Capítulo 17

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A primeira coisa que senti ao despertar, antes mesmo de abrir os olhos, foi um braço ao redor de minha cintura, e uma mão sob a blusa de meu pijama. Um certo pânico se apoderou de mim durante os primeiros segundos de lucidez, nos quais ainda não havia me dado conta de meus arredores, e principalmente, de quem dormia ao meu lado, respirando suavemente contra minha nuca. 

A segunda coisa que senti, ao erguer as pálpebras, foi um perfume familiar, acompanhado de uma voz familiar, que instantaneamente a desanuviar minha mente e enviou uma onda de alívio por todo o meu corpo. 

– Bom dia. 

Me virei na cama o mais rápido que minha sonolência permitiu, deparando-me com um Zayn desgrenhado e com apenas um olho aberto. Ao ver meu rosto, ele abriu um sorriso fraco, que, apesar de lindo, tinha como principal característica preocupação. 

– Bom dia – murmurei enfim, com a voz rouca pelo desuso. Zayn examinou meu rosto contorcido pela claridade por alguns segundos antes de voltar a falar. 

– Como está se sentindo? – ele perguntou, acariciando meu quadril com o polegar – Conseguiu descansar um pouco mais? 

Assenti, me lembrando da interrupção em meu sono no meio da noite: um pesadelo horrível, em que eu me encontrava naquela mesma situação, acordando de manhã... 

Mas não era Zayn quem me abraçava. 

Estremeci só de lembrar. Ele pareceu perceber, pois me puxou para ainda mais perto de si, como se nossa proximidade fosse uma forma de me afastar de todos os pensamentos ruins. E de certo modo era.

– Você parece mais cansado do que eu – comentei, franzindo levemente a testa ao finalmente conseguir focalizar sua expressão – O que houve? 

Zayn balançou negativamente a cabeça. 

– Está tudo bem, não se preocupe. 

Cerrei os olhos, sabendo que havia uma parte da resposta que ele estava omitindo, e que não demorou a vir quando ele percebeu que eu não desistiria tão facilmente. 

– Não consegui dormir direito... Você sabe que eu sou assim, perco o sono às vezes. Só isso. 

Respirei fundo diante de sua resposta, e decidi não questionar mais. 

– Tudo bem... Foi um dia difícil, eu entendo – falei, acariciando seu rosto com todo o carinho do mundo – Sinto muito por te causar tanta preocupação. Eu nunca quis... 

Ele segurou meu pulso com delicadeza assim que percebeu o rumo que a conversa tomava, e eu entendi o recado, abandonando minha frase incompleta. 

– Não faz isso – ele murmurou, agora me encarando intensamente, sem vestígios de sonolência – Não faz... Você não me deve nenhuma explicação. 

Engoli o resto de minhas palavras e apenas assenti novamente. Sorri ao vê-lo virar o rosto na direção de minha mão e fingir que a morderia, sabendo que arrancaria pelo menos um risinho de mim com sua criancice. 

– Assim está melhor – ele sorriu de volta, orgulhoso de seu feito, e antes que meu rosto ficasse ridiculamente vermelho como sempre ficava quando ele me elogiava, uni meus lábios aos dele num beijo rápido, porém sincero. 

– Senti sua falta – murmurei, com o rosto ainda bem perto do dele – Muito. 

– Pensei que nunca fosse dizer – ele brincou, e antes que eu pudesse protestar, roubou outro beijo, que dessa vez durou tempo suficiente para que eu conseguisse me colocar sobre ele na cama. Ao perceber o rumo que estávamos tomando, no entanto, ele respirou fundo e partiu o beijo. 

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