Capítulo 1

92 5 2
                                    

Chego em casa e minha mãe Carmem me aguarda.

-Com foi lá?- Pergunta me examinando.

-Bom- respondo sorrindo.

-Vejo que foi bom mesmo, eu falei que nao era para você entrar em um rio a qual não conheçe!- fala brava.

-Eu sei mãe, me desculpe, é que todos estavam entrando na água então não aguentei olhar -falei triste.

-Agora tire está roupa molhada, e a lave! -Disse me encarando.

No caminho encontro meu irmão Alan e lhe dou um abraço apertado, o fazendo soltar um pequeno gemido, caminho até o banheiro e tomo um banho gelado, me enrolo nas toalhas e caminho até meu quarto, me visto com um macacão, coloco minhas pantufas e penteio meus cabelos.

Deito em minha cama e mergulho em meus pensamentos, quando será que ire ver de novo os meninos, mesmo que tente esconder nao consigo parar de pensar em Diego, seu sorriso me encantou, seu olhar...,

***

Acabou pegando no sono e vejo uma
pequena menina aparentemente nova, não consigo ver seu rosto, ela está tomando banho e brinca com o sabonete o esfregando por todo o chão, rapidamente vejo seu corpo desabar, batendo sua cabeça rapidamente contra o chão, ouço um grito e vejo que surge uma mulher a qual não consigo identificar, no mesmo instante vejo pegar a menina em seu colo, percebo que os cabelos da menina estão repletos de sangue, depois na minha visão começo a ver pequenos pedaços de cenas, uma mulher chorando a levando em seu colo, alguém dirigindo em alta velocidade, médicos, agulhas e tudo derepente se apaga.

Acordo e vejo que meus olhos se enchem de lágrimas, no mesmo instante as reprimo, levo a minha mão até minha cabeça onde há uma cicatriz entre meus cabelos, caminho em direção ao espelho que existe em meu quarto, me encaro por uns segundos e percebo que tenho muitas cicatrizes de coisas passadas, vejo como meu passado foi muito dolorido, um passado que por muitos é desconhecido, mesmo com 15 anos passei por muitas coisas e aprendi a sorrir em vez de chorar, espero que um dia possa ser feliz.

Levanto de minha cama e vou até meus pais que estão na sala sentados no sofá, os comprimento com um abraço, e caminho até o banheiro onde tomo um banho quente, coloco um short Preto simples, e uma blusa vermelha, ao me olhar no espelho percebo pequenas rugas abaixo de meus olhos que estão inchados de sono, enrolo a toalha em meu cabelo e vou até meu quarto para entrar em minhas redes sociais, vejo uma mensagem que me surpreende nela está escrito:

-Oi sou eu o Diego melhor amigo do Gabriel.

Respondo apenas um oi, e vou até a casa de meu avô na qual acabou de chegar do hospital, vejo que quando ele percebe minha chegada ele começa a chorar, corro até o encontro de seus braços, meu avô Beto mora só dês de o falecimento da minha avó, e assim eu e minha família cuidamos dele, mesmo ele tendo mais filhos dificilmente o veem visitar.

-O que aconteceu vovô? -falo retendo as lágrimas.

-Estou com câncer! - ele diz chorando enquanto olha no fundo de meus olhos, meu corpo estremeçe e passo a ouvir as batidas de meu coração, câncer, meu Avô não pode estar com câncer, o encaro e passo a olhar dentro de seus olhos.

-Você ficará bem tenha fé! - falo e em senquida lhe dou um abraço e o chamo para jogar baralho a qual sei que adora.

Passamos a tarde juntos até a hora em que preciso voltar para casa, ao chegar em casa me tranco no quarto não conseguindo conter as lágrimas, ouço passos rápidos vindo do corredor e alguém bate na porta.

-Filha está tudo bem? - diz minha mãe calmamente.

-Não, não está! Grito em meio ao choro.

-Se quiser conversar estarei lá
embaixo, -falou ainda calma e a ouço se distanciar.

Entro nas minhas redes sociais e vejo que Diego está online e me manda uma mensagem e começamos a conversar.

-Oi, tudo bem?
- Não
-O que foi?
-Pode desabafar comigo se quiser!
-Meu avô está com câncer
-Sinto muito
-E com você tudo bem?
-Sim
-Até mais tenho que dormir
-tchau

Me senti aliviada depois de conversar com Diego e novamente caio no sono.
Acordo bem e ao me lembrar do que aconteceu volto a ficar triste, minha mãe Carmem ao perceber que estava acordada sentou-se ao meu lado.

-Seu avô ficará bem - diz calma.

Mergulho em seu abraço e não consigo mais conter as lágrimas que escorrem em minhas bochechas.

-Filha os exames que tínhamos feito a um tempo atrás ficaram prontos, o seu irmão está com pneumonia - falou com a expressão preocupada.

-Mãe é grave? Pergunto assustada .

-Pode ser, más o seu irmão está no começo então ficará tudo bem, agora vá e tome um banho para tirar esta cara de choro -fala sorrindo.

Quando saio de meu quarto vejo Alan brincando com um carrinho o abraço com força e caminho até o banheiro onde tomo um banho gelado, ao sair do banheiro vejo meu pai Rodrigo sentado no sofá onde está vendo futbool, o abraço e me sento ao seu lado.
O encaro e penso em como ele é trabalhador, ele trabalha com vigia em uma faculdade e mesmo sendo deficiente isso nunca o atrapalhou, ele tem uma das pernas amputadas a qual chega até um palmo abaixo de seu joelho, não sei como aguenta ficar acordado a noite toda, mesmo que trabalhe uma noite sim e a outra não, meu pai é um guerreiro.

Aguardem o próximo capítulo :)

O Diário De Mariana Onde histórias criam vida. Descubra agora