All these years

Lost Control!

O clima na cozinha estava horrível. Dinah estava tendo uma dr com Normani.

- Você não poderia pelo menos fingir que está feliz por mim?- Dinah falava com Normani tentando segurar o choro.

Camila estava encostada na mesa olhando para as duas sem saber o que fazer. Lauren entrou na cozinha e segurou na mão de Camila e a tirou de lá tentando parecer o mais normal possível.

- O que tá acontecendo?- Lauren pergunta a Camila depois de as duas terem chegado no sofá.

- Normani não gosta do Chris, ela tem os motivos dela.

- Mas o Chris é legal, e eles provavelmente se conheceram pessoalmente.

- Não é nada com ele.

- E o que.... Aaah, entendi. Nossa, que horror, a Dinah nem desconfia?

- Não sei, ela me pediu segredo.

- E você me contou, que péssima amiga você é.

- Então agora está na hora de testar sua fidelidade, não diga nada a ela.

- Ok.- As meninas continuaram brigando. Lauren e Camila tinha que fingir que não estava acontecendo nada.- Então, como conhece o Chris?

- Ele é o delegado da Califórnia, tive alguns minutos de conversa antes de deixar ele tomando conta.- Camila parou por um momento.- Então... Ele mentiu.

- Mentiu? Sobre?

- Ter me achando parecida com alguém, ele me encarou a todo momento e perguntou meu nome e depois disse que se enganou.

- Ah.- Lauren sabia o caminho que essa conversa ia tomar e se sentiu incomodada, Camila também sentiu e resolveu continuar.

- Então você estava no Texas.

- Era.

- Lá é legal?

- É, dá pra sobreviver. As meninas se calaram, acho melhor irmos lá.- Lauren levanta mas Camila segura o braço dela.

- Até quando isso?

- Isso o quê?

- De ficar fugindo como se tivéssemos 17 anos de novo.

- Eu não estou fugindo de nada.

- A não? Então por que continua se esquivando das minhas perguntas sobre o passado?

- Eu não tenho o que falar.

- Mas eu tenho o que perguntar.

- Camila, eu... Eu acho que já está na hora de ir embora, até outro dia.- Mais uma vez Camila segura o braço de Lauren.

- Do que você tem medo? Eu não vou te atacar ou te bater, nem mesmo jogar na sua cara o quanto eu sofri quando você se foi, eu só quero resposta que só você pode me dar.

- Eu... Estamos tão bem aqui, agora, vamos deixar isso pra lá e continuar do jeito que tá?

- Pra quê? Pra toda vez que tocarmos em algo relacionado você fugir como agora?

- Eu não estou fugindo.

Camila estava pronta para falar alguma coisa quando Normani aparece na sala, pega a sua bolsa e abri a porta sem dizer nada.

- Mani, por favor.- Dinah corre atrás dela.- Meninas, não saiam daí, por favor.

Lauren olha pra Camila que dá um meio sorriso. Já se passavam das 22:00, Lauren estava cansada da viagem e Camila precisava trabalhar mas ninguém tinha coragem de deixar Dinah sozinha depois do que aconteceu.

- Você acha que elas vão ficar bem?- Camila tentar quebrar o silêncio.

- Acho que sim, elas são muito amigas.

- Mas dessa vez envolve um sentimento mais forte, e a Mani vai sair machucada.

- As vezes é preciso se machucar pra poder cair na real, pelo menos ela vai ter mais cautela na próxima vez que resolver amar alguém.

- Ou talvez elas devessem sentar e conversar calmamente, dizendo tudo que uma sente pela outra e esclarecer para que não haja mágoa de ambos os lados.

- Mas acho que a Mani não tem muito o que falar, ela gosta da Dinah e a Dinah tá namorando.

- Talvez...

- Não tem talvez, a Dinah é amiga dela, podia ter percebido mas não. Agora a Normani está machucada e não quer falar com ela.

- Tem talvez sim, será que a Normani já falou algo para a Dinah, não teria como a Dinah simplesmente adivinhar.

- Sentimento, quando ele está guiando alguém o outro sente. Por exemplo, se alguém quiser ficar com você, você percebe, a pessoa agi diferente, as coisas que fala são diferentes.

- E se ela tiver com ódio vai estranhamente se afastar.

- Exatamente, a gente sente.

- Voce tem ódio de mim?- Aquilo foi como um tapa na cara de Lauren.
Ela não tinha ódio de Camila, tinha rancor, não sabia se eram coisas relativas mas o que sentia não impedia de ficar perto de Camila, as vezes até esquecia de tudo mas quando elas falavam sobre algo do passado era como se tudo voltasse a fazendo sentir tudo de novo.

- Não.

- Então por que fugir de mim?

- Eu não estou fugindo de você, porra Camila, para com isso.

- Não sei se você se lembra mas eu sou delegada e antes era advogada, eu sei quando as pessoas estão se esquivando das minhas perguntas.

- Foda se Camila, o mundo não gira ao seu redor.

Dinah entra na sala enxugando o rosto e se joga no sofá.

- Por favor gente, mais briga não.

- Não tem ninguém brigando, desculpa Dj mas eu já vou, se cuida.- Lauren se despede de Dinah e vai embora.

Miami estava ficando pequena para Lauren e Camila. Quanto mais elas tentavam se evitar era que elas se encontravam no sinal, no restaurante, na fila do pão.

1 mês se passou. Normani não tinha voltado a falar com Dinah direito. Lauren evitava a todo custo se encontrar com Camila. Mas as coisas fizeram Lauren recuar seus passos e pensar.

Numa manhã ensolarada de uma sexta feira, Lauren foi ao galpão ver como andava as coisas. Não era de costume ela andar lá para não correr o risco de ser descoberta. Naquela manhã Marcus estava a esperando com uma cara não muito boa.

- Bom dia Marcus.

- Seria um bom dia se eu não tivesse acordado com a polícia batendo na minha porta.

Lauren congelou.

- Como assim?

- A delegada achou meu nome na papelada da delegacia. Por que porra aquele delegado idiota não queimou aquilo tudo?

- Porque ficaria suspeito, né. O que você disse?

- Falei que conhecia o seu pai mas fazia entrega apenas de jóia. Com certeza eu vou ser pego.

- Calma cara, eu vou tentar dá uma jeito.

- Théo me disse que você aceitou o plano dele, eu já disse que isso não vai dá certo mas já que você quer. Já tem muito tempo que você fala com ela mas até agora não adiantou nada.

- Calma, você acha que é fácil olhar pra cara da mulher que lhe machucou. Ela ainda fica me perguntando sobre o passado me fazendo lembrar da dor que eu senti, isso me faz sentir raiva dela de novo.

- Então se controle e seja profissional. Você entrou nessa porque quis.

- Eu já disse que vou dá um jeito.