✰025 - wrong judgment✰

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- Você errou, entra aqui que tem o retorno. - ele passa reto pelo local que apontei. Olho para seu rosto, tentando controlar a grande bola de temor que começa a crescer em mim. Minha mão aperta com força o acolchoado do banco, tentando controlar-me.

- Não, é porque o trânsito deve estar gigante pelo local que você disse, é melhor virmos por aqui. - ele responde.

- Não é não. Quase não há trânsito naquela rua. E aqui dá pra saída da cidade. - digo, agora sei que meu rosto deve estar bem vermelho.

- Você tá confundindo, a saída é o outro caminho, nós saímos pela esquerda, lembra? - não, eu não me lembrava disso, e eu tinha certeza de que estávamos indo para a saída da cidade. Ele estava tentando me confundir mas isso não ia dar certo. - Calma, Annabeth, você tá respirando estranho, já tô chegando.

Inclino-me no banco, tentando achar algum sinal na rua de que eu estava errada e de que estávamos indo mesmo a minha casa. Eu não podia acreditar que cai nessa, voltar para casa no escuro me parecia mil vezes melhor agora. Como eu pude ser enganada por Matthew Espinosa?

E então, eu vi algo que deu força ao meu argumento, era o Walmart, e o que havia na minha rua não tinha carrinhos de cor amarela.

- Para onde você está me levando, Matthew?

- Para a sua casa, caralho. O que você acha que eu vou fazer? - sinto meu rosto esquentar e meus lábios ficam secos, vejo que ele vai virar a esquina, e pode ser a minha última chance, então, respiro fundo. - Mas que... - aperto o botão perto do painel que destranca o carro, sinto ele tentar me segurar, mas me jogo para fora do carro. Meu joelho acerta o asfalto com tudo, mas o que pretendo fazer é mais importante que a dor latejante que me consome. Corro, ouvindo seus passos atrás de mim, na esperança de encontrar um refúgio, e, ao ver uma casa, estou prestes a gritar socorro quando percebo que aquela caixa de correio tem meu sobrenome.

Avalio a situação, desacreditada, de que aquela casa na minha frente é a minha casa. Matthew tinha seguido o caminho certo, porque eu estava agora parada no meio da minha rua. Sinto ele me alcançar, colocando a mão em meu ombro, e me viro.

- VOCÊ ENLOUQUECEU? QUE MERDA DEU EM VOCÊ? - fico sem saber o que dizer, porque o que poderia tentar explicar certamente sairia falso.

- Eu... Desculpa. Eu fiquei com muito medo. - admito, passando a mão no rosto em seguida.

- Não, tudo bem, só... - ele passa a mão pelos cabelos recém-úmidos pela chuva, soltando um suspiro. Ele está ofegante e me encontro assim também. - Você precisa me dar um voto de confiança, Annabeth. Eu não quero te machucar, eu prometo. - ele diz, com seriedade. Mas o mais impressionante é que eu acredito nele.

- Pode me chamar de Anna agora. - digo, antes de abraça-lo.

Ele envolve os braços ao redor do meus ombros, como quase nunca ninguém faz comigo porque eu recusa qualquer proposta de afeto. Mas, mesmo embaixo da chuva, com o coração acelerado e o joelho sangrando pela calça rasgada, eu queria estar ali.

ruined innocence ➳ matthew espinosaOnde histórias criam vida. Descubra agora