Chapter Five

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Dias atuais

14 de abril, 2020 – Cidade do México

Juliana  Point Of View

Desde que eu tinha perdido a minha Valentina, uma parte de mim tinha morrido junto com ela. Eu não saia do meu quarto, eu não queria ver ninguém, eu mal comia, eu não falava, praticamente só respirava. Hoje estava fazendo exatos 20 dias desde do maldito acidente. Eu não vivia, eu apenas existia e eu sei que estava deixando a minha família e os meus amigos preocupados. Mas eu não conseguia voltar a ser o que era, não depois de tudo. Assim que eu cheguei em casa me contaram com detalhes tudo que ela havia preparado para aquela noite, me lembro como se fosse hoje tudo que eu sentir naquele dia. Meu coração se quebrou em milhares de pedaços. Ele doía como nunca!

E doeu mais ainda quando o Mateo me entregou a caixinha com as nossas alianças. Chorei como uma menina indefesa, lembro que corri para meu quarto e desabei em minha cama. O Mateo tentava me consolar, mas tudo que eu sabia fazer era chorar e gritar pra me deixarem sozinha. Desde então, é o que eu mais faço no dia, chorar e ficar olhando para a minha aliança. Coloquei a que era destinada a mim em meu dedo e a dela está no meu pescoço, no meu colar, o qual eu não tirava pra nada.

- Jul – Escutei a voz da Eva– Por favor, abre a porta.

Continuei calada, chorando, encolhida em minha cama. Abraçada a uma das camisas favoritas dela, onde, ainda contia seu cheiro.

- Juliana por favor – A voz dela estava arrastada – Estamos preocupados com você – Ouço ela suspirar – Eu sei que é difícil, que está doendo. Mas você não pode deixar de viver assim! Por favor, deixa eu entrar? - Pede novamente – O Sergio e a Nayele também estão aqui e querem te ver.

- Eu ... eu quero ficar sozinha – Me voz saiu rouca, eu já estava chorando a bastante tempo. Estava quase sem voz, mas eu não ligava.

- Jul, a Vale não gostaria de te ver assim – Ouço a voz firme de Mateo – Você mais do que ninguém sabe disso.

- Se ela estivesse aqui ... - Assim que escuto essa frase vinda do Sergio sobe uma raiva, que eu nem deixo ele terminá-la.

- Esse é o problema – Grito, ao me sentar na cama – Ela não está aqui, ela não pode me reclamar por esta trancada, por está chorando. Ela foi embora. Ela me deixou – Minha voz começa a sair embargada – Ela não vai voltar mais e ... - Não consigo terminar e desabo em um choro desesperado.

- Cunhas – Eva insiste – Deixa a gente entrar, a gente só quer te ver – Pede – Só queremos ficar um pouco com você.

- Eu quero ficar sozinha. Eu não quero ver ninguém – Grito e pego um livro que estava na cabeceira da minha cama e jogo na porta – Saiam daqui, me deixem em paz.

Eu sei que estava sendo grossa demais com eles, e sei que tudo que queriam era apenas me ajudar. Mas eu não quero ver ninguém por enquanto, não quero ninguém me consolando e dizendo que vai ficar tudo bem, porque não vai. Eu não vou ficar bem sem ela aqui comigo, não posso! Perder a Valentina fez com que eu, Juliana, se perdesse nessa imensidão negra para sempre também.

Dia do acidente

Cidade do México

Valentina Point Of View

Já se fazia quase uma hora desde que sofremos esse acidente. Eu não entendia muito bem o que estava acontecendo comigo, eu só sei que por alguma razão eu estava presenciando tudo que estava se passando comigo. Eu não entendia o porque, e nem queria também. Era estranho e até um pouco assustador, mas, por outro lado, era uma experiência única, além de me permitir está ao lado da minha Juliana.

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