Naquele instante, pouco valiam os trocados de Isa. Sua integridade continuava intacta, embora seu rosto estivesse voltado para baixo, sobre a pequena toalha de rosto. Dali não se via mochila, não se via furto. Dali perguntavas como se mantivera sentada em ônibus lotado.
E eu vos respondo que na abertura da caixa de Pandora, nada atormentou tanto a humanidade quanto a preguiça. Desse mal usufruo incessantemente, corrompendo a disciplina, defasando o aprendizado. Não só escrevi em linhas cegas, como também arrisquei desagradar a ti. Peço desculpas.
Aos lerdos, entrego um cartão com os dizeres "você é lerdo, volte para o capítulo 6". E depois escrevo que Isabela jamais dramatizaria em transporte público superlotado. Não haveria como vê-lo, como encenar, como sentar, tamanha gente se espremia em minúsculo espaço, remetendo às famosas latas de sardinha.
Todavia, enxergo o leito desta história e deverias tu também. A escrita surpreende, é perfeita enquanto vive. E à vida entreguei quando optei pela surpresa, pela espontaneidade. No entanto, tenha sabedoria: os fios carregam um destino em sua seda, assim como este livro.
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A Costumeira
HumorLivro feito com o propósito de adentrar ao grotesco e absurdo das vivências cotidianas.