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Aisha não desgrudava de mim, e eu estava gostando disso. Senti muito a falta dela, nos somos melhores amigas a muito tempo.
Ela estava me contando as milhares de coisas que aconteceram enquanto eu estava fora, e que agora todos estão de férias na faculdade e que infelizmente perdi a minha vaga, mas talvez se eu quisesse voltar eles iriam entender meu caso.

-Bom, eu acho que você não ficou sabendo.-Ela respira fundo.
-O que?
-David morreu.

Os olhos dela enchem de lagrima novamente, e ao tocar no assunto eu lembro como foi a sua morte. Para falar a verdade, eu nem me importo mais.

-Sinto muito.
-Eu quem devia dizer isso, ele era seu amigo também.
-Depois desse sequestro eu aprendi muita coisa, entre elas são que as pessoas sempre morrem, não adianta chorar.
-Nossa.-Ela diz assustada.- Devemos ir em um psicólogo, você esta com trauma.

Rimos. Me aconchego no sofá e presto atenção no que esta na TV, passava o jornal contando minha historia. Era bizarro como isso repercutiu pelo mundo, nesse jornal mostrava as matérias pelo mundo falando sobre mim.

-Ei, tenho algo para te dar.

Ela se levanta, vai ate a mesa e volta. Em suas mãos havia aquilo que eu sentia muita muita muita falta.

-MEU CELULAR!
-Siiiim.

Ela me entrega e eu a abraço, ao desbloquear vejo milhões de mensagens no WPP, no Facebook e no twitter.   
Vi milhares de mensagens de pessoas me dando força enquanto eu estava "sequestrada". Não sabia que era tão importante assim para todos eles.

-Vou tomar um banho. Já volto.

Aisha sobe as escadas e eu fico sozinha ali. Pego o papel que eu guardei como se fosse ouro e adiciono o numero do Tyler no celular.

Me: Ei, Ty.

Ty: Ei, Abby.
Ty: Você esta na TV sabia?

Me: Eu vi.

Ty: Esta tudo bem?

Me: Estou sentindo sua falta.
Me:c

Ty: Já?!
Ty:KKKKK também sinto a sua.
Ty:Nos estamos na cidade, aonde era minha casa.
Ty:Quando quiser voltar é só falar.


Me: OK, passarei mais dois dias aqui.

Apago as mensagens, Aisha não pode nem sonhar que eu estou conversando com alguem que ela não conheça. Ela sabe literalmente todos os meus contatos.
Subo para o quarto e fico deitada na cama dela. Acabo adormecendo em questão de segundos.

[...]

Acordo com uma conversa no andar de baixo. Sento na cama e me espreguiço, vejo que esta noite e sinto minha barriga roncar. Me levanto e percebo que aquela conversa parece ser uma discussão.

- Você não é a dona da porra da casa, Aisha.
-E você nem parece o dono, nunca esta em casa.
-Agradeça por eu trabalhar, já que você não tem coragem de ir procurar um emprego.
-O que? EU PROCURO SIM.
-NÃO GRITA QUE QUEM MANDA NESSA PORRA SOU EU. E quer saber? Pode mandar a sua amiguinha ir morar em outro canto, minha casa não é hotel.

Silêncio domina o local, e eu volto para a cama. Pego meu celular e desço as escadas.
Vejo a Aisha vermelha de tanto chorar e... Ele... É... Ele é o pai do Tyler.

A429 [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora