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O seu rosto permanece pálido, os olhos não movem-se e mantêm-se avistando o vidro de frente do seu carro, a sua boca aparenta um pouco aberta deixando os seus lábios um pouco molhados, a sua figura parece morta e entro em pânico. Ele não dá pela minha presença, abano o seu braço sucessivas vezes mas este não reage e cada vez mais os seus olhos vão fechando deparo-me com o seu telemóvel no chão e pego vendo que um tal André está em ligação.

Chamada on c/André💪💙

André💪💙: Oh puto, estás-me a ouvir?! ANDRÉ!

Eu: Estou?! Preciso de ajuda por favor.

André💪💙:Quem és tu?! O que se passa com o André?!    

Eu: Sou a Catarina, a sua meia-irmã. Eu acho que o André está morto.

André💪💙:O QUÊ?! O que ele aparenta ter?!

Eu: Ele não reage a nada. Ele está bastante pálido.

André💪💙: Eu sou médico, conduz rapidamente para o hospital Santa Maria, estarei a vossa espera no estacionamento privado do edifício, o segurança deixará passar e tem cuidado para ninguém o ver. Vêm rápido e mantém os seus lábios molhados por favor.

Eu: Está bem!

Chamada off c/André💪💙

Com grande esforço consigo colocar o moreno no banco do lado, as lágrimas escorrem pelo meu rosto só pelo facto de pensar que André poderá estar morto com isso acelero cada vez mais, não conseguindo por vezes avistar a estrada. Encaro os seus lábios que cada vez estão mais secos, tento procurar alguma garrafa de água mas não adianta de nada, estou parada no semáforo quando aproximo-me do jogador e beijo os seus lábios deixando-os com alguma cor e um pouco molhados, eu não estou a pensar nas consequências apenas quero que o ponta de lança esteja vivo. Com a permissão do guarda estabilizo o carro no estacionamento do hospital avistando um rapaz alto moreno a aproximar-se do veículo. Ajudo a deitar André numa "cama" de hospital e percorre o parqueamento a correr pedindo para esperar à porta do quarto onde estará o Silva. Encosto o meu corpo na parede deixando-o deslizar até sentar-me no chão, coloco a minha cabeça entre as minhas pernas deixando as milhares de lágrimas possuírem o meu rosto. As palavras de Ricky aparecem na minha cabeça deixando-me a pensar se o que aconteceu a André não tem a ver com os vendedores de droga, mas qual a razão para eles virem a Portugal fazer tal ato ao moreno? Sinto-me tão culpada se eu não tivesse aceitado a sua boleia nada disto tinha ocorrido, deveria ter continuado com o meu humor rude. As horas passam a voar e nenhuma notícia acerca do jogador é informada, passeio pelos corredores de um lado para o outro como uma barata tonta, já passou-se quase umas quatro horas que o médico e o Silva estão naquele quarto sem abrir uma única vez aquela porta. Ao que parece Deus ouve as minhas preces quando pressinto uma luz vinda do quarto, aproximo-me encarando o amigo de André com uma face de cansado.

Catarina: Por favor diga-me o que aconteceu com André?! Ele está vivo?!-pergunto desesperada.

André Delgado: Tem calma! André está vivo.-um sorriso surge em ambos os rostos.-Foi espetada um tipo de droga no organismo do André na qual os efeitos são os mesmos que ele teve e poderia levar à deficiência de alguns órgãos e músculos ou até mesmo à morte. Recorri a uma lavagem ao corpo do André onde a droga desapareceu por completo.

Catarina: Muito obrigada! Diga-me, por favor, que ele não ficou com nenhuma deficiência.

André Delgado: Felizmente, André está como novo mas hoje ele pode sofrer o risco de não conhecer algumas pessoas.-uma forte dor de cabeça faz-se sentir e uma tontura logo a seguir fazendo com o doutor segure o meu corpo.-Qual foi a última vez que ingeriu algum alimento?!-pergunta colocando-me sentada numa cadeira.

No Quarto ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora