A Filha de Deus

Capítulo XXIV

Pov's Rachel Collins.

Nebraska.

Eu contei tudo e cada detalhe sobre a red and black mission, eu sabia que ele era a pessoa em quem eu sempre poderia confiar. Eu não havia conversado sobre eu ter ido embora e deixado ele, eu não tive coragem, ainda mais depois que ele me beijou. Eu estava com medo de começar essa conversa e as coisas saírem fora dos trilhos, acabando com tudo. Mas, alguma hora eu teria que falar. Ele apenas me escutou, com toda paciência do mundo e ficou limpando minhas lágrimas que escorriam pelas minhas bochechas. 

Depois disso, eu tomei um banho e coloquei algumas roupas de Melissa que por incrível que pareça, cabia certinho a mim. Fiz um coque frouxo antes de sair do banheiro, escovei os dentes e sai, encontrando Dean na cama, deitado olhando para o teto:

- Já saiu? - Dean perguntou sem tirar os olhos do teto.

- Aham - Confirmei guardando minha roupa no guarda-roupa que havia lá, junto com o meu armamento. Fechei a porta e peguei meu celular, indo na direção da cama. Sentei do lado do Winchester, que apenas virou o rosto para mim, fazendo um pequeno sorriso.

- Você falou com seus pais depois que você desapareceu? - Dean perguntou desviando o olhar de mim.

- Não, fazem semanas que eu não falo com eles. Apenas os observo - Confessei a ele. Depois que eu descobri sobre meus poderes, eu me teleportava para ver meus pais, secretamente. Quando vi que eles iriam ligar para a polícia, mandei uma mensagem que eu estava bem e que não tinha rede para responder as mensagens. Graças a meu Pai eles acreditaram - Sobre isso, eu preciso pedir desculpas a você - Dean voltou seu olhar em mim, mas permaneceu calado - Eu estava sobrecarregada, eu não deveria ter feito aquilo. Eu via seus esforços e de Sam para me encontrar, mas eu queria um tempo para absorver tudo, e eu espero do fundo do meu coração que você entenda. Eu não quero que você... - Antes que eu pudesse terminar, Dean se levantou e me puxou para um beijo. 

Ah, Dean Winchester, se você soubesse o que você causa em mim com esses seus beijos. Era o segundo e eu queria muito mais, queria aquilo pro resto da vida:

- Você não vai me deixar me desculpar com você, né? - Pergunto a ele, rindo quando nos separamos.

- Eu já te desculpei, Rachel. Eu entendo tudo, de verdade. Eu apenas queria você de volta, e eu consegui - Ele me puxa para outro beijo mais intenso.

Gehenna.

Eu fiquei horas com Castiel dentro da biblioteca, chorando. Eu me sentia traída, como se tudo desmoronasse em cima de mim, mais uma vez. Antes de sair, eu fiquei encostada no peito de Castiel, ele me abraçava e conversava comigo. Helena entrou dizendo que eu estava na hora do meu banho, pois eu iria entrar em uma conferência com o povo de Yonda, ishins da água. Me despedi de Castiel e mandei ele ficar no mesmo quarto que eu havia encontrado ele, pois eu queria que fosse comigo. Ficamos em silêncio total, até chegar nos meus aposentos. Era tão estranho e novo para mim, ser chamada de majestade e ter um palácio com súditos que nem os filmes. Eles evoluíram junto com a humanidade, mas ainda usavam reis e rainhas para guia-los. Era tudo novo para mim, apenas. Eu entrei no banheiro, tomei meu banho não muito rápido e nem tão demorado. Saí do mesmo, havia cortinas que separavam meu quarto com o banheiro, Helena apenas estendeu a toalha pela cortina e eu a peguei. Ouvi passos dela até minha cama e fui até o longo vestido medieval que eles ainda preservam. Ele lembrava muito ser da época medieval, mas era mais moderno, digamos assim. Ele era todo vermelho, tomara que caia, era justo até a cintura, depois descia ainda vermelho, um pouco rodado. Comecei a me enxugar quando Helena me chamou:

- Majestade - Helena disse um pouco tímida.

- Pode falar - Respondo.

- Eu queria dizer a vossa majestade que eu nunca aprovei o que fizeram com a senhora. Eu poderia estar falando isso para a senhorita não ter raiva de mim, mas eu estou falando do fundo do meu coração - Helena disse. Eu estava colocando o saiote que deixava o vestido um pouco rodado - Antes de trabalhar no palácio, eu era uma Querubim, como sua irmã era.

- Aria não é minha irmã - Digo relembrando de Ana. Como você faz falta.

- Desculpe, majestade - Helena se desculpa. Eu vou até ela, segurando o vestido pelo meus seios para ela fechar atrás para mim - Uma vez, eu e minha irmã, fomos em uma missão muito delicada. Nossa comunicação falhou e nós ficamos por dois meses mantidas como reféns, até que eu consegui escapar. Voltei para casa, fui pegar o relatório daquela missão um dia, descobri que era parte do plano me deixar lá com minha irmã. Tinham que abandonar alguém para que a missão fosse concluída com muito sucesso - Ela terminou de falar no mesmo tempo que havia terminado de fechar o vestido. Me virei para ela, que me encarava com uma feição de ódio e tristeza, nesse momento foi que minha ficha caiu.

- Eu sinto muito pela sua irmã, Helena - Digo pegando em sua mão, fazendo que ela voltasse seu olhar em mim.

- Eu sei que sente, rainha. Só queria deixar claro que eu não tenho nada a ver com essas coisas mais, e que eu entendo a senhorita - Helena me puxa até uma cadeira perto de uma penteadeira, eu sento na mesma e ela começou a mexer em meu cabelo ruivo.

Nebraska.

Acordei assustada, com o barulho de alguma coisa caindo. Eu estava sonhando com Helena, eu sentia falta dela, ela foi minha amiga naquele lugar. Lembrei de Dean, que estava comigo antes de dormir. Nós ficamos se beijando até que as coisas entre nós começaram a esquentar, mas antes que eu e Dean fizéssemos algo a mais, Gabriel entrou no quarto, alegando que estava perdido e não sabia onde iria dormir. Eu sabia que ele fez isso porque ele quis, eu o conhecia  muito bem. Depois disso, conversamos sobre coisas aleatórias e dormimos na mesma cama. Sentei na cama e me virei para o lado, procurando Dean, ele não estava do meu lado. Ouvi um barulho de porta se abrindo e vi Dean sair dela, com outra troca de roupa e com a barba feita do jeito dele:

- Bom dia - Dean disse fechando a porta - Acho que te acordei, eu derrubei algumas coisas no banheiro - Ele começou a dizer mexendo na sua mochila.

- Bom dia, que horas são? - Pergunto me levantando e espreguiçando. Olhei no relógio e eram dez horas. Senti alguém me abraçar por trás, me dando um beijo no pescoço, me virei para Dean e ele estava sorrindo - Que foi? - Ele apenas deu uma risada baixa nasal e me abraçou.

- Só não te beijo porque você acabou de acordar - Ele diz no meio do abraço e eu acabo rindo - Eu senti sua falta, Rachel. Muito mesmo.

- Eu também, Dean - Falei soltando do abraço e olhando em seus olhos verdes.

- Nós vamos sair para procurar mais pistas sobre os assassinatos - Dean disse me observando andar para o banheiro.

- Nós? - Perguntei franzindo o cenho.

- Nós - Dean confirmou - Sam vai ficar com Melissa e Zac.

- E o Gabriel?

- Infelizmente vai com a gente - Dean sorri ironicamente.

- Você tem que se acostumar com ele, Dean - Falei dentro do banheiro - Ele cuidou de mim todo esse tempo. E eu já perdoei ele.

- Tudo bem, vou fazer isso por você, baby - Dean disse - Vou descer para tomar café, te encontro lá.

- Tudo bem.