A429 [Concluído]

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Entramos em um corredor branco igual a sala, seguindo em frente tinha uma recepção.

-Carla, receba eles. Vou levar a Andressa para a ala cirúrgica.
-Sim senhor.

Ele nos deixa ali, e uma moça com aparentemente 27 anos ou menos sai detrás de um balcão e vem em nossa direção.

-Bem vinda, Abby. A429 esta em sua espera. -Ela estende a mão.
-Obrigada.-Aperto sua mão.
-Sou a Carla, e irei guiar vocês ate seus aposento.
-Tudo bem.

Ela abre com sua digital uma porta automática, aqui parece coisa de outro mundo. Uma tecnologia avançada que eu apenas vi em filmes, estou completamente maravilhada.
Carla nos apresenta 4 quartos, o meu era o do fundo e o deles nas laterais.

-Se precisar de algo é só me chamar.- Ela nos da as costas caminhando de volta para a recepção.-Ah, para abrir a porta é só colocar a mão na maçaneta e esperar um segundinho.

Assim faço, e quando a porta se abre eu fico abismada com o que eu vejo. Uma suite linda, com vista aberta para a floresta.

-Como pode ter essa paisagem se estamos no subsolo?

Pergunto a mim mesma, chego perto e observo bem mas mesmo assim não vejo uma falha.

-Uau.-A voz de Tyler surge.- Bela paisagem.
-Pois é, mas como é possível?

A imagem da paisagem some e aparece Marcos, pelo jeito era apenas uma paisagem falsa.

-Abby, esta pronta para conhecer A429?
-Claro.-Respondo.
-Te encontro na recepção em 5 minutos.
-OK.

Tyler sorri ao ver minha felicidade, isso tudo parece um sonho. Mas a partir de agora, preciso agir como uma pessoa responsável.
Tyler e eu vamos ate a recepção, os outros decidem ficar no quarto descansando.

-Vamos?- Marcos me olha.
-Claro.

Ele entra em outro corredor e nos o seguimos. Seguro a mão do Tyler, não quero deixar ele para trás.
Entramos em uma espécie de fabrica, Marcos nos da luvas, mascaras e tocas para não contaminar o que esta sendo preparado.

-Aqui é aonde preparamos todas as drogas, de modo higiênico, não na rua igual traficantes de merda. A maior parte de nossos clientes são pessoas bem de vida e que confiam no nosso trabalho.
-Famosos também?-Eu pergunto.
-Principalmente eles.

Continuamos andando, passando entre as maquinas posso ver o processo de algumas drogas e posso dizer que estou animada para assumir isso tudo.
Saindo daquele local, retiramos nossos equipamentos de higiene e jogamos no lixo. Voltamos a andar passando por um corredor de vidro aonde tem a mesma imagem da floresta.

-Essa imagem é de verdade?- Eu pergunto.
-Essa sim, a dos quartos não.-Ele responde enquanto anda.

Eu olho para Tyler encantada e ele parece estar animado com isso tudo também.
Marcos coloca suas digitais em uma porta e então ela se abre. Temos a visão de uma sala iluminada apenas por telas de computadores.

-Porque aqui é tao escuro?-Tyler pergunta.
-Eles preferem assim, avisei sobre o risco da visão ser prejudicada mas eles são teimosos.

Marcos estabiliza a luz pouco a pouco para não doer os olhos das pessoas que ali estavam.

-Boa tarde.- Marcos diz.
-Boa tarde.- Eles respondem em conjunto.
-Espera, essa é a Abby?- Uma mulher se levanta.
-Sim, sou eu.- Sorrio
-Então quer dizer que... Josh veio com vocês?- Ela parece emocionada.
-Sim, ele esta descansando no quarto.
-Meu Deus, diga para ele vir aqui assim que puder.
-OK.

Respondo meio confusa e então deixamos aquele lugar.

-Esses são nosso cérebro, os hackers. São uma equipe de 30 pessoas, dividias em turno. 15 trabalha de manha e tarde e as outras 15 trabalham noite e madrugada.
-Foi ali que Josh cresceu?
-Sim.

Marcos continua a andar, mas agora voltando para o corredor de vidro. Ao chegar em uma sala entre esse corredor e aonde é feita as drogas, tem um elevador. Entramos nele e Marcos aperta o andar logo abaixo do nosso. Saímos do local e damos de cara com uma outra recepção.

-Boa tarde, sr. Marcos.-Uma bela moça diz.
-Boa tarde.

Ele continua a andar sem dar muita atenção para a menina, ele tem esse perfil serio mas parece ser gente boa.

-Aqui é nossa ala medica. Moramos no meio da Amazônia, não sabemos o que pode ocorrer, igual a hoje.
-A Andressa está aqui?
-Sim.

Ele abre uma porta e vejo ela dormindo. O mesmo fecha a porta e volta para o elevador. Descemos para o próximo e último andar, assim que abre avistamos uma nova recepção.

-Sr. Marcos.- Uma moça mais velha o cumprimenta.- A sala de reuniões esta pronta para seu uso.
-Obrigado.

Ele segue em frente, haviam 3 portas e ele abre a última. Ao abrir vejo um senhor sentado nos esperando.

-Francisco, essa é Abby Stoker e Tyler Carter.-Ele nos apresenta.- Esse é o atual dono da A429.
-Prazer em conhece-lo. -Eu aperto sua mão.
-O prazer é meu, mas sentem, temos muito a conversar.

Francisco parecia ter os seus 60 ou 70 anos. Cabelos grisalhos e a expressão de cansaço que o rosto dele transmitia, deixava aparente que ele iria aposentar logo.
A conversa começou com ele contando a historia de A429, construído por Maria Stoker, ou seja, minha avó. Minha mãe modernizou a fabrica e deu uma estrutura melhor para os trabalhadores que aqui habitam.

-Você realmente pretende ficar aqui Abby?- Ele pergunta.
-Claro. Eu irei seguir os passos da minha familia.
-Você tem certeza que quer seguir todos os passos da sua familia?- Ele olha para o Tyler.
-O que você quer dizer?
-Sua mãe se apaixonou, e olha só aonde ela esta hoje, a sete palmos do chão. Alias, a maça não cai muito longe da arvore, você não acha sr. Tyler Carter?- Ele olha para o Tyler novamente.
-Eu não concordo com o senhor, me desculpe. Se a arvore esta em uma montanha, a maça cai e rola para bem distante. E é isso que aconteceu no meu caso, a prova disso é a Abby, ela pode te dizer melhor do que ninguém as diferenças entre eu e meu pai.
-Você pode mesmo me confirmar isso?- Francisco me fita com seus olhos ameaçadores.
-Claro que posso. Tyler me ensinou tudo o que sei hoje, e alem de tudo me salvou.
-Deixaremos essa conversa para outro dia, preciso descansar.-Francisco se levanta e aperta minha mão.- Foi bom te conhecer, Abby... E Tyler.

Ele se retira da sala de reuniões e confesso não entender o que esse velho esta querendo.