Capítulo 33

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Pov. Hannah

Na realidade, por mais que eu pensei no mesmo sempre volto ao princípio.

Sua saúde mental é danificada, o seu temperamento é pior com o passar do tempo.

Dois dias depois de me trazer de volta para “casa”, ele chegou no quarto todo sujo de sangue. Só de vê-lo senti um enjoo horrível, seus olhos tinham o mesmo brilho de crueldade, sabia o que me esperava depois.

No mais profundo do meu ser, minha mente lembra das palavras que ele me obriga a repetir cada vez que penetra o meu corpo. Terminado com um grito quando alcança o seu ápice do orgasmo, que arrastara meu corpo com a luxuria de seu desejo retorcido.

Ele não para, ele faz até cair exausto sobre meus peitos, me deixando sem forças, atônita. Mas logo vem a culpa, o arrependimento.

Faz duas semanas que tivemos que sair da casa de segurança, já que estavam caçando o filho do presidente que tinha negócios com ele. O cara lavava seu dinheiro, mas algo saiu errado e o presidente o queria morto, em resumo, Axel o matou e agora o presidente queria a cabeça de Axel.

Tentei me mover de baixo de todo o peso de seu corpo, ele grunhiu me advertindo para que eu parasse.

- “Pode parar de se mexer, quero descansar” - ele acomoda sua cabeça no meu peito, dói tê-lo sobre meu corpo.

As vezes ele parece uma criança que precisa de amor, os seus olhos demostra isso.

Suas mãos acaricia a minha pele, é um toque simples e inocente. Ele é muito bipolar, um dia me trata bem outros não, cada manhã é um mistério para mim, não sei com qual humor está. Observo o teto branco, tentando não pensar em nada.

Suas carícias para, suas mãos agarram os meus pulsos, exercendo força em seu aperto.

O peso do seu corpo é retirado.

Ele coloca minhas mãos sobre minha cabeça, isso ele já fez mil vezes. Nestes momentos algo nubla sua razão, respiro entrecortada, a batida do meu coração é mais rápido.

Seu olhar é distante.

Ele se acomoda entre as minhas pernas, pouco a pouco entra em mim, até o ponto de me causar dor.

Não me acostumo com o seu tamanho em mim, respiro com dificuldade, seus olhos tem um brilho de dor, desesperado sai do meu interior.

Busca algo em meu rosto, seu gesto é confuso, de um momento para o outro o seu olhar é de ódio, não sinto o sangue circular em meus pulsos. Assustada tento soltar minhas mãos.

- “Quieta” - ele ordena.

Axel diminuiu a distância que há, e me beija. Foi um beijo agressivo, dominante, desesperado, ele mete a sua língua na minha boca, ele morde o meu lábio inferior até o ponto de cortar a minha pele.

Aguento a respiração até que ele solta o meu lábio dolorido, arde bastante, em nenhum momento ele desviou o olhar. Seu rosto refletia escuridão, como se estivesse perdido, longe da realidade, dessa vez não é igual as anteriores.

Ele empurra seu quadril com força.

- “Ahhhh!” - grito de dor, minha intimidade dói por sua agressividade.

Fecho os olhos tentando suportar a dor, pouco a pouco meus olhos enchem de lágrimas. Meu corpo está rígido, é impossível neste momento relaxar meus músculos.

Ele tira e mete com a mesma intensidade, aperto os dentes suportando, ele repete a mesma ação uma e outra vez. Suas estocadas doem, cada vez é mais insuportável, lágrimas escorreram por minhas bochechas, aperto minhas pálpebras chorando.

Tremo por causa do choro, seu aperto desaparece e ele virá meu corpo. Meu choro é abafado pelo travesseiro, ele segura as minhas pernas as abrindo mais, sua mão na minhas costas me impede de mover, ele coloca a ponta do seu pênis no meu ânus, antes que eu possa assimilar ele empurra.

- “Para!” - eu imploro.

Sua intrusão é insuportável, sinto como a minha carne vai se rompendo cada vez que ele entra mais, enchendo as minhas entranhas.

Os movimentos pouco a pouco vão aumentando. A tortura é insuportável tanto que a dor só aumenta. Perco o controle, grito até que minha garganta arda e tudo ao meu redor não tenha sentido.

Ele cai em cima de mim, com sua cabeça na curva do meu pescoço.

Minutos depois ele saí de mim, e sinto as minhas pernas estão molhadas.

Não sei quanto tempo levo nessa mesma posição, não movi nenhuma parte do meu corpo, respirar é um martírio. O meu choro sessou, viro a cabeça sobre o travesseiro.

Já não vejo mais sentido na minha vida.

Com cuidado movo o meu corpo até parar na beira da cama, pelas minhas pernas escorre um líquido, toco as minhas pernas úmidas e vejo sangue.

Devagar vou até o banheiro, cada passo que dou é uma dor aguda nas minhas partes íntimas.

Chego no banheiro, não tenho coragem de me olhar no espelho, mas acabo olhando.

Já não me surpreendo com a imagem que eu vejo.

A garota que eu vejo, eu quase não a reconheço como a garota de um mês e meio atrás. Com um sorriso sinistro, ela inclina a cabeça e sussurra me olhando nos olhos.

- “Destruída outra vez como o começo. Você sustentava uma leve ideia de que fosse diferente, mas parabéns para você Hannah. Você esqueceu tão rápido que ele torturou e matou seu pai, você viu como ele sorria pedindo que ele deixasse sua filha ir, ele te bateu, te estuprou inúmeras vezes...”-  as imagens aparece em minha mente, uma atrás da outra. - “Se esqueceu...” - reprova com nojo. - “Que te usa como um pedaço de carne com o qual se satisfaz quando der vontade...” - minha vista está embaçada. - “Mas o principal que esqueceu, é que você se transformou em uma pessoa oca...” - meu estômago revira, fecho os olhos suplicando para que pare. - “Você dá pena, você é masoquista, para que sofrer mais, se não tem nada que te segure neste mundo, pra que lutar? Para seguir na mesma rotina, ser estuprada, maltratada e agredida?” - essa voz em minha cabeça me tortura, bato na minha cabeça tentando calá-la.

Abro meus olhos vendo, ela ali ao meu lado que repete as mesmas palavras uma ou outra vez.

- “Calada!!!” - eu bati várias vezes no espelho até quebra-lo e ele vai no chão. - “Calada, calada, calada” - soluço até que o nó que tenho na garganta não me deixa pronunciar nenhuma palavra, seguro meu cabelo desesperada.

- “Acaba com esse sofrimento de uma vez por todas, já te dei o bilhete de saída.”

Seguro o meu rosto entre as mãos, o cheiro de sangue enche as minhas fossas nasais, afasto as minhas mãos do meu rosto e vejo que elas estão cheias de cortes.

Observo os restos dos espelhos.

- “Acaba com isso de uma vez por todas!” - ela grita.

Pego um pedaço do espelho.

- “Nada me prende a este inferno.” - eu sussurro.

Viro o meu corpo sem se importar que meus pés se cortem com os pedaços de vidro.

Já não sinto dor.

A Vingança (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora