VI

141 12 2
                                    

"I look at you, you look at me 
(Eu olho para você, você olha para mim)
Milk and roses, squeaky clean 
(Leite e rosas, completamente limpos)
Well, you're the best I've ever seen 
(Bem, você é o melhor que já vi)
And I'm your dying beauty queen 
(E eu sou sua rainha da beleza morrendo)
It only takes two lonely people, to fuck love up and make it evil 
(É apenas necessário duas pessoas solitárias, para foder com o amor e torna-lo mau)
It only takes a drop of evil, to fuck up two beautiful people 
(É apenas necessário uma gota de maldade, para foder com duas belas pessoas)"
-E.V.O.L., Marina And The Diamonds.
 

A loira se olhou no espelho: cabelos presos em um rabo-de-cavalo alto; a coroa dourada, com cinco belos espinhos, em sua cabeça; tinta azul e dourada formavam um desenho elegante ao redor de seus olhos; os lábios vermelhos, mas discretos; a roupa de couro azul e doura e, mais uma vez, a tatuagem falsa com o símbolo de seu amado sobre o seio esquerdo; suas unhas douradas, em formato estiletto, combinando perfeitamente com os espinhos em sua cabeça; armas espalhadas por todo seu corpo, todas elas douradas e azuis. 

-Me explique de novo essa coroa. - Ela perguntou a Soluço, que apenas esperava que ela ficasse pronta. 

-Os espinhos da ponta são facas. - Ele começou. - Este, - ele apontou para o espinho à esquerda do centro - é veneno, o espinho do outro lado, - ele disse se referindo ao espinho à direita do centro - é o que você vai usar para remover a tinta do rosto, nada além disso é capaz de remover essa tinta. - ele explicou. 

-E o do meio? - Ela perguntou. Soluço deu de ombros. 

-Decorativo. - Ele mentiu. O do meio era um dispositivo de rastreamento, assim, se algo acontecesse ou ela o deixasse, ele saberia exatamente onde ela estava. 

Ela assentiu, acreditando no que seu amado dizia. 

-Eu estou pronta. - Ela avisou e, de mãos dadas, os dois saíram do quarto. 

A Lamborghini Veneno negra, já consertada, não demorou para dominar as ruas de Berk, o barulho do motor ressoava sobre o barulho da cidade, carros deixavam o caminho livre, janelas de casas e comércios eram fechados. O recado era claro: pessoas morreriam naquela noite então, a não ser que queira que uma delas seja você, saia da porra do caminho. 
Onde eles iriam? Ao banco. 

Sim, eles já haviam ido lá e havia sido divertido, mas o banco era um ótimo lugar para um iniciação e a segurança do lugar agora estava maior, o que significava mais câmeras que, por sua vez, significava um show maior.

Com o dia dos namorados chegando, as agências bancárias ficavam abertas por um período maior de tempo, sendo alvos fáceis para ladrões, gangsters ou mafiosos. 

Ele estacionou a Lamborghini, o SUV de seus capangas estacionou logo atrás. Todos desceram de seus respectivos carros e Elsa entregou uma Heckler e Koch HK416 dourada para Astrid e Soluço pegou sua Sub Metralhadora Thompson M1921 negra e juntos os dois seguiram até o banco. 

-Não entrem em pânico e ninguém precisa sair morto. - O Fúria da Noite anunciou, paralisando as atividades do banco por alguns segundos antes de algumas pessoas começarem a gritar e querer se esconderem.

Revirando os olhos, Astrid atirou em cada uma delas, fazendo os outros se jogarem no chão para evitar os tiros e congelarem. Soluço sorriu quando o último corpo caiu sem vida no chão e ele e sua bela rainha riram quando o barulho dos capangas explodindo as portas doa cofres encheu o lugar. 

É claro que eles não precisavam fazer nada daquilo, eles não precisavam do dinheiro do banco, mas eles não faziam aquilo por dinheiro. Fazia por diversão, por poder, pelo caos, pela excitação, a adrenalina, peli simples prazer de destruir a bolha de proteção e hipocrisia em que a sociedade insistia em continuar vivendo. 

-Você tinha um futuro tão brilhante, mocinha. - A voz trêmula e baixa fo idoso chamou a atenção do casal de psicopatas. 

Astrid olhou para o homem, ele parecia estar olhando diretamente para ela, mas tinha os olhos tão azuis que beiravam o branco. Ele era cego. Inclinando a cabeça para o lado, Astrid se aproximou do homem e se abaixou à sua frente.

-Você é vidente? - Ela perguntou curiosa. O velho assentiu. A loira olhou para seu amante com os olhos brilhantes. - Meu amor, você viu isso? Ele é um vidente! - Ela ria se divertindo com a ideia.

Ao vê-la feliz, Soluço sorriu para ela, mas revirou os olhos assim que ela voltou a olhar para o velho, videntes não existam, aquele homem era apenas um charlatão. 

-Me diga, Senhor Vidente, eu vou ficar famosa? - Ela perguntou com um enorme sorriso nos lábios. 

-Você se tornará uma maldição sobre Berk, crianças acordarão assustadas ao se lembrarem de você. Seu legado será morte e loucura. - Ele concluiu e a loira não controlou as risadas  que saíam de sua boca, aplaudindo pela professia. 

Ela olhou novamente para seu amante. 

-Você ouviu, meu amor? Eu vou ser uma maldição! - Ele sorriu para o entusiasmo dela.

A loira se levantou, correndo para os braços de seu belo psicopata. 

-É claro que vai, minha linda, - ele trouxe o rosto para próximo do dela - juntos vamos trazer o Ragnarok até Berk. - Ele sussurrou, selando a promessa com um beijo ao qual ela, muito satisfeita, correspondeu. 

O momento, no entanto, foi interrompido por Forst. 

-Está tudo pronto, chefe. 

O casal se separou, entrelaçaram os dedos e saíram do banco, voltando para a Lamborghini. Ao longe, sirenes policiais eram ouvidas, mas quando a polícia chegasse no local seria tarde demais. 

Do retrovisor do carro, Soluço e Astrid assistiram enquanto o banco explodia em chamas, matando qualquer um que estivesse lá dentro ou próximo o suficiente para ser atingido pelo impacto. 

Depois disso a cidade se tornou um caos. Pessoas gritavam e corriam, sirenes de auroridades ressoavam, helicópteros da imprensa por toda a região... Mas nada era pior do que as risadas do casal de psicopatas enquanto cruzavam a ponte. 

Partners in CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora