Capítulo 80

4.9K 377 55
                                    


 Fernanda

Cinco meses depois.

_EU VOU MORRER FERNANDA, TIRA LOGO ISSO DE DENTRO DE MIM. _Gabi gritava aos quatro ventos e eu tinha certeza que todos no hospital conseguiam ouvir seus gritos.

_Não seja mole, você não tem noção do que é sentir dor, eu senti dor a gravidez inteira Gabi, não foi só na hora do parto não.

_Eu sei Fernanda, mais eu não fui feita pra sentir dor, não sou igual a você. _Ela falava trincando os dentes pelas contrações que estava sentindo.

_Querida então você não deveria ter escolhido a maternidade, você sabe que trazer um filho ao mundo sem dor é praticamente impossível, se for normal, você sente dor na hora de ter, se for cesária os médicos que tiram a criança, mais depois vem a dor da cirurgia.

_Eu vou matar você Heitor. _Gabi agarrou o braço de Heitor e cravou suas unhas nele.

_Meu amor, por que você quer me matar? _Ele perguntou tentando acalma-la.

_Por que você colocou isso dentro de mim, quando eu sair daqui vou arrancar suas bolas. _Gabi falou se curvando pela dor que estava aumentando de intensidade.

_Mais amor, você deixou eu coloca-lo ai. _Ele falou tentando acalma-la sem êxito.

_CALA A BOCA, OU EU CASTRO VOCÊ. _Ela não parava de gritar e eu já estava ficando surda.

_Gabi pelo amor de Deus, você vai assustar todo mundo do hospital, parece que estão te matando.

_Mais parece que estão me matando mesmo, aonde estão os médicos que não tiram logo essa coisa de dentro de mim?

_Você ainda não está com o tamanho certo de dilatação, precisa aguentar até que esteja para que os médicos possam fazer o parto.

_Fernanda, me ajuda a contar, eu preciso me acalmar. _Gabi sempre contava quando estava nervosa, esse era um hábito dela que eu só havia descoberto a pouco tempo, então comecei a contar com ela e já estavam-os em mil quando ela sentiu a pior das contrações e os médicos constataram que era hora de trazer o bebê ao mundo. Ela e Heitor haviam concordado de só descobrirem o sexo do bebê quando ele nascesse, então todos estavam ansiosos para saber se era um príncipe ou uma princesa que iria nascer.

Eu havia tido o privilégio de participar do parto da Gabi, Heitor não saiu do seu lado, mesmo com o risco de perder a mão já que Gabi enfiava suas unhas nele com toda a sua força, eu e Ricardo realizamos o parto dela, no começo tudo se complicou pelo fato do bebê está com o cordão umbilical enrolado no pescoço, eu nunca havia ficado tão nervosa como naquele momento, mais com a ajuda de Ricardo conseguimos desenrolar o cordão umbilical e tudo havia dado certo. A emoção que surgiu em seus olhos quando viu aquele pequeno serzinho em seus braços era difícil de explicar.

Eu não havia tido o prazer de ver minha filha quando ela nasceu, mais a sensação de ver ela pela primeira vez era inexplicável, mesmo com as dores, os enjoou, a fome excessiva, a vontade de ir no banheiro de cinco em cinco minutos a dificuldade de dormir por causa do tamanho da barriga e tudo mais que as grávidas entendem bem, não torna a gravidez uma experiência ruim, pelo contrário é a experiencia mais incrível e linda que uma mulher pode vivenciar, quando você ver aquela coisinha tão pequena em seu colo, esquece todas as dores que sentiu, tudo que você passou se torna pequeno diante da alegria de sentir a vida em seus braços, é ali que você ver o cuidado de Deus, a beleza da vida, e percebe que você pode ser capaz de enfrentar o mundo para defender aquele pequeno anjinho que agora faz parte de sua vida.

_E então mamãe como se sente? _Perguntei me aproximando dela.

_Eu me sinto a mulher mais feliz desse mundo Fernanda. _Ela falou com lágrimas nos olhos.

Um Contrato De Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora