Sete anos atrás...
Soluço foi até ela, segurando o rosto dela entre as mãos, secando as lágrimas dela com ternura. Astrid fechou os olhos, aproveitando o toque e segurando as mãos dele nas suas.
-Astrid, meu amor, por favor, entenda que se você ficar e algo acontecer com você, eu nunca vou ser capaz de me perdoar. - Ele aproximou o rosto do dela, juntando suas testas e também fechou os olhos. - Eu não suportaria te perder.
-Soluço... Se eu for embora, não vou voltar. - A voz dela era trêmula, mas a determinação era evidente e por um momento Soluço sentiu medo, ou melhor, se sentiu apavorado e ele mesmo deixou algumas lágrimas escaparem.
Os dois ficaram em silêncio. Astrid soltou as mãos dele, se afastou e abriu os olhos Soluço fez o mesmo e ela foi capaz de ver a própria dor refletida nos olhos verdes que ela tanto amava.
-Tudo bem, eu entendi. Não se preocupe, não vai saber mais de mim. - Ela foi até a porta e o coração de Soluço parecia ter sido esmagado por um milhão de toneladas.
Ela conseguiu abrir a porta por apenas alguns sentimetros antes que a porta fosse brutalmente fechada. Ela se virou, se apoiando na porta e olhando para o belo par de olhos verdes que estavam tão perto dela, as mãos de Soluço estavam apoiadas na porta, não deixando com que ela conseguisse sair, a respiração dele estava pesada, o rosto próximo ao dela.
-Por favor, não. - Ele sussurrou, mandando arrepios pelo corpo de Astrid e a loira não tentou escondê-los. - Eu não acho que eu consiga viver sem você.
Ele a beijou e Astrid colocou ambas as mãos no rosto dele, Soluço a puxou pelos quadris, a trazendo para mais perto dele. O beijo não durou muito e os dois logo se separaram, entretanto, não se afastaram um do outro.
-Você disse que queria que eu fosse embora. - Ela olhava nos olhos dele, as testas estavam unidas, os narises se tocavam e os lábios estavam tão próximos.
-Eu menti. - Ele sussurrou, levando uma das mãos para o rosto dela, a acariciando levemente e Astrid soltou a respiração. - Não me deixe, Astrid, por favor. - Ele pediu e Astrid não precisou pensar muito para responder:
-Eu sou sua, Soluço. E vou ser sua para sempre. - Ela sussurrou suas promessas e os dois voltaram a se beijar. Não demorou muito para que os dois estivessem na cama.
...
O ar da manhã era gélido, mas bom ao bater contra sua pele quente. O sol se erguia no horizonte e a loira respirou profundamente, aproveitando a vista da sacada do quarto. Vestida apenas com uma camisa social negra, os cabelos presos em um coque bagunçado.
Ela olhou para dentro do quarto, vendo Soluço dormindo pacificamente na cama completamente bagunçada. Ela voltou para dentro do quarto e fechou as portas de vidro da sacada.
Silenciosamente, ela saiu do quarto.
A casa estava cheia de capangas armados, mas nenhum deles se atrevia a plhar para ela por mais de dois segundos, provavelmente por saberem que ela estava com o chefe e nenhum deles era louco o suficiente para arriscar ter a cabeça cortada.
Ela andou até encontrar a cozinha, ligou a cafeteira, pegou uma maçã e começou a cortar a fruta.
-Bom dia, boneca.
Astrid olhou por cima do ombro para a porta da cozinha, vendo um dos capangas escorado no batente. Ele era diferente dos outros, parecia ser inexperiente e isso despertou a curiosidade de Astrid. Ela sabia que Soluço era capaz de matar por ela - ele havia demonstrado isso várias vezes -, mas como ele agiria se o alvo fosse um de seus capangas?
Ela riu, o flerte evidente em seu tom.
-Bom dia.
Se sentindo confiante, o rapaz se aproximou, a agarrando pela cintura e Astrid revirou os olhos.
-E o que um rostinho tão lindo quanto o seu, faz em um lugar como esse?
-Ela está comigo. - O rapaz praticamente saltou para longe da loira ao ouvir a voz baixa e rouca do chefe que havia acabado de acordar. A voz do gangster mandou arrepios para o corpo dos dois... Obviamente por razões completamente distintas.
Mordendo o lábio, Astrid sorriu. Largando a faca, ela foi até seu amante, o envolvendo pelo pescoço, Soluço a puxou pela cintura com força, a beijando intensa e profundamente sem tirae os olhos de seu capanga, que sequer tinha coragem para se mover.
Eles se separaram e o sorriso nos lábios dela apenas pareceu aumentar, mas, antes que ela pudesse sequer dizer "bom dia", ele perguntou:
-Pode me explicar que porra estava acontecendo? - O ciúme era evidente em seus olhos verdes envoltos pela máscara negra simples e Astrid conseguiu segurar as risadas e colocar um olhar inocente no rosto.
-Eu não sei. Eu estava aqui, quieta, e ele apareceu, acho que me confundiu com uma prostituta.
Ela sentiu os braços dele a apertar com mais força e a ansiedade começou a borbulhar dentro dela.
Ele olhou para o capanga e o rapaz congelou, temendo a reação do chefe.
-Há quanto tempo você trabalha pra mim? - Perguntou o gangster.
-T-Três m-meses, senhor. - Respondeu o rapaz apavorado.
-E qual é a regra número um dessa gangue?
O rapaz engoliu a seco.
-Sempre terminar um trabalho? - Ele sugeriu e Soluço negou.
-Essa é a regra número três. - Esclareceu o chefe. - Tente de novo. - Ele pediu.
-Sempre obedecer uma ordem? - Ele sugeriu novamente e novamente o gangster negou.
-Essa é a regra número dois. A regra número um é: Nunca. Toque. No que. É meu. Ela - ele apertou mais a loira contra seu corpo - é minha. Isso significa que você não tem permissão para olhar, falar, tocar ou mesmo respirar perto dela, a única coisa que você deve fazer e sair da porra do caminho. Entendeu? - Ele disse, seu tom ameaçador e cheio de veneno. O rapaz assentiu repetidamente.
-S-Sim, senhor. Não vai mais acontecer, e-eu juro.
Soluço sorriu, saiu de perto da garota e deu passos lentos em direção ao rapaz e ele não se atreveu a tentar dar um passo para trás.
-Sei que não vai. - Ele pegou a faca que estava no balcão, a mesma que Astrid usava para cortar a maçã e cortou a garganta do rapaz, que caiu de joelhos no chão antes de morrer afogado no próprio sangue.
A risada de Astrid era a única coisa ouvida na cozinha era a risada da loira enquanto seu belo amante ciumento largava a faca ensanguentada no balcão outra vez e se aprpximava novamente de sua parceira.
-Você é tão ciumento, meu amor. - Ela comentou, ele voltou a pega-la pela cintura e ela colocou ambas as mãos nos ombros dele. - Gosto disso em você. - Ela comentou, aproximando os lábios dos dele, mas Soluço se afastou antes que ela o beijasse.
-Astrid, se alguém, qualquer um, tocar em você, quero que me diga. - Ele mais ordenou do que pediu e Astrid não pôde evitar o sorriso em seus lábios.
-Posso pedir o mesmo pra você, meu amor, - ela sussurrou, acariciando o rosto dele - porque se você sequer pensar em outra mulher, eu juro que corto centímetro por centímetro da maldita vagabunda.
Soluço riu, se duvertindo com o ciúme dela.-Eu adoro quando você fala como uma psicopata...
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Partners in Crime
Fanfiction[LIVRO #2] A relação de Soluço e Astrid é como um sonho e os dois não poderiam estar mais felizes. Entretanto, Astrid logo vai perceber que ser a mulher e parceira de um gangster não é exatamente um conto de fadas e que a Coroa do Crime é muito mai...