Capítulo 7 - Eu te odeio!

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Por Micaela

As coisas estavam evoluindo, eu achei. Meu pai, mesmo tendo que trabalhar mais que nove horas por dia conseguia aparecer em casa as vezes, raramente mas conseguia. Liam fazia o que podia para se afastar de seus ex-amigos e não cair na tentação novamente. Julie e eu tínhamos  virado melhores amigas – obviamente Matt não gostou muito – e a relação entre Matt e ela crescia, de acordo com ela. Wendel, bom, nos tornamos amigos e, mesmo ambos parecerem gato e rato, ele e Matt trocavam algumas palavras as vezes.

— Pare de se mexer, Taís! – a segurei pelos ombros e voltei a pentear seus grandes e invejosos cabelos negros.

— Mas eu quero bincar, Mi. – resmungou e cruzou seus braços. – Você demora muito.

Taís era uma garota fofa e além de tudo energética, não aguentava ficar cinco minutos parada. Para cuidar dela a pessoa tinha que ter uma paciência fora do comum, o que tenho de sobra as vezes. Ela era uma miniatura de sua mãe.

— Nada disso mocinha. – ajeitei delicadamente o laço no topo da cabeça dela. – Você já brincou demais e agora você tem que dormir.

— Eu não sou nenhum bebê!

— Sério? – a fitei. – Está agindo feito um. – ela suspirou.

— Hey. – Matt pareceu na sala sem sua camisa.

Não tenho dúvidas de que eu corei, e virei meu rosto rapidamente. Não importa o quanto eu o via ou o quanto éramos amigos, eu sempre corava quanto ele estava sem blusa. O porquê de não ter me acostumado, sinceramente, não sabia.

— Vejo um monte colações saindo de sua cabeça, Mi. – escutei a risada dela.

Isso tinha como ficar mais constrangedor?

— Matt, diz pra Mi que eu quelo bincar. – fez bico novamente. Ela e seus bicos eram inseparáveis.

Mi, deixa ela bincar. – fez uma voz fina e foi se aproximando. A última coisa que eu queria naquele momento era a aproximação de um Matt sem camisa. – Ou... – foi interrompido por uma almofada que acertou sua cabeça. – Ai!

— Não goto de papagaios. – ela deu língua para ele, e Matt mudou seu rumo, seguindo para cozinha.

— Ótimo, vai ficar sem brincar então.

— Não! – ela rapidamente pulou o sofá e agarrou o pulso de Matt. – Discupa.

Eles eram uma bela dupla da bagunça, Taís e Matt. Ele realmente parece mais criança do que a própria irmã. Me joguei no sofá, desconfiando do breve silencio de ambos na cozinha. Eles costumam ser barulhentos e quando ficam quietos de repente, estavam aprontando alguma na certa.

Mi, se prepara para o ataque de cosquinhas – ela apareceu na porta da cozinha.

Sabia, eles estavam aprontando uma, como sempre.

— M-matt eu acabei de dar banho em sua irmã, você acha que eu sou louca de deixa-la se sujar novamente? – Matt estava realmente me deixando sem jeito.

— Por que gagueja? – Taís perguntou. – Quem está agino feito um bebê agola? – riu e me olhou desafiadoramente com as mãos na cintura.

— Um. – Matt começou a contagem.

Esses dois sabiam muito bem ser chatos quando queriam.

– Nove. – Taís ajudou.

Abri a porta da sala e agilmente sai dali, deixando dois teimosos sozinhos e seguindo para o jardim da frente. O jardim, assim como a casa, era médio e muito aconchegante. Era coberto por uma grama pequena e com um lindo tom de verde, a média cerca branca contornava o jardim e impedia a passagem de Taís para o perigoso e movimentado asfalto. Possuía apenas três árvores grandes, onde a pequena garota adorava brincar, além de sua gangorra.

My Life (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora