Partners in Crime

I

Sentada no canto escuro, ela tentava normalizar a respiração. Encolhida e com as mãos ao lado da cabeça, ela tentava fazer com que as vozes parassem. 

 'Como você é patética.' 

'Achou mesmo que ele era capaz de amar você?' 

'Você não é ninguém.' 

 'Ele até te substituiu!' 

 'Deixou com que te pegassem.' 

 'Ele te odeia.' 

 Ela balançou a cabeça com força. 

 -Não, não é verdade! Ele me ama, eu sei que ama! 

 'Então onde ele está?!' Gritou a voz. 

 -Eu... Eu não sei! - Mais lágrimas escorriam pelo rosto da mulher e ela tremia de raiva. 

 'Mas eu sei, ele está longe, se divertindo com aquela vagabunda, transando com ela e rindo de você!' 

 'Ele não te ama.' 

 'Ele te odeia.' 

 'Sente nojo de você.' 

'Você sabe que ele te mataria se tivesse a chance.' 

 Ela balançou a cabeça outra vez, não querendo acreditar nas vozes. 

 -Cala a boca. Cala a boca. CALA A BOCA. - Ela gritou, fechando os olhos com força. 

 'E quando ele souber o que você fez?' 

 'Hahahahahahahaha.' 

 'Ele vai matar vocês dois!' 

 -Não! Você está mentindo! 

 'Você sabe que não estou. Sabe que tenho razão.' 

'Você é tão estúpida.' 

 'Ele nunca gostou de você.' 

 'Ele está muito melhor sem você.' 

'Por que você não morre logo?' 

 'Ninguém mais te suporta!' 

 -Não! Saia da minha cabeça! - Ela gritava, batendo a cabeça repetidamente na parede ao lado. - Saia! Me deixe em paz! - Ela continuava batendo a cabeça, cada vez com mais força e sua testa comecava a sangrar. 

Braços fortes a suguraram, mas ela continuava se debatendo, gritando e chorando. 

 -Me solte! Eu vou matá-lo! - Ela gritava à plenos pulmões, alto o suficiente para que fosse ouvida pelos outros e espalhasse temor por todo o lugar. - Eu juro que vou te matar, Fúria da Noite! Você e sua vadia vão desejar nunca terem nascido! Nem que isso me mate, eu vou acabar com você! 

 Ela gritou suas promessas com todo o manicômio de testemunha. Naquela noite, ela havia se libertado e, em breve, Berk conheceria o mais puro caos e seu agora odiado psicopata descobriria que não era mais capaz de controla-la.