Capítulo 3

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(Blair’s POV)


– Tô ficando gorda.

– Hã?

Ouvi Zayn soltar uma risada curta, e o olhei com ceticismo.

– É sério! – resmunguei, sem me importar com o vento que bagunçou meus cabelos ao entrar pela janela quando virei minha cabeça na direção dele – Olha!

Levantei minha blusa até expor minha barriga, e o fato de estar com os pés sobre o painel do carro só piorava a situação calamitosa de minha gordura localizada.

– Nossa... Sua nojenta, sai do meu carro – ele disse, cheio de sarcasmo ao me olhar, mas antes de direcionar seus olhos para a frente algo chamou sua atenção em minha cintura, fazendo-o franzir a testa – Esse hematoma é obra minha?

– Acho que sim – respondi distraidamente enquanto ele voltava a focar sua atenção no trânsito quase inexistente, pressionando o pequeno roxo em minha pele e sentindo-o um pouco dolorido – Mais um pra coleção.

Zayn deu um charmoso sorriso de canto, daqueles que faziam uma febre inexplicável subir pelas pernas, e eu baixei a barra da blusa, frustrada com as reações idiotas que meu corpo demonstrava por quase tudo que ele fazia.

– Sua pirralha – ele falou, revirando os olhos por detrás dos óculos escuros, e eu, indignada, lhe dei um soquinho no ombro – E nem adianta querer dar o troco, porque além de pirralha você é fraca.

– Eu consegui deixar a marca dos meus dedos no seu braço uma vez! – lembrei, tentando não rir das provocações dele – Você mesmo assumiu que ficou dolorido.

– Não me lembro disso – ele rebateu na mesma hora, mentindo descaradamente.

– Argh, você me tira do sério! – exclamei com os olhos cerrados, dando vários tapas em seu braço antes de cruzar os meus e olhar na direção oposta à dele – Não quero mais falar com você.

– B? – ele chamou, sem receber resposta imediata. Fiz bico, irritada com a facilidade que ele tinha de me irritar (não de um jeito sério... na verdade era até divertido, se é que isso existia), e percebi que ele olhava meu reflexo no retrovisor do carro.

– Que é? – rosnei, sem conseguir evitar que meus lábios formassem um sorriso contrariado em meu rosto, e o vi sorrir de volta enquanto reduzia a velocidade.

– Chegamos.

Virei meu rosto na direção do dele, subitamente séria, e ele fez uma curva, parando diante de um alto portão de metal que interrompia uma cerca viva igualmente imponente.

– Bom dia, senhor – um homem sorriu cordialmente ao reconhecer Zayn, que retribuiu o cumprimento com um aceno de cabeça, e permitiu que entrássemos na propriedade. Engoli em seco ao ver a mansão, precedida por uma extensa área verde.

– Bem vinda à casa dos meus pais – ele anunciou com certo embaraço, parando a poucos metros da porta.

Respondi com um sorriso indeciso entre ansiedade e alegria. Estava na hora de finalmente conhecer sua família.

Assim que o ronco do motor cessou, uma senhora saiu pela porta da frente do casarão, sorrindo docemente ao nos ver.

– Querido! – ela suspirou, caminhando até Zayn, que saiu do carro direto para seu abraço.

– Oi, mãe – o ouvi dizer enquanto também deixava o automóvel. Não consegui conter um sorriso ao ver os dois se cumprimentando tão carinhosamente.

– Fizeram boa viagem? Minha nossa, como você está magro. Está com fome? O almoço está quase pronto – ela disparou, acariciando o rosto de Zayn enquanto o examinava de cima a baixo e depois olhando para mim conforme eu contornava o carro até parar ao lado deles – Oh... E você deve ser a famosa Blair.

Biology II • ZMOnde histórias criam vida. Descubra agora