Capítulo II

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• Chris Walker •

Eu tinha a vida perfeita. Era o homem mais feliz do mundo. Casei com a mulher dos meus sonhos, Solange Vilela. A minha vida era incrível. Tinha uma linda mulher, um emprego sensacional, bons amigos e sendo um Walker dinheiro nunca foi problema. Só faltava uma coisa. Um sonho meu, um filho.

Tentamos por anos sem sucesso e, sinceramente, não foi falta de tentativas.

Até que um amigo de infância, Josh Garland, me aconselhou a fazer alguns exame. Eu fiz sem que a Sol soubesse. Um tempo depois o resultado foi que eu não poderia ter filhos.

Depois de receber o resultado dos meus exames não tive coragem para contar a ela, pelo contrário, fui me afastando com vergonha e medo de uma rejeição

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Depois de receber o resultado dos meus exames não tive coragem para contar a ela, pelo contrário, fui me afastando com vergonha e medo de uma rejeição. O resultado me deixou devastado, mas a descoberta da verdade sobre a mulher com quem havia me casado meses depois foi ainda pior.

Meses depois do resultado dos meus exames encontrei um teste de gravidez na lixeira do nosso banheiro, o resultado era positivo. Quando sai do banheiro e a vi deitada na cama, tão linda e tranquila, a mulher da minha vida grávida, mas de um filho que não é meu. Eu sou a porra de um homem que não é capaz de fazer um filho. O ódio e a raiva me consumiam.

Peguei uma mochila e saí de casa, parei no primeiro bar aberto que encontrei e bebi por horas. Josh foi quem me encontrou horas depois. Quando eu contei o que tinha descoberto ele revelou que tinha um caso de anos com Solange.

Ele e Sol, juntos! Eu perdi a minha mulher e o meu melhor amigo num único dia. Depois de ouvir ele falar sobre o amor deles e a falta de intenção em me machucar, eu perdi a racionalidade. Soquei o Josh e só parei quando três homens me tiraram de cima dele. E se isso não tivesse acontecido, com certeza, eu teria o matado.

Depois disso eu saí do país. Eu fugi para o outro lado do mundo, mas não longe o bastante dos meus sentimentos por ela. Eu não tinha um plano, apenas precisava fugir daquilo tudo, deles, da criança, da família que eles iriam construir, a família que deveria ser minha. O meu sonho.

Isso já faz dois anos. Mas agora eu estou de volta porque quero pedir o divórcio. Eu não sei porque ela não pediu ainda. Talvez seja pelos benefícios de ser a Sr. Walker. Afinal, ela é uma golpista.

Acabei de chegar em Sydney e já fui me colocando a par dos projetos da ONG. Passei os dois últimos anos trabalhando quase que 24 horas por dia, quanto mais trabalha tinha menos pensava nela.

Agora que voltei não será diferente. Por isso fui logo para o cais. Fui recebido como se fosse um fantasma. Era de se esperar, dissimulada como a Solange é, deve ter feito todos pensar que ela é a vítima. Vagabunda.

Estamos com 15 minutos de atraso, já deveríamos estar em alto mar, pelo que parece falta uma pessoa da equipe. Cerca de 5 minutos depois escuto a voz dela no barco. Eu não sei quantas vezes imaginei como seria esse reencontro. Desde a manhã que descobri a gravidez dela, depois a traição, eu fui embora.

— Tá atrasado Sol — escutei quando Michael disse a ela.

— Eu sei, eu sei, me desculpe mas estão todos aqui já? Podemos ir então? — ela respondeu Michael e eu fui me aproximando deles.

— Ah, Sol… eu esqueci de te avisar uma coisinha —  ela o olha confusa — Eu juro que não sabia que ele vinha, na verdade ninguém sabia nem que ele tinha voltado… — interfiro na conversa dos dois.

— Bom dia minha querida esposa — digo em tom irônico chamando a atenção dos dois que se viram para a minha direção

Ela me olha chocada e atentamente, como se não acreditasse na minha presença ali. Seus olhos varrem todo o meu corpo e os meus fazem o mesmo. Ela está ainda mais linda. Seus cabelos agora cacheados e volumosos, seus olhos e sua boca que sempre foi a minha perdição. Suas curvas estão ainda mais acentuadas, os seios fartos que eu chupava deliciosamente por horas, seus quadris largos, as coxas grossas que se encaixavam perfeitamente ao redor da minha cintura.

Meu corpo ainda vibra por essa maldita, mas não vou ceder

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Meu corpo ainda vibra por essa maldita, mas não vou ceder. Ela não vai me enganar nunca mais.  

— Oh, mais que honra saber que você ainda se lembra que tem uma — diz ela se aproximando, seu cheiro é tão bom quanto me lembrava — Pelo menos no papel você ainda tem uma — ela para a minha frente e cruza os braços embaixo dos seios, esse movimento não sai despercebido por mim.

Dois anos longe e essa demonia ainda mexe comigo. Ela me olha tão atentamente sem me dizer uma palavra. Ficamos nos olhando até que ela interrompe nosso contato visual.

— O que faz aqui, Chris? — pergunta ela desviando o olhar

— Eu ainda faço parte dessa ONG e me preocupo com os projetos dela — respondo.

— Ninguém sabia onde você estava, cada dia um lugar novo não é? Vivendo uma vida sem nada ou alguém que te prenda — diz como se eu fosse o canalha da história, fingida — De qualquer forma, é bom saber que você foi embora mas deixou algo em Sydney que tem importância para você — continua ela.

Antes que eu possa responder ela segue para a parte de baixo do barco. Eu a sigo com olhar até a perder de vista. Como eu nunca percebi a mentirosa fingida com quem tinha me casado. Como ela conseguiu esconder a verdade por tanto tempo. E ainda agir como se eu fosse o vilão e não ela a traidora da história.

Mas se ela acha que vai continuar usufruindo do meu dinheiro e poder, ela e o amante estão muito enganados. Eu vou tirar tudo deles. Ela vai sair desse casamento sem nada.

Série - Contos de Amor e Viagem: SydneyOnde histórias criam vida. Descubra agora