A Vingança (COMPLETO)

Capítulo 3

Pov. Axel

Subo as escadas o mais rápido que posso, Marcos vem atrás de mim cuidando reta guarda. Viro à direita e vejo um filho da puta saindo do meu quarto. Os demônios dentro de mim vão aumentando o meu martírio, aponto minha arma na direção do infeliz e atiro três vezes em seu peito. Passo por cima de seu corpo e dou um tiro em sua cabeça, exterminando sua infeliz  existência da face da terra.

Passo pela porta do meu quarto e vejo que o closet está aberto.

Merda!

Eu me nego a acreditar que a tenham encontrado.

Inspeciono todo o lugar e não vejo nenhum rastro de Jenny em nenhum lugar. O desespero me leva à beira da loucura. Quando ouço um simples gemido, sinto todo o meu sangue gelar.

Ao me virar, os meus demônios se multiplican em questão de segundos. O pedaço de minha alma que habitava em mim se extingue. Jogada em cima de nossa cama, onde horas atrás a fiz minha. Estava ela. Um calafrio atravessou meu corpo ao ver o corpo de Jenny todo ensanguentado, com uma bala no seu peito.

- “Não! Não! Não Jenny!” - a arma se solta de minha mão caindo no chão em um baque.

Corro para o seu lado, me ajoelho e com as minhas mãos tento desesperadamente parar o seu sangramento. Sua pele havia deixado de ter essa característica rosada, sendo substituído por um tom pálido.

- “Não Jenny, você não pode me deixar!" - digo pressionando a ferida em seu peito. - "Maldição!” - pelos meus dedos não paravam de sair sangue, que escapava por  sua ferida. - “Marcos! Chama a porta de um médico, rápido!.” - eu grito desesperado.

- “Axel o bebê.” - disse Jenny com dificuldade já que estava se afogando com o seu próprio sangue, que ela estava expulsando pela boca.

Vejo escapando por entre meus dedos, a única pessoa que viu algo de bom em mim. Maldita seja! Eu não permito isso!

- “Jenny amor...resiste por favor, querida.” - digo colocando uma de minhas mãos manchadas de sangue em seu ventre. Mas vejo que o bebê não se mexe, não acontece nada. - “Você tem que ser forte por ele. Você não pode me deixar.” - suplico tentando parar a hemorragia do seu peito.

De uma hora para outra, as convulsões de seu corpo param e vejo como a sua vida se apaga, antes de dar um último suspiro.

Tudo ao meu redor deixou de existir. O tempo havia parado naquele momento. Aquela cena se repetia uma ou outra vez, quando o brilho abandonou os seus olhos, os deixando em um tom opaco e sem vida. Quando o seu coração bateu pela última vez se deixar ir.

Eu a perdi. Jenny abandonou o mundo onde eu permanecia, onde ambos permaneciamos. Minha alma morreu junto com a dela, deixando apenas uma casca vazia no lugar.

A dor pouco a pouco percorreu meu peito até a minha garganta me afogando na minha dor. Um grito cheio de dor pela minha perda, saiu pela minha boca. A aflição se expande por toda minhas extremidades manchadas com o sangue da mulher que eu amo.

Fecho os meus olhos, esperando que tudo fosse um macabro jogo dos meus demônios, mas quando volto a abri-los, me encontro com aquela imagem atormentadora.

Com os dedos tremendo, fecho suas pálpebras de seu corpo inerte. Meu mundo acabou de ser derrubado por completo. Meus demônios exigiam dor. O animal escondido em meu interior, tomou domínio da minha mente e exigiu vingança. Uma vingança lenta, agonizante, tão cruel que eles mesmo terminariam se suicidando pelo martírio que causarei em suas vidas.

Consumido pela raiva. Meus olhos ficam embaçados por uma cortina de lágrimas, o qual se desliza por suas maçãs do rosto se perdendo em gotas de sangue que rolam por sua pele pálida.

Abraço o corpo sem vida da minha esposa me desconsolado. As lembranças me destruíam, como aquele dia em que os golpes que recebi foram tantos que pensei que morreria. Mas a dor daqueles golpes que recebia quando era criança, nem dá para comparar com a dor de perdê- la.

Isso vai muito além dos meus limites.

Eles irão pagar com as suas próprias vidas, por terem tirado Jenny de mim.

O demônio Lavely será o mesmo diabo, sem compaixão, sem auto controle.