Capítulo 21

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-Acho que estou atrapalhando né?! Desculpe, -Tefy se vira envergonhada.

-Não..é..você Não atrapalhou nada, o que aconteceu?-Tentei mudar de assunto.
Tefy estendeu sua mão mostrando a bela aliança em seu dedo.

-Parabéns.-Disse a abraçando.-Agora acho que vou dormir e vocês devem fazer o mesmo.-Olho para todos.

Desejo uma boa noite para todos e entro em meu quarto, meu coração ainda bate forte pelo ocorrido.-tenho que ser forte.-Penso. Me sinto muito feliz por Tefy ter encontrado o amor de sua vida e ao mesmo tempo triste por Diego não estar presenciando esse momento. A vida muitas vezes é injusta sendo que eu sou um exemplo perfeito, claro que vivi momentos felizes más os que mais me marcaram foram realmente os ruins, tenho vergonha e medo de fechar os olhos e reviver aqueles momentos em minha memória, cenas que me marcaram me fazem morrer aos poucos.
Me deito em minha cama e desabo em lágrimas, não sou tão forte quanto pareço mais geralmente o mais fácil é sorrir em vez de ter que explicar a alguém o por que de minhas lágrimas.

-Mary? Ta dormindo?-Pergunta Tefy abrindo devagar a porta e como não falo nada ela se deita e adormece.

***

Me levanto sonolenta tomo um banho e caminho até a cozinha, amarro meu cabelo em um coque desarrumado e começo a preparar o café, sinto uma mão em meu ombro e me viro vendo Tefy parada ao meu lado.

-GENTE ACORDA A MARY FEZ O CAFÉ!-Grita voltando a sala onde todos estão deitados.-Sorrio.

-Bruno está melhor?-Me sento ao seu lado enchugando minhas mãos.-Ele resmunga.-Eu sei que teve um dia agitado ontem mais temos que conversar!

-O que realmente aconteceu?-Pergunta sentando no sofá envergonhado.

Passamos meia hora conversando mais percebi que em nenhum momento Bruno mencionou os cortes em seu braço então resolvi conversar com ele em outro momento.
Logo todos foram embora e me preparei para mais um dia de trabalho.

***

-Moça..moça! Está tudo bem?-Pergunta um de meus clientes encarando preocupado, sua face pálida e seus olhos negros vidrados em meu rosto acabaram me deixando envergonhada.

-Pode repetir seu pedido? Me desculpe eu estou bem.-Falo esboçando o melhor sorriso que consigo.

-Um pedaço de pizza e uma coca cola!-Falou me encarando novamente.

Não é a primeira vez que acabo não prestando atenção em meus clientes más o que posso fazer? Minha cabeça está cheia de pensamentos que me deixam maluca.-sou retirada e meus pensamentos quando Catherine me chama em sua sala.

-Mariana eu sei que você está passando por uns momentos difíceis na sua vida!-me encara com pena.-por isso quero que você vá para casa descanse e amanhã apareça pronta para trabalhar.-sorri.

-Obrigada.-Falo me retirando de Sua sala.

Volto para casa me despedindo de Ester que continua trabalhando animada, ao chegar em casa resolvi ligar para Bruno que após dois toques atende.

-Bruno está ocupado?

-Não por quê?-Pergunta com a voz trêmula.

-Pode vir até aqui?

-Claro.

Bruno chega após vinte minutos então começo meu discurso que repassei várias vezes em minha mente.

-Bruno eu não sei o que está acontecendo com você, mais eu gostaria muito de poder te entender e tentar te ajudar de algum modo, eu vi os cortes em seu braço e realmente quero entender o motivo para estar se multilando.

-Eu...eu Mary eu não sei se devo!-Fala envergonhado.

-Não vou contar para ninguém que esteve aqui, muito menos da nossa conversa.-Deixo claro.-Sua expressão parece mais calma então ele começa a explicar.

-Olha ultimamente minha vida está sendo complicada.-Parece procurar as palavras certas.-Meu pai insite em falar que sou uma vergonha para minha família sendo que estou desempregado. O pior é que sei que ele tem razão, Mary a um tempo eu ia ser pai más não consegui impedir a Natalia de fazer o aborto.-seus olhos se enchem de lágrimas e então começo a entender a sua dor, me sento ao seu lado e o abraço.-Eu ia ter um filho ou uma filha mas não fiz nada para impedi-lá, eu acabei com uma vida.-Fala em meu ouvido.

-Você não acabou com a vida de ninguém você sabe que foi ela que fez isso, não se preocupe é que ainda não chegou sua hora de ser pai, e abriu uma vaga de garçom onde trabalho como Diego...-Fico sem coragem de terminar essa frase então a paro no meio.-Continuamos abrasados.

Ele se afasta e me olha de um jeito que me causa pena quando derrepente se aproxima tentando me beijar, porém me afasto com rapidez.

-Me desculpa mais não é certo isso e eu não quero entrar em nenhum relacionamento, saiba que somos amigos eu nunca passaria disso.-Falo olhando em seus olhos.

-Me desculpe Mary foi só um impulso muito obrigado por sua amizade.-Sorri.-Tchau tenho que ir por favor não conte nada a ninquem.-Aceno com a cabeça e ele sai.

***

- Ja temos a nossa primeria escrição e é da senhorita Mariana Kilber!-Me levanto assutada.-Nada de dormir na aula mocinha.-Fala se divertindo com a situação.

-Quê? Escrição do que professor?-Pergunto me endireitando na cadeira enquanto sou cercada de olhares.

-A Faculdade resolveu fazer as inscrições para o rei e rainha de nossa festa e por sorte você foi selecionada.-Sorriu.

-Quê? Como assim como ocorre essa seleção?-Pergunto chocada com a novidade.-Eu não quero participar.

-Tinha uma vaga que não foi preenchida, e estávamos discutindo este assunto enquanto a senhorita estava dormindo. Boa sorte.-Sorri debochado.

-Eu não....-Fui interrompida pelas palavras do professor.

-Nada de desculpas.-Fiquei em silêncio e ele começou a entregar as avaliações que aviamos feito semana passada.-ufa.-Pensei ao ver a nota oito desenhada ao lado de meu nome, mesmo tendo pouca dificuldade sempre fico com certo medo referente a tudo que possa valer nota pois sei que cada ponto pode mudar minha vida ou seja minha futura carreira.

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