Capítulo II

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Depois de ter conversado com Will, Rachel foi para o trabalho. Ela teria que pegar alguns papéis para a investigação de Jess, já que os pais dela a escolheram para ver todos os tipos de papéis que ela poderia mexer em questão judiciária. Ela foi caminhando até chegar em seu escritório, Will até ofereceu uma carona mas ela negou, pois sabia que ele estava morto de cansaço e precisava de um descanso. Da cafeteria até seu escritório era longe, mas ela precisava de um tempo sozinha com ela, depois de ter visto sua melhor amiga morta. 

Rachel estava andando quando passou na frente da delegacia. Lembrou de seu pai, ele era policial. Ela até tentou ser uma, mas, aquilo não era para ela, foi policial durante um ano e meio, desistiu e foi para o lado de direito. Um lado mais pacífico, sua mãe dizia. Ela sentia falta de seus pais, seus irmãos. Sua mãe tinha uma confeitaria na cidade onde morava, Austin, Texas. Seu irmão, Tyler decidiu que iria seguir os passos do pai, hoje ele trabalha no FBI. Deu mais alguns passos até que ouve alguém lhe chamar:

- Senhorita Collins? - Rachel olhou para trás, e viu um dos agentes.

- Ah, oi - Arruma o cabelo, de modo nervoso.

- Está tudo bem, senhorita Collins? - Ele perguntou.

- Sim, está tudo bem. Eu estou com um pouco de pressa, preciso ir ao meu escritório - Rachel diz colocando as mãos em seu casaco.

- Eu te levo, não tem problema - Ele sorri.

- Não, seria um incômodo - Ela devolve o sorriso.

- Eu insisto, Senhorita Collins 

- Por favor, Rachel - Ela sorri e ele também.

Rachel entra em um Impala 67 preto. O agente entrou e ela foi no passageiro. Ela não estava confortável ali, ela sentia que ele escondia algo dela:

- Você pode pegar a direita, daqui quatro ruas, vira a esquerda - Ela dá um pequeno sorriso.

- Rachel, queria pedir desculpas pelo ocorrido mais cedo - Ele fica meio sem jeito - Eu estava de cabeça cheia, me perdoe.

- Tudo bem, eu também devo desculpas - Ela sorri.

- Não, foi justo o que você fez, apenas devolveu minha grosseria.

Eles ficaram em silêncio. Nenhum dos dois falavam algo, Rachel começou ter picos de dores de cabeça. Não pode ser, pensou ela, de novo não. Sua cabeça começou a girar, ela colocou sua mão em sua perna e começou a apertar, na esperança que isso passasse:

- Tá tudo bem? - O agente olha para a perna dela e depois para ela.

- Sim, está - Mente.

Estava tendo mais um surto em menos de 3 horas, isso não podia ser real. Ela começou a ouvir vozes, gritando muito, mas dessa vez ela as ouvia. Começou a ficar cada vez mais alto, as pessoas pediam ajuda, pediam por misericórdia. Ela colocou as mãos em sua cabeça, ela doía muito, e tudo girava. Piscou com força e depois de alguns segundos, abriu de novo, era outra coisa, ela não estava mais dentro do Impala, ela estava em uma sala, sozinha, e completamente branca. Olhou tudo em volta, mas ninguém estava com ela. Começou a ouvir um zumbido, e só ia aumentando. Ela viu um cara de terno, com um sobretudo bege por cima, tinha cabelos escuros e olhos azuis, estava falando algo, mas cada vez que ele chegava perto, o zumbido aumentava. Rachel tentou dizer algo mas nada saia de sua boca, sentiu algo sair do seu nariz, estava sangrando. Ela começou a apertar suas mãos contra seus ouvidos e abaixou a cabeça, estava começando a chorar. Sentiu alguém que estava a abraçando, passando a mão em sua cabeça e a chamando:

- Rachel, está tudo bem. Eu estou aqui, sempre estive, você precisa se acalmar - Era a voz do agente Smith.

Ela piscou de novo, se concentrou na voz de Smith. Olhou em volta, e viu que estava no seu local de trabalho, seu escritório. Seus olhos percorreram até os olhos verdes do agente, que olhava para ela:

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