Espelho, Espelho Meu

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—Que bom... Por que tenho algo a dizer para vocês.

—Então nos diga—Velma apoia seus braços na mesa e encara o dono da lanchonete.

Marco abre espaço na ponta do banco, arrastando Salsicha e Scooby para o lado.

—Ei—Norville protesta e Daphne olha para o amigo.

—Quando eu ainda era dono do terreno que hoje é o parque, Carlos veio até mim com o intuito de comprar as terras—a turma se atentava na história—Eu neguei, obviamente. Não podia entregar meu sustento e o de muitas famílias. Foi quando ele descobriu... Ele descobriu que eu estava ali ilegalmente—Marco revela e a Mistério S.A se entreolha.

—Mas ilegais como?—Scooby questiona.

—Não sou desse país. Eu e meu filho viemos para cá como refugiados após minha mulher falecer. Quando Carlos descobriu, ele sabia que eu seria deportado se descobrissem—ele abaixa a cabeça—Tive que deixar minha empresa e ele ainda tira meu dinheiro quando algo no parque precisa de reparos.

—Tentou ir à polícia?—Salsicha exclama.

—Pra eles descobrirem minha condição e a do meu filho aqui e nos mandarem de volta? Henry já se acostumou a esse país. Fez amigos, estuda. Não farei isso com ele. Ele nem sabe dessa história.

—Vamos ajudar—Daphne sorri—Deve ter algum jeito de ajudar vocês.

—Não tem—Marco se retira da mesa e a turma volta a se entreolhar.

—Bomba—Fred passa um de seus braços ao redor de Daphne e pousa a mão no ombro da ruiva.

—Devemos adicionar Carlos a lista de suspeitos?—Velma ajeita os óculos com a pergunta da ruiva.

—Não faria sentido—ela rebate—Ele ia querer fechar o parque por qual razão? Sendo que tem o Marco como banco 24 horas.

—E esse Henry. Por que nunca o vimos por aqui?—Salsicha questiona, deixando a pergunta em aberto na mesa da turma.

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Drizella Cox para no meio do caminho de sua casa para ajeitar a bota que insistia apertar seu pé. Ela havia comprado um número menor por engano.

O clima permanecia gelado e o cachecol dourado da funcionária não esquentava o suficiente.

Um barulho pôde ser ouvido e a garota nem olhou para trás antes de começar a correr. Com essa onde de assassinatos aos funcionários ocorrendo, Drizella não corria riscos e absurdos.

A rua estava deserta e ela só pensava em continuar correndo, até que os postes de iluminação começam a piscar e apagam, fazendo a garota dar um gritinho.

A funcionária de Story Tale olhava para os lados tentando ver se algo se aproximava, mas só conseguia observar sua própria sombra sendo projetada pela luz da lua.

—Já vi esses filmes de terror antes—ela sussurrava consigo mesma—Eu é que não fico parada aqui.

Drizella continuou a caminhar rapidamente, até se livrar da rua escura e entrar em uma esquina mais iluminada. Suspirou aliviada, agachada e apoiando suas mãos em seus joelhos.

Scooby Doo e as Histórias Desencantadas (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora