Por Micaela
Me joguei no sofá, ainda com minha mochila nas costas. Essas aulas estavam me deixando exaustas, pareciam estar mais do que antes.
— Tire seus sapatos sujos do sofá! – Liam deu um tapa na minha perna.
Resmungando, o obedeci. Afinal, eu não queria deixar o sofá marcado e muito menos escutar minha mãe reclamando em meus ouvidos por causa de um pequeno erro meu. Logo meu celular vibrou, o peguei e vi uma mensagem de Matt. Me senti aliviada pois, por um momento, achei que ele estava bravo por algo ridículo. Ele não foi a escola hoje, não atendeu minhas ligações e nem respondeu minhas mensagens, isso me deixou muito preocupada. Não pude ir na casa dele, pois andei bem ocupada aqui em casa.
[ Matt - 12:37] Oi, aqui é Suzie, você pode vir aqui em casa rápidinho?
E lá se foi o alívio. Mandei uma mensagem a avisando que eu já estava indo e desliguei o celular.
Depois de avisar Liam sobre minha saída rápida, sai de casa as pressas, chegando na casa de Matt ofegante. Toquei a campainha e a porta não demorou para ser aberta e vi Suzie, a mãe de Matt.
— Olá minha querida, entre. – ela me deu passagem. – Faz tempo que você não vem aqui. – fechou a porta e me abraçou.
— Sim, é verdade. – sorri, um pouco sem graça. – Aconteceu alguma coisa?
— Eu estou precisando de sua ajuda. – bateu levemente sua mão no sofá do seu lado, indicando para sentar-me, e assim fiz. – Você sabe que passei por um grande aperto nesses meses e agora, finalmente arranjei um emprego.
— Isso é bom. – sorri sincera.
— Sim. Mas eu não tenho condições pra deixar Taís com nenhuma babá por enquanto. – suspirou – Você pode cuidar dela a tarde?
— Sim, claro que posso. – ela sorriu, parecendo aliviada. – Onde está o Matt? – perguntei um pouco curiosa, percebendo a casa silenciosa de mais.
— Ele foi dar uma volta com a Taís. Eu estava fazendo chá pra mim, você quer?
— Sim. – nos levantamos e seguimos até a cozinha. Sentei-me na cadeira e apoiei meus braços no balcão, observando Suzie fazendo o chá.
É incrível o quão o amor pode construir a vida de uma pessoa e ao mesmo tempo destruí-la. Tantas pessoas querendo ter um amor, procurando serem preenchidas por completo por outra pessoa, e outras pessoas querendo afastarem-se desse tal amor, mantendo-se aprisionados com medo de saírem machucados, tanto fisicamente, quanto mentalmente. Não sei em qual dessas duas opções eu me encaixo, espero que em nenhuma.
Suzie sofreu durante anos por um homem viciado em bebidas e mesmo odiando essas coisas, ela o amava. Ele era rude, tarado e viciado, mas mesmo assim, ela o amava. Quem ama cuida. Mas esse não foi o caso de Robert, seu ex-marido, que além de trai-la, casou-se com outra mulher e formou outra família. Suzie havia entrado numa depressão profunda por causa disso, e desde então começou a ter ódio desse sentimento, desse tal de amor. Matt era muito novo e procurou a ajuda de minha mãe e nós a ajudamos de todos os jeitos possíveis, e isso durou meses mas no fim conseguimos, a tiramos do fundo do poço, chamada depressão, e ela quase voltou ser a mesma de antes.
Você pode até se esconder, mas quando esse sentimento te achar ou te pegar desprevenido, será como um tiro, rápido e certeiro.
— Sabe. – ela pegou duas xícaras no armário e despejou chá em uma delas. – Matt não chegou muito bem depois da escola ontem, aconteceu algo entre vocês? – entregou-me a xícara.
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My Life (PAUSADA)
Teen FictionEssa é a história da Micaela, uma garota jovem de cabelo rosa. Uma família amorosa, um melhor amigo incrível e um amor grande pela leitura. Mas, de repente, coisas estranhas começam a acontecer. Tudo começou com um simples beijo em seu melhor amigo...