✰042 - never more✰

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- Vocês não vão para um chalé na floresta transar, né, Anna? - Aurora pergunta, depois de ouvir o que eu tinha contado. Ela tinha passado aqui em casa depois da escola antes de Matthew vir, na verdade acho que ela só queria fugir um pouco de casa e dos primos.

- Ai, Aurora...

- Não, não tô dizendo isso na malícia não, é pelo seu bem, vai que aparece o Jason lá e aí você tem que sair pelada pela floresta enquanto ele tenta te matar com uma faca e...

- Tá bom - a interrompo no meio do seu devaneio imaginário - Eu entendi e nem tem como eu sair pelada pela floresta, PORQUE EU NÃO VOU TRANSAR, OUVIU? - ao gritar isso, um casal, que passava do outro lado da rua em frente a minha casa, nos olhou assustados. Aurora riu, mas eu escondi meu rosto entre as mãos pela vergonha.

- Ah, para com isso, eles são um casal, até parecem que não fazem o mesmo. - ela diz, rindo. Estava sentada na calçada em frente a minha casa, onde a sombra da árvore era bem gratificante a essas horas e dentro da minha casa a temperatura parecia igual a de um forno vindo do inferno.

- Nem todo casal transa, Aurora. - digo, tirando as mãos do rosto.

- Mas eles tem cara de bem safadinhos, vai falar que não? - olho na direção que ela olhava, onde o casal continuava andando.

- Realmente, parecem que transam na pia e fazem rapidinhas no banheiro do avião.

- Como você sabe desse tipo de coisa, Anna? Andar com o Matthew não podia ser boa idéia. - ela balança a cabeça e eu a empurro, me faz rir quando ela tomba no chão e suja o jeans na grama, mas pela graça e devoção do senhor, é nesse momento que Matthew estaciona o carro e eu nem tenho tempo de jogar a mochila nos ombros antes de entrar.

- Uou, o que houve? - olho pela janela, onde Anna me mostra o dedo do meio enquanto tenta limpar a calça.

- Eu vou te matar. Sério. - ela ameaça e posso ver ela fazendo gestos para mim enquanto o carro recomeça a andar.

- Eu acreditaria nela, confesso ter medo da Aurora. - ele diz.

- Porque você acha que eu entrei no carro tão rápido? - ele ri - De princesa a Aurora só tem o nome.

- Você é hilária, Anna. - ele sorri para mim, trocando a marcha.

- Onde vamos afinal? - tento trocar de assunto para não me deixar mais constrangida.

- Passear por aí. - ele dá de ombros.

- Onde nós vamos, senhor Espinosa? - como ele não responde, tomo medidas mais drásticas - Se não responder, digo a Aurora que você é meu primo e tentou fazer um incesto comigo, aí ela vai te matar. - digo, com voz ameaçadora, e ele ri novamente.

- Primeiro: sua mente é muito fértil. Segundo: não se faz incesto, se faz sexo, incesto é o nome do crime. Terceiro: de onde você tira essas coisas?

- Eu posso ser muito criativa em certas coisas.

- Isso é para me deixar excitado? - ele sorriu - Porque funcionou, admito.

- Ops, desculpa, juro que foi intencional. - sorrio cínica a ele, que mantém o olhar voltado para frente, mas sabe exatamente o que estou fazendo, porque põe a mão na minha coxa.

- Acho que vamos se divertir hoje. - sorrio a ele, mas não estou muito convencida disso. Encosto-me na janela e ouço o rádio, um pouco perturbada, com aquela velha preocupação latejando no fundo do íntimo. Mas não fazia mal, eu estava com Matthew, e nada me atingiria aqui, não hoje.

E eu esperava que nunca mais.

ruined innocence ➳ matthew espinosaOnde histórias criam vida. Descubra agora