Capítulo 79

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Fernanda

Os policiais entraram armados no enorme deposito, Daniel veio até mim e olhou Lucas morto em meus braços, minhas mãos estavam completamente banhadas de sangue assim como minha calça, eu nem havia percebido que estava apenas de sutiã, eu havia colocado minha blusa para tentar estancar o sangramento do Bruno. Daniel veio até mim e me cobriu com um cobertor, dois policiais tiraram Lucas dos meus braços. Depois de tudo eu me sentia destroçada, minhas lágrimas não paravam de rolar, e eu não tinha forças para levantar, eu não conseguia mais, não agora, não sem o Bruno. Dois policiais passaram por nós com o corpo sem vida da Marina. Daniel me ajudou a levantar do chão e me conduziu até fora do galpão, um vento frio soprava e havia muitos homens presos e alguns feridos, entre eles policiais. A ambulância que havia vindo pegar o Bruno já havia ido embora levando com ela o homem que eu amava, levando com ela o meu coração, eu não tinha forças para perguntar para onde o haviam levado, Bruno saíra dos meus braços sem vida. Daniel me levou até um dos muitos carros de policia parado ali e me colocou em um dos carros, me encolhi no banco e encostei meu rosto no vidro da janela, o carro havia ganhado movimento e eu via a paisagem passando através da janela, fechei os olhos por algum tempo e senti quando o carro parou, abri meus olhos e me deparei com o hospital que eu trabalhava.

_Por que me trouxe pra cá? eu não estou machucada, foram só alguns arranhãos eu estou bem. _Falei pro policial que estava no volante.

_Daniel me pediu que a trouxesse pra cá, aquele seu amigo Heitor né? ele está aqui.

_Obrigado. _Falei saindo do carro e entrando no hospital, Heitor estava parado em um dos corredores e correu ao meu encontro quando me viu entrar ainda enrolada no lençol.

_Fernanda, olha seu estado você está bem? _Ele falou me abraçando.

_Por que você está aqui? Sim eu estou bem.

_Não imagina por que estou aqui? _Ele falou dando um pequeno sorriso.

_Não, minha cabeça não está muito boa para adivinhações.

_O Bruno Fernanda, ele está vivo. _Ele falou abrindo mais o sorriso e comecei a chorar novamente.

_Heitor, ele, ele ta vivo?

_Sim, não vou engana-la dizendo que ele está bem por que ele não está, o estado dele é grave mais ele está vivo, conseguiram o trazer de volta na ambulância e estancar o sangramento, ele está passando por uma cirurgia para tirar a bala.

_Eu não acredito Heitor que ele resistiu. _Falei lhe abraçando.

_Enquanto há vida há esperança Fernanda. _Gabi chegou logo em seguida com os nervos a flor da pele, depois de um calmante ela se acalmou e me entregou uma roupa que havia trazido para que eu pudesse me trocar.

_Vá tomar um banho Fernanda, qualquer coisa eu aviso a você, daqui a pouco seus pais e a mãe do Bruno estão chegando.

_E a minha filha?

_Maria vai ficar com ela, não se preocupe. _Entrei no banheiro do hospital e tirei as roupas que eu usava suja de sangue, abri o chuveiro entrando embaixo deixando que a água caísse sobre mim, as lágrimas desciam e eu sentia meu coração despedaçado, eu havia matado a Marina, eu sabia que ela era um mostro uma mulher desprezível e que naquele momento era eu ou ela, ela havia errado o primeiro tiro mas se eu não a tivesse acertado ela atiraria mas uma vez e eu estaria morta, mas eu não conseguia não me sentir mau, eu era uma médica eu ajudava a preservar a vida das pessoas mas havia tirado uma.

_Me perdoa Deus me perdoa. _Eu estava sentindo tantas emoções, o Bruno estava sendo operado e eu não sabia se ele resistiria, eu não havia conseguido cumprir a promessa que eu havia feito ao Lucas querendo ou não eu também era culpada da sua morte, eu estava me sentindo tão devastada como um bosque atingido por uma tempestade. Algum tempo depois fechei o chuveiro e me sequei colocando a roupa que Gabi havia me trazido.

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