júpiter!

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Novo capítulo depois de três anos, eba. Comentem bastante que daí quem sabe eu não demoro 6 meses pra atualizar.

  — X—   


Depois de tudo, Jeon voltou para casa; decidiu deixar a sua bicicleta em um canto, já que aparentemente não havia conserto para ela. Teria de comprar outra.

Mas foi de bom grado de certa forma, já que andando teve mais tempo para pensar em o quê exatamente ele iria fazer no caso de Jimin. Refletia sobre o que era aquele nervosismo extremo que sentia, enquanto andava rapidamente pelas ruas escuras e olhava para as estrelas.

Os fones de ouvido agora estourando qualquer música das várias que estavam armazenadas em sua playlist, não ajudando muita coisa em processar o que estava ocorrendo.

Achava que poderia ser apenas o choque que o deixara daquela forma, mas não fazia sentido. Ele não tinha certeza mais de nada.

Agora já corria, o vento frio batendo em sua franja e deixando suas bochechas coradas. O coração batendo rápido pela velocidade considerável.  

Ele não sabia se aquilo era algum tipo de brincadeira do destino consigo, já que era muito mulherengo. Ou talvez, uma dica para quê corresse atrás de Jimin, já que nunca haviam tentado muito contato com ele na infância. Não sabia se era uma tentativa de alguma brincadeira de mal gosto de seu karma consigo, já que disse que não achava o rosado atraente uma vez, numa festa durante uma brincadeira.

Sabia apenas de uma coisa: queria... 

Não...

Precisava, saber o que estava acontecendo consigo.


  — X— 


Era oficial, Jimin estava uma pilha de estresse.

As únicas coisas que ecoavam em sua mente eram os sons de seus pensamentos. Muito confusos, por sinal.

Após o dia em quê encontrou Jeon na boate em quê trabalhava, foi incapaz de dormir. Durante dias, ficava acordado torcendo para quê o moreno não abrisse a boca para ninguém de seu grupo de amigos, muito menos para ninguém da mesma universidade. 

Seu trabalho era extremamente sigiloso, e pretendia continuar assim. Por isso, resolveu ignorar o outro o máximo que podia, manter sua distância.

Mas, com Jungkook literalmente caindo em cima de si e de suas rosas, isso se provava cada vez mais difícil de fazer. Lógico que não sentia nada por ele, já havia dançado para diversos homens, altos, magros, bonitos, feios... A única coisa que lhe incomodava realmente, era ele ser o único conhecido a saber de seu segredo.

Jimin começou a dançar num momento de rebeldia mais cedo em sua adolescência. Tinha contatos no ramo, e seu amigo próximo Taemin servia bebidas em uma dessas boates. Na época, só estava procurando escapar, provar para si mesmo que não era um clichê, ter uma vida interessante.

E foi aí, que começou a levar gosto pela coisa.

Começou a gostar dos olhares que recebia, quase queimando sua pele cada vez que se movia. Gostar da enorme quantidade de dinheiro que ganhava, somente por deixar-se agir promíscuo. Além de quê, sempre fora apaixonado por dança, o menor dançava desde que se conhecia por gente. 

Claro que ganhou popularidade rápido também... 

Ah, mas é óbvio. Quem não iria se interessar por um garotinho, os olhos beirando a inocência, de um metro e sessenta e oito, com uma bunda avantajada e lábios que pareciam plumas? 

A clientela pareceu adorar e o clube passou a ser importante, carregar um nome, tudo por causa das danças de Jimin. Não demorou muito até se tornar a atração principal, seu cachê aumentando e as gorjetas quadruplicando. 

Isso depois de anos, foi de grande ajuda para ajudar a pagar o aluguel de sua casa, já que estava por conta própria depois que seu pai faleceu, e sua mãe desesperada por conforto, voltou para a própria cidade natal. Se recusou a voltar na época, mentindo sempre que seu emprego numa "loja de roupas" estava o rendendo o suficiente para pagar as contas.

Mas atualmente, passava a maioria de suas noites ali, encostado no bar conversando com Taemin, até que horário de sua apresentação chegasse. De vez em quando, flertava com alguns caras e dispensava outros. Mas geralmente, apenas gostava de jogar conversa fora com o melhor amigo, como estava fazendo agora, sentado no banco com os braços apoiados na mesa do bar, ouvindo seu amigo desabafar sobre mais uma de suas histórias amorosas.

— Você tem noção, Jimin? Eu cheguei no apartamento dele e quase enfartei. O maldito estava só de cueca, em cima de um vagabundo qualquer! — Taemin exclamou, enquanto secava alguns copos e os colocava em cima do bar. — Eu perdi minha virgindade com aquele nojento!

Jimin fez um barulho com a língua, rindo logo em seguida. 

— Eu avisei que Sehun não era um cara legal, amor. — O encarou com advertência. — Mas você não escuta, só aprende quando se fode.

Taemin retornou o olhar, rindo sarcástico em sua direção, cruzando os braços. O mais baixo já sabia o que viria a seguir.

— Se situe, pelo menos, não rebolei no colo do meu vizinho, e agora vivo com medo de ser entregado e viver com toda a humilhação social que vem com isso.

— Credo, viu. — Jimin revira os olhos, se levantando do banco em que estava anteriormente. — Eu nem lembrava mais disso.

— Para com isso, eu te conheço. — o outro suspira pesado, fingindo estar exausto. —Não vou nem dizer que finjo que acredito, nem isso está dando pra fazer.

Por alguns segundos eles se encaram, cada um tentando provar um ponto. Jimin sabe que no fundo, o amigo tem razão, e que ele deveria parar de ser paranoico sobre isso ao menos um segundo. Então, respira pesadamente, se rendendo. 

— Então, ok. Eu admito, ando pensando sim na merda que aconteceu. — Coloca ambas as mãos na cintura, o olhando por cima do queixo. — O que tem de errado nisso, hein?      

— Muita coisa, seu idiota. Você não deveria ficar pensando nisso, garanto que nem anda dormindo direito. — levanta as sobrancelhas. — Ele não vai te entregar, se duvidar nem lembra que foi você.

A gargalhada de Jimin ecoa pela boate, ainda fechada.

— Taemin, o garoto se esborrachou da bicicleta no momento que eu o olhei de relance.  — Ele joga os cabelos pra trás, revirando os olhos. Taemin ri, murmurando um "coitado" — Ofereci ajuda e pareceu que ele estava vendo um fantasma. Honestamente.

— Não sei então, lindo. O melhor conselho que tenho para te dar, é igual aquele ditado: "ema ema ema cada um com os seus problemas."  

— Obrigada, realmente útil, Taemin. — Jimin bufa, deixando o amigo para trás dentro do bar.

Enquanto o de cabelos rosas andava até o camarim para trocar-se, pensava um pouco se estava exagerando sobre o assunto, e se aquilo não era somente a sua consciência pesando, o lembrando de que seu trabalho não era convencional, muito menos algo que ele devesse se orgulhar.

 De qualquer forma, a melhor coisa a se fazer sobre o assunto era se manter longe, e ignorar.

E ele iria ignorar. O máximo que conseguisse.

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