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Ana: Bom dia filha.-beija-me a testa e acaricia a minha face.

Catarina: Bom dia!-ergo os olhos e abafo-me ainda mais com os cobertores.

Ana: O que está a passar-se contigo?! Ontem passaste o dia a dormir e ainda mais estavas com uma cor que mais compara-se com a Branca de Neve.

Catarina: Eu apenas tenho estado cansada e estava um pouco constipada e com umas dores de cabeça deve ser por causa da mudança de temperatura com que enfrentei ao sair da discoteca.-tento mentir até porque não me lembro de ter saído isso é óbvio se eu desmaiei.

Ana: Oh filha, então devias ter vestido o casaco.

Catarina: Mas é que dentro estava tão calor que nem senti frio.

Ana: Se precisares de alguma coisa, tens o meu número é apenas ligares.-beija novamente a minha bochecha e sai do quarto.

Catarina: Ufa!-suspiro de alívio.

Levanto-me da cama e rapidamente sinto a minha cabeça andar à roda, sento-me novamente até esse pressentimento fugir e caminho para a banheira tomar um duche relaxante. Sem dúvida, que aquela tontura não têm a ver com o que sofri mas sim com a falta de alimentação pois no dia anterior apenas almocei fraco. Com a água quente a banhar o meu corpo penso em toda a desarrumação que vai pela minha cabeça, eu não consigo estar sem falar com Gonçalo, ele não merece e além disso eu preciso de expressar os meus sentimentos. Eu só espero que Ana não descubra a verdade não pelo facto de recear do que ela é capaz mas pelo simples facto de não ser humilhada mais do que já sou por mim mesma. Não culpo ninguém pelo sucedido, até porque isso é um erro, eu sou cem por cento responsável pelas minhas atitudes e pelo que aconteceu e vou ter que arcar com as minhas consequências, não posso esconder para sempre no meu quarto, tenho que enfrenta-los e seguir em frente. Após a água estar mais morna, enrolo uma toalha no cabelo e outra maior no corpo sento-me na cama e esfrego creme pela estatura. Opto por um look fresco e confortável, maioria das pessoas queixa-se de usar sapatos altos todos os dias incham os pés e causam dor, eu sou o contrário gosto e não causa nada dessas desvantagens. Preparo uma básica maquilhagem e borrifo perfume pelo corpo colocando o necessário na mala, ao descer as escadas deparo com Afonso a assistir televisão.

Afonso: Bom dia maninha!-aproxima-se de mim beijando-me a bochecha.

Catarina: Bom dia maninho!-sorri e retribuo com o mesmo beijo.

Afonso: Já ganhaste a tua cor normal.-pronuncia sorrindo.

Catarina: A maquilhagem também ajuda.-rimos.

Afonso: Vais sair dessa forma?!-fala erguendo uma sobrancelha e sorrindo.

Catarina: Sim, vou.-digo convencida.

Afonso: É melhor erguer a caçadeira.-rimos.-Mas antes tens de tomar o pequeno-almoço. Na forma que vais, eles ainda pensam que não te alimento.-rimos.-E além disso, tens de comer depois do que se passou ontem.

Catarina: Sim papá.-falo revirando os olhos e rindo.

Afonso: E para não ires sozinha, até porque eu tenho medo, eu vou contigo e depois vamos almoçar com a malta. Sim, eu tenho uma bola de cristal que diz-me que vais falar com o Gonçalo.

Catarina: Vai ter que ser mesmo. Não posso esconder para sempre.-sorri fraco e começo a petiscar um croissant com doce e uma chávena de café.

Com a barriga cheia, coloco a loiça suja na máquina e acompanho Afonso até à garagem, ao entrar o Silva mais novo faz uma enorme festa por ser o segundo a entrar no meu carro, o que acho muito estranho mas não consigo conter o riso com os disparates que são feitos com o seu corpo e ainda que saem da sua boca. A viagem até ao restaurante que fica a poucos metros do Estádio do Dragão é realizada com animação de ambos que cantarolamos as músicas que passam na rádio como loucos. Nada melhor do que este ambiente para fazer-me animar. Estabilizo o carro no primeiro estacionamento que encontro observando o carro dos primos parados não muito longe do meu. O assunto de Gonçalo não sai da cabeça e peço a Afonso que entre no restaurante sem a minha presença pois eu tenho que falar com o avançado neste momento pois não sou capaz de almoçar com a sua presença estando um ambiente desagradável, este compreende perfeitamente. São visíveis alguns jogadores a saírem e a caminharem para os seus devidos carros, aproximo-me cada vez mais da porta com o objetivo de poder encarar Gonçalo, ligo o telemóvel para encarar as horas de minuto a minuto, o tempo passa e não é vista a presença do jogador. Uma risada doce faz-se ouvir e apercebo-me de quem trata-se, Paciência fala com Otávio alegremente até que avista-me e muda logo de expressão facial.

No Quarto ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora