Capítulo 04 - Testando limites

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Valerie

O carro corre pelas ruas de Nova Iorque, e eu me mantenho calada. Jeremias me provocou e depois me dispensou, como se quisesse apenas garantir que ainda cederia caso ele quisesse.

E a idiota aqui vai lá e se derrete com um toque.

Burra, burra e burra.

Estou com tanta, mas tanta raiva, que finco as unhas na palma da mão para me impedir de falar tudo o que está entalado.

O carro para em frente ao meu apartamento, mas, contrariando minha vontade de dar o fora dali, eu continuo olhando fixamente para frente.

— Quer ajuda, querida? — Viro a cabeça e encaro o sorrisinho debochado que enfeita sua cara.

Maldito convencido!

— Não.

Tento soltar o cinto, mas não consigo. Não sei se é nervosismo ou ódio. O filho da mãe ri ainda mais e estica a mão, aperta o botão vermelho e me libera com facilidade. Ao invés de se afastar, seus dedos percorrem meu braço.

— Pronto. — Ele se estica por cima de mim e abre a porta. — Está entregue.

Eu acompanho o movimento que seu corpo faz para voltar à posição inicial. Sem que possa me conter, fixo o olhar na frente da sua calça. Por um minuto, imagino-me abrindo o zíper e me deliciando com o que já pude chamar de meu. Suas mãos agarrariam meus cabelos e ditariam o ritmo. Seus gemidos me fariam ir mais fundo e mais rápido, louca para vê-lo perder o controle...

— Valerie... — É um apelo.

Envergonhada, seguro minha bolsa e coloco um pé para fora, preparando-me para sumir. No entanto, para meu total desespero, Jeremias segura meu pulso.

— No que estava pensando? — pergunta.

— Em nada. — Eu tento me desvencilhar. — Deixe-me ir.

Meu pedido é atendido da maneira errada, porque, em poucos segundos, estou no seu colo e... puta merda! Ele está duro.

— Você estava pensando na gente, não estava? — sussurra. — No meu pau deslizando por seus lábios. — Preciso sair daqui. — Diga-me, querida. Estou louco aqui. — Segura minha bunda e esfrega-me sobre sua ereção.

Nem uma droga de palavra deixa minha boca, apenas minha respiração se acelera.

— Se você não se pronunciar, vou te jogar no banco de trás e te foder. — Ai, senhor. Me ajuda!

— Não quero... — Engulo o bolo de sensações. — Não...

— Foi o que pensei. — Ele me coloca novamente no banco do passageiro. — Tenha uma boa noite, Valerie.

Filho. De. Uma. Puta.

Faço o maior esforço para firmar minhas pernas e saio apressada. Abro a porta de acesso ao prédio e corro escada acima. Entro em casa como um furacão.

— Babaca — murmuro.

— O que aconteceu, Lee? — Dasha está sentada no chão, montando lego com o meu filho.

— Nada. — Passo as mãos na calça. — Oi, meu amor.

Caminho até eles e abaixo-me para pegar o meu homenzinho.

— Mamãe. — Sorri. — Castelo. — Aponta para o brinquedo.

Uma batida na porta chama nossa atenção. Minha pulsação aumenta.

MEU PRESENTE É VOCÊ - LIVRO III (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora