Capítulo 3 - Então é isso

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Por Micaela

Enquanto uma longa e grossa camada de algodão cobria o tom azulado do céu, os morros estavam com as pontas cobertas com a névoa, era um dia estranho. A canção dos pássaros não pareciam ser mais as mesmas, as que faziam qualquer um parar o que faziam para admira-las. Talvez era algo da minha cabeça, ou não.

Me arrastei em direção a cozinha, na qual encontrei minha mãe terminando de arrumar a mesa e meu pai sentado enquanto lia seu jornal.

— Bom dia, filha. – minha mãe disse, colocando uma xícara em frente à meu pai. – Como dormiu?

— Bom dia. – minha voz saiu um pouco diferente e logo tratei de limpar a garganta. – Dormi bem.

— Você está bem? – meu pai aproximou-se e tocou meu rosto, analisando-o.

— Estou sim, pai. – falei um pouco surpresa pela sua reação diferente. Era apenas uma falha na voz, talvez uma possível gripe, nada demais. – Não se preocupe. – eu sorri. Ele analisou também minha expressão e afastou-se depois de hesitar.

— Você está muito pálida. – cerrou os olhos. – Tem certeza que esta bem? - assenti.

— Só estou um pouco cansada. – puxei uma cadeira, sentando-me em seguida.

Minha mãe resolveu caprichar novamente no café da manhã, a mesa estava bem colorida, quase todos os dias eram assim, apenas coisas saudáveis. Rapidamente coloquei um pedaço de bolo num prato e despejei um pouco de café na xícara.

— Algum problema, amor? – minha mãe perguntou para meu pai. – Você anda distante ultimamente, o que está acontecendo?

— É apenas algo no trabalho, nada de mais por enquanto. - ele dobrou seu jornal e o deixou sobre a mesa.

— O que aconteceu para você se preocupar tanto assim? – perguntei um tanto curiosa.

— Estamos estudando um novo vírus. – encarou-me seriamente. – Mesmo não tendo descoberto muito sobre ele, achamos que ele possa ser um grande problema em breve. – deu um suspiro e continuou. – Mas não temos muita certeza disso, e, caso ele realmente for uma ameaça, iremos dar um jeito de destruí-lo.

— Vocês irão descobrir sobre o que se trata esse vírus, tenho certeza disso. – minha mãe sorriu.

— Estou com saudades do Liam. - mudei de assunto.

— Todos estamos, querida. – meu pai sorriu levemente. – Mas ele irá voltar logo, logo, não se preocupe.

Mudamos o rumo da conversa novamente para distrair-nos e depois de tomar café da manhã, me despedi dos meus pais, peguei minha mochila do sofá e segui para a escola.

O corredor estava lotado, alunos andavam apressadamente pra lá e pra cá, mesmo eles sabendo que não estavam arrasados. Segurei firmemente a alça da minha mochila enquanto desviava de alguns alunos, até que uma garota esbarrou em mim e, por sorte, consegui pegá-la antes que ela caísse.

— Oh, me desculpe. – ela falou.

A garota era linda. Seus olhos eram azuis, um lindo e raro tom de azul, até cheguei a ver um certo brilho neles. Seus cabelos ruivos e volumosos estavam em um coque mal feito, de um modo que realçava sua beleza.

— Tudo bem, isso acontece. – eu sorri para ela. – Acho que nunca te vi por aqui, você é nova, não é?

— Sou sim. – sorriu levemente. – Estou um pouco perdida, você pode me ajudar? – assenti.

— Venha comigo, te mostrarei a escola. – eu sorri novamente e começamos a caminhar.

Como escola era grande e faltavam poucos minutos para o sinal tocar, nosso tour tinha que ser o mais rápido possível. Eu não tinha certeza se ela conseguia memorizar todas as partes em tão pouco tempo, mas, caso ela não conseguisse, eu poderia mostrar tudo novamente e com mais calma.

My Life (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora