O Filho do Rei - 11.

472 47 62
                                    

Eu afasto os pensamentos antes que eles acabem comigo e me curvo diante da passagem do rei e de seu filho, sentindo minhas mãos suarem e meu peito pular de desespero

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu afasto os pensamentos antes que eles acabem comigo e me curvo diante da passagem do rei e de seu filho, sentindo minhas mãos suarem e meu peito pular de desespero. Já fazem dois meses que tudo acabou e essa é a primeira vez que eu o vejo de tão pertinho e até então, eu estava indo bem, estava pensando em mim, só em mim.

Mas, agora, eu não tenho mais certeza do que eu realmente estava pensando.

Ele sorri, acenando e então ele me vê e o seu sorriso se vai, por dentro eu tremo, por fora eu o encaro séria, sentindo meus olhos brilharem em sua direção. Então eu puxo o ar, e levo o meu olhar para qualquer coisa que o afaste de mim.

Mas, mesmo que ele esteja longe, eu o sinto perto. Quase sinto a sua respiração se misturando com a minha, quase sinto sua risada soando baixinha no meu ouvido e agora sinto minha visão se embaçando, me afasto o mais rápido possível e então quando estou segura atrás das paredes de tijolos do saguão, eu desabo e quase não acredito no que estou sentindo, mas me machuca e dói demais.

Eu não entendo porque dói tanto, sempre fui forte.

Meu coração se aperta assim que os seus olhos castanhos aparecem no meu campo de visão, dessa vez eu me afasto o mais rápido possível para dentro dos corredores, mas ele me segue, puxando meu corpo em direção do seu e ouvindo meus soluços soarem perto dos seus ouvidos.

— O que aconteceu com você? — ele me questiona, parece ter perdido os sentidos. As suas mãos acariciam o meu rosto, tentando limpar as minhas lágrimas e eu engulo em seco.

— O que está fazendo aqui? Você não ouviu os boatos? — eu sussurro e parece que o divirto, porque ele sorri.

Depois da nossa última noite, ocorreram boatos e todos eles apontam que há uma pecadora entre nós, porque alguém viu o príncipe com uma mulher misteriosa e fez questão de espalhar para todo o castelo, e eu sei que sou eu e mesmo assim não me sinto culpada, só preocupada com os meus futuros sonhos, só preocupada com o que está acontecendo comigo.

— Eu ouvi esses malditos boatos, Kim Yun. — ele dá dois passos para trás, olhando para os lados com cuidado. — E tudo que eu consegui pensar foi em você.

Eu estremeço e então fecho os meus olhos, sentindo aquela náusea bastante comum nos últimos dias tomar conta de mim, no primeiro mês Amélia me disse que seria nervosismo e que isso atrapalhou o meu ciclo natural, mas agora olhando para ele, eu sinto que algo bem pior está prestes a acontecer. Quando ele está perto, eu me sinto fraca, os nós dos meus dedos fraquejam e meus pulmões ficam sem ar.

— Você está bem? — ele sussurra, me fazendo voltar a observá-lo.

— Não. — eu sussurro. — Coisas estranhas têm acontecido comigo e quando vejo você, tudo que sinto é vontade de chorar.

Ele puxa o ar, acariciando o meu rosto com o nó dos seus dedos, eu afasto os pensamentos novamente, antes que eu comece a ficar louca, mas o jeito que ele olha para mim só me faz entender que talvez ele esteja pensando o mesmo que eu.

O Filho do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora