Pingos de dor Preenchem o peito, o velho ar preso ao corpo rejeita o despertar da mente.
Figuras embaçadas forma-se no olhos, um clarão pede seu foco ao topo da parede.
Pensamentos atropelam-se, um após outro, sentimentos receiados escondem-se ao canto da parede com a cabeça baixa.
Ao escutar ao longe, metais tocando tremidos, observo uma pessoa carregando se um objeto brilhante.
Puxou meu braço para si, carregando em meio de um corredor, cheios de quartos com vidros, vejo uma pessoa em pé. Rosto sangrento, marcas de cortes, que só com suas lágrimas foi possível de o reconhecer. Um amigo.
Sou posto em uma sala toda fechada, com apenas a luz a preenchendo e a deixando mais vazia.
Meus olhos balançam de um lado para o outro. Ouço O abrir da porta novamente, agora meu amigo está junto do homem que me trouxe.
Meu amigo sentou-se a minha frente, e lhe perguntei o que está acontecendo, apenas seus olhos inchados souberem me responder com o silêncio, não feito por sua boca.
O homem disse: - Vocês se machucaram sem mesmo tocarem um ao outro, mas se feriram do pior jeito possível, seus rostos banhados ao sangue não foi eu quem os feriu, apenas a tortura psicológica que um despertou ao outro. Viver proferindo palavras desprovidas do amor, viver falsos sorrisos, só lhe causaram nada além da pura dor. Agora, precisam decidir qual dos dois irá viver, pois enquanto os dois coexistem não haverá verdade, amor e felicidade que se afloreça entre vocês.
Puxou de sua cintura uma lâmina, e a largou em cima da mesa e, disse: -Agora um vai sentir qual das dores existentes é a pior. Escolham.
Meus olhos tremiam aos detalhes da adaga, mas haviam outros olhos que estavam em mim, não sei o que falar a eles.
Até que digo ao meu amigo: - Me desculpe por fazer tudo isso a você, a culpa é minha, eu que forçei tudo desde o começo, estava me sentindo sozinho e fiz aquilo que não queria fazer, falei aquilo que não queria dizer, finalmente, aceito o resultado dos meus erros.
Cada lágrima descendo ao seu rosto, escurecia o seu olhar, parecia que estava forçando o seu corpo a morrer. Não podemos continuar desse jeito.
Eu disse: - Quero que comece a viver sem mim, eu aceito. Isso você merece.
Ele alcançou o brilhoso metal, seu braços estavam fracos, desprendeu-se da cadeira, começou a se aproximar de mim, cada passo ruia de dentro para fora no meu coração. O peso do ar me paralisou junto ao seu abraçou. Um sorriso abre espaço ao meu rosto, por agora estar sentindo algo realmente verdadeiro. Sua alma perdida em seus olhos vazios me encararam pelo último segundo.
Ergueu a faca ao topo da cabeça, meus olhos presos ao dele não fecharam por sequer nenhum segundo.
Ao descer a faca, não a sinto, pois ele acertou o seu peito. Permaneço com meus olhos abertos e, muitas gotas de seu sangue escuro se prende neles.
Choro sangue ao ver seu corpo tombar ao chão. Dobro meus joelhos a ele, e quando procuro o homem que também estava aqui, mas nada, era apenas nós dois na sala, a fala dele estava presente em cada uma de nossas mentes, simplesmente sabíamos que tínhamos que nos separar.
Mas se eu não vou ser infeliz com ele, não quero ser feliz com mais ninguém.
Retiro a faca cravada ao seu peito, e com ela pingando vermelho, desfiro-a ao meu pescoço.
Corpos lado a lado, olhos presos a um sentimento. O verdadeiro amor teve o seu descobrimento.