A429 [Concluído]

06🍁

- Em quem eu deveria confiar? Em você?
- Não, você não deve confiar em ninguém alem de si mesma.

Nesse momento, apesar da viela escura, pude notar cada detalhe do seu rosto. Era um rosto delicado, não de menina, mas... Não sei explicar, ele é lindo.

-Melhor você ir embora. Está tarde.
-Qua..Qual o seu nome?
-Você vai saber na hora certa.

Ele me da as costas e começa a andar com as mãos no bolso. Volto para casa com um turbilhão de coisas passando em minha cabeça.

23:30

Fiz tudo o que precisava, já estou pronta para dormir. Deito em minha cama e pego meu celular, sem nenhuma mensagem. A vontade de desbloquear o numero daquele menino era muito grande. Tenho muitas duvidas em minha cabeça, tudo esta tão confuso. David mente pra mim, fica irritado ao ser questionado, encontro o menino que estava na minha casa junto com o grupo de garotos que provavelmente matou minha mãe, e ele diz que não deveria confiar no David.
OK, minha curiosidade não aguenta, vou desbloquear o número

Me:Ei.

Xxx:Esta tomando as decisões certas, Abby.

Me:Como sabe meu nome?

Xxx: Sei de muitas coisas.

Me: Sabe quem matou minha mãe?

Xxx: Sei.

Me: Foi você?

Xxx: Não, não tenho motivos para matar a sua mãe.

Me: Quem a matou?

Xxx:Saberá quando estiver pronta.
Xxx: Boa noite, Abby.

Xxx Offline

Bloqueio a tela do celular e fecho os olhos. O sono vem com rapidez e em questão de segundos estou dormindo.

06:30, Seg.

Acordo com o despertador, hoje seria o primeiro dia em que vou voltar a trabalhar. Ainda estou de férias na faculdade apesar de restar apenas 2 semanas.
Me arrumo rapidinho, e vou trabalhar.

[...]

Término meu expediente, confesso estar cansada. Faz tempo que não trabalho como hoje, a farmácia estava bem movimentada. Pego minhas coisas e vou a caminho de casa.
Estou na metade da viela quando sinto uma mão puxando meu braço com brutalidade para dentro de uma porta que nunca nem tinha percebido que existia. Antes mesmo que eu pudesse gritar alguem tampa a minha boca, abro meus olhos assustada e vejo aqueles belos olhos claros graças a um pouco de claridade que passava pela porta.

-Você disse que ela sai esse horário do trabalho. -Escuto uma voz de longe passando pela viela.
-Ela sai.
-Então cadê, porra?
-Calma caralho, de hoje ela não passa.
-Como você tem tanta certeza?
-Eu matei o Tyler.

Não sei como explicar o que estou sentindo, mas tenho certeza de que isso não é nada bom. As vozes pararam de falar, provavelmente saíram da viela.

-Você ouviu esses caras?! Eles não estão para brincadeira. Vou tirar a mão da sua boca, se você gritar eles vão ouvir e vão te matar.

Ele olha nos seus olhos, não sei se me sinto ameaçada ou protegida. Ele tira a mão da minha boca, eu respiro e me preparo para gritar. Sinto uma pancada forte na minha cabeça e desmaio.

[...]

Acordo com uma dor de cabeça enorme, abro os olhos com dificuldade.
Olho ao meu redor e não reconheço o local que estou, era um quarto pequeno. Tinha uma cama, na qual estava deitada, uma porta, um abajur aceso, uma janela e um guarda roupa. Sento com dificuldade e me levanto meio tonta.
Passo pela porta vendo a sala e o menino, sem camisa e... Sangrando.
Ele estava pálido, e tentava estancar um ferimento.
Chego perto dele colocando minha mão no seu rosto, ele esta gelado. Corro para o banheiro e procuro kit de primeiro socorros, assim que encontro volto correndo para fazer o curativo.
Tinha muito sangue no chão, escorrego caindo de bunda. Minha cabeça lateja mais forte e fico cada vez mais tonta, mesmo assim me levanto e começo a ver o ferimento.
É uma bala na lateral de sua barriga, não parecia ser grave. Começo a pressionar para que a bala saia e ele grita de dor, mesmo inconsciente isso deve ser muito doloroso.
Consigo tirar a bala, e estancar o sangramento. Aprendi isso em um curso de enfermagem. Fiz o que consegui para salva-ló.
Deito no outro sofá, toda suja de sangue e fecho os olhos perdendo a consciência por inteiro.