Depois de umas horas a voar, finalmente aterramos e desci á terra, literalmente. Saímos do avião e esperámos por Alex, que tinha ficado no avião. Quando ele chegou tivemos de ir os três de táxi, porque nenhum dos carros estava no aeroporto. Entrámos no táxi e fizemos o caminho de volta a casa. O Alex não entrou, porque tinha de voltar para casa dele.
-Obrigada Alex!-dissemos em coro.
-Não têm de agradecer, sempre ás ordens.
Despedimo-nos e dirigimo-nos para a porta de casa. Abri-a e tinha uma carta no chão. Peguei nele, abri-o e começi a lê-lo em voz alta.
"Olá meninas, peço imensa desculpa por não vos ter contactado, mas as coisas por aqui não estão nada bem. Vou ter de ficar por cá por mais algum tempo, mas não sei quanto. Desta vez vou dando notícias. Mais uma vez peço imensa desculpa. Espero que por aí esteja tudo a correr bem.
Beijinhoss,
D.Jessie.
-Espero que fique tudo bem.-disse.
-Coitada da D.Jessie. Já tenho saudades dela.-disse Zoe.
-Olha eu vou-me sentar no sofá. Estou estafada.
-Eu vou contigo.
Sentámo-nos no sofá e ligámos a televisão. Peguei no telemóvel e fui ao instagram, para pôr a nossa foto. Coloquei a foto com a descrição:
"Great time with my family. I love you all."
-Daqui a bocado é hora de jantar. É melhor começar a prepará-lo.-disse.
-Queres ajuda??-perguntou.
-Se não te importares. Podes ir ao supermercado comprar algumas coisas que preciso??
-Claro!-disse, levantado-se do sofá.
Escrevi num papel o que ela precisava de trazer e entreguei-lhe.
-Precisas de dinheiro?
-Não te preocupes.-disse, enquanto se dirigia para a porta. Abriu-a e saiu. Depois de ela sair fui para o sofá. Continuei a ver televisão durante meia hora e recebi uma mensagem. Peguei no telemóvel e vi a mensagem.
"Onde é que andaste? Não te tenho visto. Não preciso de dizer quem sou, pois não?"
Outra vez não!! Pensava que ele já tinha desistido. Isto não me pode estar a acontecer. Peguei no telemóvel e ganhei coragem para lhe responder.
"O que é que queres de mim? Como é que sabes que eu não estive em casa?"
As minhas mãos tremiam, agarrei os joelhos e afundei a minha face nas minhas pernas, que íam ficando molhadas, devido ás lágrimas que derramava pelo meu rosto assustado e amargurado. O telemóvel vibrou e aí, começei a tremer cada vez mais e peguei no telemóvel.
"Ainda não sei o que quero de ti! Mas em breve vamos descobrir."
Depois de lê-la, fiquei confusa e mandei-lhe outra mensagem.
"Vamos?! Como assim vamos?"
Estava cada vez mais assustada. Ele sabia onde eu vivia! Como é que ele descobriu isso. Como é que ele descobriu o meu número de telémovel?!
"Quando souber o que quero de ti, vais ser a primeira a saber. Mais uma coisa. Se sonhas contar da minha existência a alguém, os teus amiguinhos vão sofrer as consequências. E o teu namoradinho vai sofrer ainda mais."
Ouvi a porta a abrir. Senti o meu ritmo cardíaco aumentar, as minhas pernas tremiam, o meu rosto estava preplexo a olhar para a porta. A minha alma congelou e todo o meu ser estava frio e apreensivo. Finalmente a porta abriu e um suspiro saiu da minha boca.
-O que é que se passa?? Estás pálida.-disse Zoe, pousando os sacos.
-Ainda bem que estás aqui.-corri para ela e abraçei-a com força. Todo o meu corpo se debruçou para os seus braços e um sentimento de alívio me preencheu.
-Agora, tenho a certeza de que alguma coisa se passou.-disse, retribuindo o abraço. Conta-me, por favor.
-Eu... eu não posso.-disse, saindo dos seus braços.
-Claro que podes! Tens de confiar em mim. Diz-me, eu preciso de saber.
Sentei-me no sofá e suspirei.
-Lembras-te daquele rapaz, o Jack??
-Como é que me poderia esquecer daquela coisa?!
-Ele tem me enviado mensagens ameaçadoras... Eu não sei o que é que ele quer de mim, mas ele é perigoso!-disse, começando a chorar compulsivamente. Eu não consigo ser forte. O medo apoderou-se de mim. O simples facto de saber que ele pode fazer alguma coisa aos meus amigos... ao Brad!!
-O quê?? Temos de denunciá-lo á polícia! E temos de contar aos rapazes!
-Não!! Não podemos! Ele disse que se eu contasse alguma coisa a alguém, os meus amigos íam sofrer as consequiências. Não podemos fazer nada!!
-Vais deixar que ele te ameaçe?? Vais ficar á espera que ele dê o próximo passo? Não podemos. Não sabemos daquilo que ele é capaz.
-Por isso mesmo. É pelo facto de não sabermos daquilo de que ele é capaz, que não o podemos denunciar.
-Está bem. Mas não quero que andes por aí sozinha.
-Não me trates como um bebé! Eu sou crescidinha o suficiente para tomar conta de mim!-disse, levantando-me do sofá.
-Desculpa se me preocupo contigo!!-disse.
Peguei nos sacos e fui para a cozinha preparar o jantar.
-Sophie! Eu só te quero proteger! Já sabes que és como uma irmã para mim.
-Eu sei Zoe. Mas tratares-me como se eu fosse uma criança não ajuda em nada.
-Olha, são só precauções! Não te estou a tratar como se fosses uma criança. Mas ás vezes parece que estou a falar com uma!!-gritou. Não faças comida para mim, hoje vou jantar fora.-disse. Senti a sua frieza nas palavras que prenunciava. Estava magoada, tinha razões para estar. Mas eu não a quero envolver demais. Ela tem de perceber que eu ão sou nenhuma criança, eu sei e tenho de tratar dos meus problemas sozinha, não posso envolver aqueles que mais amo.
-Zoe!! Espera!-disse. Já era tarde de mais, ela já tinha batido a porta, que fez soar um eco pela casa, agora vazia e ao mesmo tempo preenchida com a minha solidão.
Não tardou até as lágrimas dominarem no interior dos meus olhos até caírem sobre o meu rosto. Estava tudo a correr tão bem. Porque é que eu fui á discoteca naquele dia?? Agora não vale a pena massacrar-me sobre o que podia ter feito, ou o que podia não ter feito. Agora tenho de resolver as coisas frente a frente com o Jack e não posso envolver os meus amigos nisto. Eles são tudo para mim. Não consigo viver sem eles. Não consigo viver com a ideia de viver sem eles.
Fui por a mesa e começei a jantar. A casa estava vazia. Nem uma mosca se ouvia. Só reparei no tamanho desta casa quando me senti sozinha, sem ninguém perto de mim. Tenho saudades dos meus meninos. Eles sabem como me por alegres.Precisava deles. Quer fosse o Connor com a guitarra ou com as suas palavras certeiras que me animavam sempre, o James com as suas ideias para refeições saudáveis ou os discursos filosóficos de sempre, o Tristan com as suas palhaçadas ou com as suas baquetas a percutir ritmos por tudo o que era canto, mostrando que ele é realmente The King of The drums, tenho saudades dos seus beijos doces no meu nariz, da sua proteção e dos seus abraços. Tenho saudades do Brad a cantar ao meu ouvido enquanto estava deitada com ele. Tenho saudades dos miminhos que ele me dava e dos seus beijos, daqueles caracóis perfeitos. Tenho saudades de todo ele.
Acabei de jantar e fui para o meu quarto. Fiz a minha higiene e vesti o pijama. Não tinha sono. A minha cabeça estava repleta de pensamentos, de ideias e de emoções. Estava baralhada, o medo dominava, por isso o sono desapareceu. Por isso, desci e fui para a sala ver um filme. Quando me sentei o telemóvel começou a tocar. Hesitei um pouco, mas acabei por pegar no telemóvel. Era o Brad, felizmente.
*Chamada on*
-Hey my love.
-Brad!-disse, enquanto os meus os meus olhos tremiam, para segurar as lágrimas que de lá queriam sair.
-Está tudo bem??
-Sim, está tudo bem.
-Tens a certeza??
-Claro. Devem ser as saudades.-disse, com os olhos encharcados. Os meus olhos estavam inundados de agua, porque eu as aguentei. Não posso mostrar a minha fraqueza. Não perante o Brad. Não o posso prejudicar. Sei que se ele descobrir que alguma coisa não está bem, vai fazer de tudo para que eu lhe conte. E isso não pode acontecer.
-Vou confiar em ti princesa.
-Podes confiar. Está tudo bem por aí?
-Estava melhor se estivesses connosco, mas sim, está tudo bem.
-Ainda bem.
-Olha, os rapazes estão a mandar beijinhos.
-Manda-lhes muitos beijinhos e diz-lhes que eu os adoro muito.
-Eles ouviram!
-Desculpa amor, mas eu vou ter de ir. Tenho sono.
-Não faz mal. Eu compreendo que estejas cansada.
-I love you more than anything.
-I love you too princess.
*Chamada off*
Desliguei e finalmente pude libertar os meus olhos das lágrimas que se apoderavam deles e afundei o meu rosto na almofada que ía ficando encharcada, devido ás lágrimas que nela caíam. Os meus olhos cederam e fecharam, talvez por estarem cansados devido ás lágrimas ardentes que por eles passavam. Adormeci com o rosto molhado, pousado sobre a almofada que "aguentou" com todo o meu sofrimento.