Às vezes paro e penso nessas casas - precárias e instáveis - que não foram pensadas para abrigar gente.
Elas são simples construções, maldições.
Criadas para iludir, querem, tentam, mostrar que quem um dia foi posse,
Agora tem o direito de possuir.
Para não afetar os conceitos, não me chame de escravo - a elite reclamará e olhará com tom de maldade.
Olhe, diga e reconheça:
Sou apenas refém da minha própria liberdade.
Se perguntares de que eu me alimento,
Respondereis:
Me alimento de esperança!
Esperança de que cada criança do morro possa construir seu mundo novo, sem as correntes da história,
Mas que sempre tenham em mente a luta, a garra e a memória dos ancestrais e,
Portanto,
Que não permitam o ecoar da voz de qualquer capataz.
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Escrevo, logo existo
PuisiA vida me fez poetisa. Enxergo poesia na política, no bar, na vida, na rua. Escrever é definitivamente a minha cura! Vago pela vida tentando entender o sentido de tudo e, depois de me embriagar com tantas sensações, na minha ressaca, vomito palavras.