Capítulo XXIX

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Narrado em primeira pessoa.

Rachel Collins.

Aquilo entre eu e Dean foi inesperado, confesso. Mas ficaria na minha memória para sempre. Eu estava deitada em seu peito, nós havíamos tomado banho, nos trocado e estávamos na sala vendo tv, apenas esperando pelo pessoal para começar. Dava até um frio na barriga de lembrar sobre isso, eu, Mel e Gabe ficaríamos desprotegidos, apenas andando que nem baratas tontas pela cidade. Mel e eu ficamos mais próximas, já que somos as únicas mulheres do grupo, acabamos que se juntando e virando amigas. Ela me lembrava de Jéssica. Eu sentia que ela iria virar uma grande amiga para mim, e eu queria muito isso.

Sam e eu também nos aproximamos mais ainda. Eu o considerava como meu irmão mais velho, contava as coisas a ele, e ele me contava as coisas também. Compartilhei com ele sobre Dean, mesmo ele já sabendo, ficou animado por saber que Dean havia se declarado de uma vez por todas. Eu ri quando ele me contou isso, ele tentou imitar Dean e foi engraçado.

Castiel e eu estávamos como antes, ele me dava todo apoio que eu precisasse. Me ensinou algumas coisas que ele conseguia fazer e eu também, ele ficou feliz quando eu consegui com que eu mostrasse minhas asas. Ele era como um pai para mim, é estranho considerar Castiel como pai, mas com ele me ensinando as coisas e me orientando, me lembrou meu pai. Zac era a mesma coisa, me orientando com tudo e tendo o comportamento de me tratar como uma rainha. Bom, eu tecnicamente sou mas não me considero como uma, porque, aliás, eu nunca quis isso.

Gabriel estava diferente. Ele estava mudado. Mas mesmo assim, brincou comigo como sempre, me apoiou como nunca, mas era só Dean chegar perto que ele se transformava. Eu queria entender ele, conversar e saber o que ele sente. Querendo ou não, ele mentindo para mim e apagando algumas coisas da minha mente abalou muito nossa amizade. Posso até dizer que não confio muito mais nele que nem confiava, foi como uma faca no coração quando descobri aquilo. Mas eu havia o perdoado. Eu queria que nossa amizade voltasse como era antes. Mesmo com ele mudado, eu iria considerar ele como meu amigo o resto da vida.

Uma sensação invadiu meu corpo, fazendo que eu levantasse. Dean não entendeu porque e senti seu olhar em mim. Outra sensação. Fiz com que meu arco aparecesse nas minhas mãos e as flechas na minha cintura. Dean havia entendido o recado e pegou uma arma, destravando a mesma. Tentei me concentrar no som. Nada. Outra sensação, mais forte. Peguei uma flecha e coloquei no arco, fui andando para a escada. Outra sensação, mais forte. Apontei para Dean na escada e começamos a subir. Eu cobria a frente enquanto ele cobria atrás. Era uma sensação que eu já tinha sentido, como se eu conhecesse de algum lugar. Entrei no quarto da Mel, havia alguém procurando algo. Procurando alguém. Quem quer que fosse, sentiu minha presença, jogando uma adaga Negra em mim. Desviei e atirei uma flecha, acertei de raspão na perna. A pessoa se jogou da janela e eu fui atrás, pulando logo em seguida. Ouvi Dean gritar meu nome antes do meu corpo entrar em contato com o chão. Caí em pé e fui atrás da pessoa que correu para os fundos da casa. Parei e mirei uma flecha, acertei em cheio na perna, mas a pessoa ainda continuou a correr, fui atrás dela e consegui alcançar, a derrubando e mirando novamente só que na cara da pessoa:

- Revele quem se esconde atrás desse capuz - Disse e ouvi minha voz mudar, ficar um pouco mais grave e forte. O que foi isso?

Vi na minha visão panorâmica que Dean havia chegado com o pessoal. Todos eles estavam preparados para qualquer coisa, e eu também estava. A pessoa tirou o capuz, mostrando ser um homem não muito velho, pele clara, olhos marrons e loiro. Eu nunca havia visto ele em toda minha vida mas essa sensação não me era estranha. Eu saí de cima do cara, ainda em alerta, ele levantou a partir que minha mira subia:

- Quem é você? - Disse mas dessa vez minha voz estava no meu tom normal. Talvez fosse apenas a adrenalina.

- Me chamo Andril. Ana, é você? - Ele pergunta, tentando me reconhecer. Automaticamente lembro das palavras de Mel sobre ele, anjo branco. Baixo a guarda e todos também me acompanham. Gabriel vem até mim, colocando a mão em meu ombro, para que eu relaxasse.

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