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-Consegue me ouvir? - A médica perguntava, mas sua paciente não disse nada, sequer se moveu, apenas comtinuou olhando para o nada.
A médica cerrou os punhos, mandando um olhar mortal parauma das enfermeiras.
-O que deram à ela?
A enfermeira, ainda nova no lugar, se encolheu com o tom ríspido da médica.
-Apenas o que ordenaram. - Ela respondeu. A médica se levantou e pegou a ceringa das mãos da enfermeira, identificando uma droga poderosa, mais poderosa do que todas que havia ordenado que dessem.
O rosto dela se contorceu em raiva, quem havia autorizado uma droga tão poderosa? Apenas Odin sabia quais eram os8 efeitos daquilo no sistema nervoso de sua paciente. Se algo acontecesse com ela...
-Eu serei uma maldição sobre Berk, - a mulher murmurava, chamando a atenção das enfermeiras, dos guardas e de sua médica, ela continuava com os olhos grudados em algum ponto inexistente enquanto as palavras deixam sua boca de maneira inconsciente - crianças acordarão assustadas ao pensarem em mim. Meu legado será morte e loucura. - Ela finalizou a profecia e o silêncio voltou a encher a sala.
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Três semanas foi o tempo que levou para consertarem a casa e tudo havia voltado à sua caótica normalidade.
A gangue estava ocupada naquele dia, com capangas andando de um lado para o outro, ordens sendo gritadas, preparativos sendo feitos. A euforia dominava o lugar porque essa noite, a Rainha de Berk se ergueria.
Faltava pouco tempo agora. As armas estavam prontas, a roupa dela feita, os planos revisados e quase tudo estava em seu lugar. Astrid observava todo o movimento na casa e mal conseguia se conter. Ela estava enérgica, rindo, sorrindo e correndo pela casa como uma criança na manhã de natal, ela estava tão ocupada imaginando os eventos daquela noite que sequer havia se importado com o fato de que não havia visto seu amado o dia todo.
Ele estava na casa, no escritório, repassando os planos de emergência com seu "Alto Escalão" e Astrid não tentou entrar lá e fazer parte da conversa, ela não gostava de planos, eles eram chatos, entediantes e tiravam toda a diversão. Qual era a graça de já saber o que iria acontecer? Ela queria que as coisas fossem imprevisíveis, caóticas, que ela não soubesse se seria pêga, morta ou se conseguiria escapar.
Mas, por mais que ela estivesse animada com todos os preparativos, ficar andando de um lado para o outro logo se tornou entediante. Ela não queria mais esperar, ela queria sair naquele momento!
Impaciente, ela subiu as escadas correndo e seguiu até o fim do corredor. Ela não se preocupou em bater na porta antes de entrar. A reunião foi interrompida e os olhares estavam nela, mas os olhos dela estavam em apenas um homem daquela sala.
Ele sorriu para ela que, feliz, foi até seu amado. Ele a envolveu pela cintura e ela se sentou em seu colo.
-Quando vamos? - Ela perguntou, ansiosa.
-Não seja tão impaciente, nós vamos apenas ao anoitecer. - Ele disse pela enésima vez e, como o esperado, ela franziu a testa e os lábios e cruzou os braços como uma criança mimada que não conseguia o que queria.
Os capangas deixaram a sala, sabendo que aquilo não era assunto deles.
-Por que? - Ela perguntou quando a porta se fechou e o último capanga saiu.
Soluço apenas suspirou. Eu a mimei demais...
-Eu já te expliquei, minha linda, eles não vão conseguir saber quem somos no escuro da noite.
Ela revirou os olhos e ele a beijou na têmpora.
-Astrid, enquanto ainda temos tempo, eu quero qur saiba que, no momento em que segurar aquela arma, não vai poder voltar atrás. Eu preciso saber até onde você está disposta a ir.
Ela ergueu os olhos para ele, o olhando nos olhos como se o que ele tivesse acabado de perguntar fosse ridículo e desnecessário.
-Até a morte. - Ela respondeu.
Soluço sorriu, acariciando o rosto dela.
-Não se preocupe, meu amor, nunca vão nos pegar vivos.
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Partners in Crime
Fanfiction[LIVRO #2] A relação de Soluço e Astrid é como um sonho e os dois não poderiam estar mais felizes. Entretanto, Astrid logo vai perceber que ser a mulher e parceira de um gangster não é exatamente um conto de fadas e que a Coroa do Crime é muito mai...