Quando João, Bruna, Mylena e Andressa chegaram até o lugar onde Guilherme e Laure estavam, Leonardo já conversava com o amigo em companhia de Kelvin.
Guilherme gesticulava bastante enquanto conversava e Kelvin apenas assentia conforme o amigo falava. Leonardo ao ver a namorada correu até ela e a abraçou. Depois passou a cumprimentar os outros que haviam chegado.
— João? — indagou. — O que aconteceu para você estar aqui? Não ia passar essa semana inteira em Campinas ajeitando as coisas para a faculdade?
— Eram os meus planos. Acabei terminando tudo antes do previsto e quando cheguei a cidade fui recebido por muitos dos nossos amigos zombies, tive que me virar de todas as formas para conseguir sobreviver. — João olhou para Bruna e Andressa. — Encontrei com as duas enquanto ia até a sua casa, e cá estamos nós.
— Mylena nos contou sobre... — Leonardo apenas assentiu ao ouvir Bruna.
— Guilherme ainda não está conseguindo acreditar no que aconteceu. O cara está se culpando horrores!
— Faz sentido, amor. — Mylena tocou-lhe o ombro. — Daqui para frente as coisas só vão ficar pior.
— Onde ela está? — quis saber Andressa.
— Próxima àquele carro prata. — ele apontou para o estacionamento do mercado. — Quando chegamos ele estava ao lado dela tentando fazer alguma coisa para ajudá-la. Mas, ela se foi muito rápido. Apenas disse a ele que nos amava e desejou-nos boa sorte.
— Ah, meu Deus! — a namorada de Leonardo colocou as mãos sobre o rosto e começou a chorar. — Eu preciso ir até lá...
— Acho que todos nós precisamos. — ressaltou Bruna. — Vamos antes que... Vocês sabem.
Ninguém precisou perguntar para saber do que se tratava. Aos poucos eles foram se aproximando do local onde o corpo da moça estava. Podia ter se passado pouco tempo, mas o cheiro já não era dos mais agradáveis. As meninas fizeram uma careta ao senti-lo. A primeira parte que eles conseguiram ver era as penas dela. Laure estava deitada de bruços e tinha o corpo retraído, onde seus braços estavam em um ângulo estranho.
— Não. — Mylena soltou-se de Leonardo e foi até a amiga. — Por que? — ela já não conseguia conter as lágrimas.
— Tome cuidado, por favor. — pediu o namorado. — Não sabemos quanto tempo vai levar para ela voltar a vida e tentar nos atacar. Toda a cautela é necessária.
— Eu sei, ok? — ela nem se virou para poder responder.
Bruna e Andressa foram até ela e começaram a analisar o estado em que Laure se encontrava. A mordida estava bem próxima ao ombro e era possível ver um pouco dos músculos, dos tendões e outras coisas. A ferida estava muito exposta e o cheiro ficava cada vez mais insuportável. Mylena encarou as duas e disse:
— Vamos virá-la.
Elas se arrumaram e aos poucos foram virando o corpo. A rigidez pós-mortem fez com que os braços continuassem juntos ao tronco, assim como suas pernas. A sua feição denotava desespero, ela deveria ter levado um baita susto. Fora pega desprevenida e não podia ter a mínima chance de lutar contra a criatura que a atacara pelas costas.
— Isso é completamente terrível. — Bruna encarou os olhos, já há muito tempo sem vida de Laure.
— Sim. — concordaram Andressa, Mylena, João e Leonardo.
A sombra da morte rondava a todos ali e ninguém conseguia deixar de pensar: "Poderia ter sido qualquer um de nós." Perder alguém que passou por várias experiências e momentos importantes em nossas vidas é algo duro de enfrentar. Nada do que fazemos a partir do momento em que alguém morre pode trazê-lo de volta a vida. E todos imploravam a Deus que pudesse ser diferente. Queriam ter a voz de Laure mais uma vez perto deles, ouvi-la reclamar do quão ruim era estar nessa situação...
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Cidade do Paraíso
Ficção Científica"A única coisa que você pode escolher é pelo que você irá arriscar".