O Filho do Rei - 03.

711 71 93
                                    

Um segredo custa uma vida, você tem certeza que consegue guardá-lo?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Um segredo custa uma vida, você tem certeza que consegue guardá-lo?

Eu não gostaria que as coisas tivessem sido assim, eu não gostaria de ter sido tão curiosa ao ponto de descobrir segredos.

Mas, meu Deus, se fecho meus olhos ainda consigo me sentir tocada emocionalmente, o jeito que seus pés deslizavam pelo chão e suas mãos se moviam em volta do seu corpo, aquilo foi tão bonito, malditamente bonito.

Acreditar em um verdadeiro dom, sempre foi algo que nunca coloquei muita crença, mas agora, eu não sei mais em o que acreditar.

— No que está pensando, bela flor? — o barulho da caixa de agulhas caindo no chão é umas das únicas coisas que preenchem o ambiente, além dos cochichos que os outros funcionários sussurram entre eles, sobre mim, porque estou começando a virar motivo de conversa.

— Você pode, por favor, não me assustar mais. — me abaixo com pressa, mantendo cuidado para não furar um dedo enquanto junto as agulhas do tapete peludo que a rainha escolheu a dedo para a sala de jantar.

Mia solta uma risada, parecendo não entender o que estou lhe pedindo. Logo se abaixa também e se coloca de joelhos, cochichando em meu ouvido com delicadeza.

— Você anda tão dispersa que juro que tem algum homem no meio. Alguém que te faça pensar safadezas.

— Ora, você é irritante. — tento afastá-la, mas não antes de ouvir mais bobagens.

— Desde de que a rainha ordenou que trabalhássemos na decoração desse jantar e que viéssemos nele, você anda com a cabeça em outro reino.

Na verdade é bem antes disso, meu subconsciente grita. Eu me mantenho em silêncio.

— Estou preocupada com meu futuro, nada que precise preocupar você. — sei o quão indelicada soei quando ela dobra o nariz e me deixa sozinha para juntar as agulhas e os alfinetes.

Solto o ar com raiva, me levantando bruscamente e deixando a caixinha com todas as agulhas em cima da mesa de entrada. Minha intenção é de seguí-la, mas eu paro no meio no caminho assim que meus olhos enxergam o princípe do outro lado da porta, me sinto ofegante sem nem ao menos ter cansado meu corpo, ele sorri amigavelmente erguendo um dos cantos dos lábios, seus dedos me chamam, conforme ele ergue na altura dos seus olhos e os balança.

Eu não me movo, porque temo que contato demais na frente de outras pessoas possa parecer mais do que já está sendo. Então, ele resolve andar até a mim, recebendo referências exageradas, dou dois passos para trás e me curvo em sua direção, seus olhos parecem estar achando tudo muito engraçado, mas ele está fingindo muito bem.

— O que você quer? — minha língua é mais rápida que meu cérebro, mal consigo formular uma pergunta menos indelicada, que já estou pronunciando coisas mal pensadas.

O Filho do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora