O Elo Perdido

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Reveladas as merdas, sacudam os tapetes. Chegamos a um ponto crítico, no qual nossa cafona história luta para fazer sentido. Confira aqui uma tentativa árdua do autor, cujas preguiças se avistam tão ou mais que suas pelancas, para amarrar os nós necessários.

Insatisfeita com o precário transporte público, Isabela foi para as ruas protestar. Em uma das principais avenidas de sua cidade, Isa levantou cartaz, bateu pé e se dispôs à frente dos carros, gritando palavras de ordem. Em meio a buzinas, o carro a sua frente avançou em sua direção, fazendo Isa correr para a calçada. Lá, é agredida por guardas a cassetetes.

De acordo com dados oficiais da polícia local, a manifestação contou com um total de uma pessoa, uma menina estranha de cabelo encharcado e cara de debochada. Isabela estava sozinha. Tal como pegava ônibus, enfrentava sem nenhuma ajuda o cassetete do guarda, proferindo os seguintes dizeres: "NÃO MOÇO, FAZ ISSO NÃO, EU CHEGO TODO DIA NA ESCOLA FEDENDO A CECÊ MOÇO, PUFAVÔ".

No dia seguinte, coberta de escoriações e detentora de mil likes em sua publicação denunciando a atitude dos guardas, Isabela descobre que a empresa de ônibus criou uma linha para amenizar a superlotação. Parece mentira, dado que o município pouco fez para a população, mas a verdade é que o novo ônibus foi criado porque os traficantes da favela onde morava Isabela ameaçaram queimar os automóveis.    

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