Pov. Hannah
É covarde o que farei, mas é uma alternativa fácil, não quero que a dor seja um costume, um meio de viver.
Logo estarei destruída por completa, já nem a sombra do que eu era existe mais.
Caminho até a cama das minhas torturas, porque aqui começou tudo e precisamente aqui acabará. Tentei ver o lado bom das coisas, juro que tentei, vingar a morte do meu pai, mas como se brinca com fogo sem sair queimada?
Brinquei nesse mesmo inferno e o demônio me consumiu por completo.
Humilhada, maltratada e violada de todas formas possíveis. Isso é desumano.
A ponta do vidro corta a palma da minha mão.
A luz da lua entra pela janela, como da primeira vez.
A passos lentos me dirijo até o a luz que entra pela janela, observo a lua brilhar em todo o seu resplendor, alheia a dor que sinto, tanto física como mental.
Minhas pernas tremem de dor e caio no chão.
As dores são mais intensas.
- “Porque” - eu sussurro. - “Não entendo, só quero ser uma garota normal, é pedir muito?” - eu questiono para o nada.
Olho as minhas mãos cheias de sangue, o pedaço do espelho manchado, meus olhos ardem segurando as lágrimas.
A dor física alivia a dor da alma.
Coloco a ponta do vidro sobre os meus pulsos, me incitam a continuar. Devagar o deslizo sobre minha pele, criando um fina corte branco e em segundos começa a ficar vermelho.
Volto a passar com mais força por cima do mesmo corte e o sangue sai abundantemente e espesso. A dor não é tão intensa igual a de antes.
Com as mãos tremendo corto meu outro pulso.
Observo como pouco a pouco, sai pelas minhas feridas o líquido escarlate do meu corpo, manchando a pele das minhas pernas nuas. Fecho os olhos com força, está não era a solução, não era.
- “Querida” um sussurro do vento chega a meus ouvidos.
- “Papai” - balbucio, estou um pouco tonta e desorientada.
- “Lute” - escuto mais claro. - “Depois da tempestade a calma sempre volta” - sinto um frio por todo o meu corpo.
Abro os olhos, tudo está dando voltas, a luz da lua é intensa, meu corpo se choca contra o chão. Já não sinto mais dor, o calor já não existe ao meu redor, tudo está mais frio.
As batidas do meu coração é uma melodia que já está chegando ao seu final, ela está cada vez mais lenta, suave, menos forçada, minhas pálpebras estão mais pesadas e é inevitável fechá-las. Meu peito dói, cada batida é forte, cada batida do meu coração é mais lenta e dolorosa, arrastando cada vez a inexistência da calmaria que me rodeia.
Me levando a um lugar, onde não sinto nada e não lembro nada...
Um lugar de completa escuridão.
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A Vingança (COMPLETO)
Storie d'amore1° livro da Saga A vingança Por uma vingança ele abusa, tortura e faz da vida de uma jovem um verdadeiro inferno. Ela é uma jovem inocente e ingênua, ela é sequestrada para sofrer as consequências por culpa de outras pessoas. Os convido para a ler e...