam sorrindo e brincando entre si, também traziam um pote cheio de amoras, eles sentaram ao meu lado, meu pai passou o pote pra mim.

- O que é isso? - perguntei sem entender.

- São amoras querida - meu pai falou -, suas preferidas.

- Estou morta? - perguntei.

- Não meu amor - minha mãe respondeu -, estou te dando uma segunda chance, meus filhos me chamaram, disseram que precisava de ajuda.

Senti meu coração gelar no mesmo segundo, estou conversando com minha mãe ou com Deus?

- Quem é você? - perguntei.

- Você sabe quem sou - minha mãe respondeu.

  Meu pai continuava intacto, comendo algumas amoras e observando o mar.

- O que quer de mim? - perguntei.

- Você só conheceu a maldade, o pecado, mas preciso te mostrar que ainda existe amor - ela falou me oferecendo um abraço.

  Não pensei duas vezes antes de retribuir, poucos segundos depois sentia toda raiva indo embora, algumas lágrimas rolavam pelo meu rosto, minha mãe passou as mãos limpando todas.

- Está tudo bem, está tudo bem - ela disse -, eu te perdôo, você é minha filha, sempre vai ser.

  Ainda havia um nó na minha garganta.

- Não posso voltar pra lá, fiz coisas horríveis, não tenho família, não tenho ninguém - falei.

- Você tem muita gente que te ama, aceita esse amor - ela disse tocando no meu peito, conseguia ouvir meus batimentos cardíacos -, seu coração ainda bate, então ainda há amor.

  {...}

  Houve um clarão, estou sentada no chão do quarto da Asheley, ela está pegando o giz pra fazer um pentagrama, no mesmo instante soube do que minha "mãe" falava, sobre o perdão, pude ter uma nova chance, me levantei, indo até ela, são onze hora da noite.

- Asheley - falei tirando o giz da sua mão, ela me olhou assustada, como se sentisse o mal também -, não vamos fazer isso, nem eu, nem você.

- Precisamos disso - ela respondeu.

- Mesmo que custe nossas vidas?

  Ela parou pra pensar, e logo amassou o papel que ensinava o ritual, jogou ele no lixo.

- Vamos fazer pipoca e tomar sorvete que é melhor - ela disse saindo do quarto.

  Peguei o papel do lixo, e o incendiei, fazendo virar pó. Quando fui sair pela porta, meus pelos se arrepiaram, desde a nuca, até os braços. Me virei rapidamente para trás, Cam estava encostado na parede, com os cabelos jogados para trás.

- Oi? - perguntei esperando ele dizer algo, minha mãe me disse que poucos se lembrariam do que aconteceu, como se tivesse feito um "reset", mas não sei quem seriam esses poucos.

- Desculpa, eu só queria falar com você - ele disse.

Pelo tom de voz, soube que é o Cam, o Cam que conheço, não o que conheci há anos atrás, senti meu coração bater forte, fui correndo até ele que abriu os braços pra me abraçar, mas a primeira coisa que fiz foi te beijar, agradecer por ter me devolvido a vida.

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