Capítulo 8: Park Jimin

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— Fiquei sabendo que você vai tirar uma semana de folga. Vai visitar seus pais?

Jimin estava distraído quando Hye perguntou. Era um dia tranquilo, com pouco movimento - o ambiente perfeito para se perder em pensamentos, contando os dias para que estivesse finalmente ao lado de Jungkook.

— Também...

— Como assim "também"? — Um olhar curioso tomava o rosto da colega.

— Vou passar os três primeiros dias na casa de um amigo e depois vou para a casa dos meus pais. — Uma semana havia se passado, mas, para Jimin, foi como se tivesse demorado meses. E depois de tanto tempo aguardando, a ideia de passar três dias ao lado de Jungkook o incomodava. Mas sentia falta da família também.

— Jimin... — Ele evitou ao máximo encarar Hye, mas sabendo que isso o entregaria, se rendeu e virou. — Um amigo? Tem certeza?

— Não existe nada entre nós, ok? — Jimin contou por cima sobre Jungkook. Falou que o garoto era de outro estado, que se conheceram em um grupo na internet e que tinha o sonho de publicar um livro.

— Por acaso é o mesmo garoto que te fez enfrentar a chefe? A nossa chefe? Aquela que você tremia só de ouvir o nome?

— Ele mesmo!

— E você ousa me dizer que não existe nada entre vocês?

— E, se tivesse, qual seria o problema?

— Absolutamente TODOS?! — Ela parecia incrédula. — Três meses atrás você resmungava porque o relacionamento com um garoto de uma cidade próxima daqui não tinha dado certo.

— São coisas diferentes. Foram outros fatores que fizeram aquele relacionamento não ter funcionado. — Jimin não gostava de se sentir exposto.

— Você está sendo hipócrita, Jimin! — Ela começava a levantar a voz. — Você só está se entregando por estar se sentindo sozinho aqui...

— E o que isso te interessa? Eu não devo satisfação da minha vida pra você nem pra ninguém!

— Desculpa se me preocupo e me importo com você! — Por mais que ela tentasse soar irônica, seus olhos lacrimejavam.

— Eu não preciso que você cuide de mim, tá bom?

Virou as costas e partiu em direção ao banheiro. Sentia-se péssimo por agir daquela maneira com a Hye, mas odiava que outras pessoas tentassem controlar sua vida. Ele se apoiou na pia e passou a respirar fundo, contando até dez. Decidiu que mais tarde se desculparia, quando estivesse com os pensamentos em ordem. Mas iria impor um limite, porque não precisava que ela agisse como uma segunda mãe. Jogou água no rosto e voltou para a frente da loja.

O expediente custou a terminar. Era um dia calmo, com quase nenhum cliente ou trabalho. A livraria não havia recebido nenhuma nova encomenda, o que resultava em rodear a loja, vendo se tudo estava no lugar. De vez em quando, conferia o rosto de Hye, tentando captar algum sinal do quão brava ela estava. Infelizmente, Jimin nunca foi muito bom em decifrar expressões.

Quando finalmente deu seis da tarde, Jimin foi buscar suas coisas para tentar resolver o mal-entendido com a colega. Enquanto caminhava em direção a saída, olhava em volta procurando algum sinal dela. Foi apenas próximo à escada rolante que conseguiu indentificá-la devido aos cabelos azuis.

— Hye! — Exclamou Jimin em um volume alto o suficiente para que ela virasse. — Podemos conversar?

[...]

Depois de muita insistência, Hye aceitou dar uma chance para que Jimin se explicasse. Foram até a praça de alimentação do shopping e, enquanto aguardavam os lanches, procuraram uma mesa disponível. Não precisaram andar muito.

337km | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora