Valerie
O carro corre pelas ruas de Nova Iorque, e eu me mantenho calada. Jeremias me provocou e depois me dispensou, como se quisesse apenas garantir que ainda cederia caso ele quisesse.
E a idiota aqui vai lá e se derrete com um toque.
Burra, burra e burra.
Estou com tanta, mas tanta raiva, que finco as unhas na palma da mão para me impedir de falar tudo o que está entalado.
O carro para em frente ao meu apartamento, mas, contrariando minha vontade de dar o fora dali, eu continuo olhando fixamente para frente.
— Quer ajuda, querida? — Viro a cabeça e encaro o sorrisinho debochado que enfeita sua cara.
Maldito convencido!
— Não.
Tento soltar o cinto, mas não consigo. Não sei se é nervosismo ou ódio. O filho da mãe ri ainda mais e estica a mão, aperta o botão vermelho e me libera com facilidade. Ao invés de se afastar, seus dedos percorrem meu braço.
— Pronto. — Ele se estica por cima de mim e abre a porta. — Está entregue.
Eu acompanho o movimento que seu corpo faz para voltar à posição inicial. Sem que possa me conter, fixo o olhar na frente da sua calça. Por um minuto, imagino-me abrindo o zíper e me deliciando com o que já pude chamar de meu. Suas mãos agarrariam meus cabelos e ditariam o ritmo. Seus gemidos me fariam ir mais fundo e mais rápido, louca para vê-lo perder o controle...
— Valerie... — É um apelo.
Envergonhada, seguro minha bolsa e coloco um pé para fora, preparando-me para sumir. No entanto, para meu total desespero, Jeremias segura meu pulso.
— No que estava pensando? — pergunta.
— Em nada. — Eu tento me desvencilhar. — Deixe-me ir.
Meu pedido é atendido da maneira errada, porque, em poucos segundos, estou no seu colo e... puta merda! Ele está duro.
— Você estava pensando na gente, não estava? — sussurra. — No meu pau deslizando por seus lábios. — Preciso sair daqui. — Diga-me, querida. Estou louco aqui. — Segura minha bunda e esfrega-me sobre sua ereção.
Nem uma droga de palavra deixa minha boca, apenas minha respiração se acelera.
— Se você não se pronunciar, vou te jogar no banco de trás e te foder. — Ai, senhor. Me ajuda!
— Não quero... — Engulo o bolo de sensações. — Não...
— Foi o que pensei. — Ele me coloca novamente no banco do passageiro. — Tenha uma boa noite, Valerie.
Filho. De. Uma. Puta.
Faço o maior esforço para firmar minhas pernas e saio apressada. Abro a porta de acesso ao prédio e corro escada acima. Entro em casa como um furacão.
— Babaca — murmuro.
— O que aconteceu, Lee? — Dasha está sentada no chão, montando lego com o meu filho.
— Nada. — Passo as mãos na calça. — Oi, meu amor.
Caminho até eles e abaixo-me para pegar o meu homenzinho.
— Mamãe. — Sorri. — Castelo. — Aponta para o brinquedo.
Uma batida na porta chama nossa atenção. Minha pulsação aumenta.
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MEU PRESENTE É VOCÊ - LIVRO III (DEGUSTAÇÃO)
Literatura FemininaLANÇADO NA AMAZON - VALOR: R$ 5,99 A beleza em meio ao caos. A verdade em meio a mentiras. Os segredos que uma jovem oculta dos outros e até de si mesma. É possível que o amor vença? Entre tantas incertezas, apenas uma pergunta faz sentindo: Até on...