Capítulo 14

18 2 0
                                    

Com muita dor me despedi de meu amor, o vi se afastar calmamente até entrar no veículo onde Gabriel o esperava.

Volto para meu quarto com os meus olhos repletos de lágrimas, pego meu celular que estava sobre a cômoda e vejo uma mensagem de Bruna.

-Oi, Mary me desculpa te avisar de última hora mais irei morar na cidade com Gabriel, asssim vou tentar arrumar um emprego, eu saio amanhã as nove horas da manhã.

Olho novamente a mesagem sem acreditar no que vi, de um modo eu entendo que ela ja estava na idade de arrumar um emprego, mais me avisar de última hora me deixou extremamente irritada.

Me deito em minha cama sem saber o que deveria ao certo fazer, então em plena crise de raiva resolvo não ir até sua casa.

***

Abro meus olhos devagar com o brilho da luz que passava pelas janelas semi-abertas, levanto lentamente colocando meu chinelo vermelho, ando cambaleando até o banheiro esbarrando em cada móvel no caminho, me arrumo de um jeito desleixado prendendo meu cabelo em um grande rabo de cavalo, lavo meu rosto e ao me encarar no espelho me lembro de Bruna.

Corro até a sala onde se encontra o celular de minha mãe quando me assusto ao ver as horas onze e meia, começo a sentir lágrimas quentes escorrerem por minhas bochechas então as limpo com a manga de minha blusa.

-Mãe você sabe se a Bruna ja foi embora?-pergunto ainda com os olhos repletos de lágrimas.

-Sim, ela saiu cedo minha flor, não fique assim vocês vão se ver logo! -Mesmo que eu nao goste muito da ideia logo será você.-disse me abrasando com força.

-Tá bom!

Saio de seu abraço e caminho até meu quarto enfim respondendo a mensagem de Bruna.

-Tchau.

Sei que talvez esteja sendo um pouco dura com ela, tá talvez muito dura, mais como ela não fez questão de se importar com nossa amizade eu farei o mesmo.

-Mãe vou até a casa de Ester.-falo pegando as chaves da moto e andando em direção a porta.

-Ei mocinha acho que você esqueceu que está com a perna machucada.-diz apontando para minha perna.-Eu te levo.

Caminhamos até a garagem e retiro com dificuldade a moto que está entre o carro e mais duas motos, quando finalmente consigo entrego a chave nas mãos de minha mãe e partimos.

Andamos um bom caminho até a casa de Ester, mesmo não a vendo dês da festa do pijama gosto muito de conversar com ela, vejo ao longe sua casa aparecer aos poucos em minha vista, então ao me aproximar mais peço a minha mãe para apertar a buzina.

-Olá Tefy.-falo decendo de minha moto.

-Olá Mary, tudo bem?-fala cumprimentando minha mãe.

-Sim, e você miga?

-Tudo bem sim.

Ester sempre foi uma amiga muito presente em minha vida, mais quando me mudei tudo mudou, aos poucos fomos perdendo o contato uma com a outra e nos falando dificilmente.

Me lembro muito bem da nossas travessuras quando crianças, fugiamos de casa todas as noites para nos encontramos no que diziamos ser uma casa na árvore, sendo que eram apenas tábuas pregadas ao chão que nos suportavam a uma altura de cinco metros, sempre achei aquele lugar mágico, mais quando tive que partir nunca mais cheguei a rever aquele local.

-Agora que sua mãe já foi, pode me dizer o que é isso mocinha?-fala colocando suas mãos na cintura imitando a postura de minha mãe.

-O que?-pergunto ainda em minha crise de riso.

-Sua perna mocinha.-fala tentando mater sua postura.

Conto a ela tudo o que aconteceu após o nosso encontro e vejo sua expressão assustada, sei que é muita informação de uma vez mais, pelo que a conheço sei que faria o mesmo em meu lugar.

Começo a encara-la e ela finalmente me olha novamente.

-Mary sua doida se cuida.-fala me abrasando com força.

-Claro.-Respondo sorrindo.

-Vem vou te levar em um lugar.-fala me puxando pelo braço.

Caminhamos por um caminho na qual eu nunca esqueci, mais a nossa pequena casa na árvore não era mais pequena.

-Você a reformou.-grito subindo a escada de madeira.

Subo com cuidado para não machucar mais minhas pernas, até chegar ao topo, me levanto com cuidado e adentro na casa, agora reformada está tão bela, tem uma varanda cheia de cipós entrelaçados e por dentro é bem espaçosa e tem uma altura perfeita na qual consigo me mater em pé.

-E ai gostou.-Pergunta se sentando em um toalha estendida ao chão.

-Amei.



O Diário De Mariana Onde histórias criam vida. Descubra agora