Sinais

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( 01 Mês Depois )

- Tomaz, meu filho, desce que já coloquei o filme! – Gritou Clara sentada no sofá da sala.

- Já to indo mãe!

Tomaz desceu as escadas com um cobertor nas mãos e foi em direção a mãe, hoje eles resolveram passar o dia em casa assistindo alguns filmes de terror, Clara não gostava muito dessas coisas, mas Tomaz prometeu que ela não se assustaria muito.

O garoto já tinha assistido alguns daqueles filmes antes, mas gostava de reassistir quando não tinha muita coisa para fazer e Clara que evitava esse tipo de entretenimento, quis assisti-los só para saber mais sobre os gostos do filho, mesmo que não curtisse tanto esse tipo de filme.

Tomaz sentava-se no sofá e colocou o cobertor no colo deles.

-Ai, meu filho, promete que esse filme não vai te deixar com pesadelos?

- Mãe, eu prometo e nem você vai ficar com pesadelos.

- Se eu tiver pesadelos, vou dormir lá na sua cama. – Brincou a mãe.

- Pode ir que te protejo. - O menino disse erguendo uma sobrancelha e tentou fazer uma pose como os príncipes de contos de fadas.

– Tudo bem, meu príncipe. - Brincou a mulher. - Coloca essa coisa de "Guerra Mundial Z" logo, antes que eu desista.

Os dois assistiram ao filme atentamente, Clara cobriu o rosto algumas vezes e Tomaz riu divertido com esses momentos. E quando - para o felicidade de Clara - o filme terminou, ela respirou aliviada e o menino lhe dirigiu um sorriso acompanhado de um olhar curioso.

- O que você achou do filme, mãe?

- Tomaz, não é meu filme favorito com essa porção de bicho ai não, mas foi bonito a parte que o pai fez de tudo para salvar sua família, sei como é isso.

Clara deu um beijo no topo da cabeça do filho e levantou-se do sofá, porém sentiu uma leve vertigem e quase caiu sentada novamente.

- Mãe? Você tá bem?

- Tô sim, filho. Acho que levantei muito rápido e fiquei um pouco tonta, mas já passou. Vou pegar mais algumas coisas pra gente comer. – A mulher foi até a cozinha e começou a mexer nos armários.

Nesse momento, Janete entrou na casa e cumprimenta a todos.

- Janete, você trouxe o que eu pedi? – Perguntou Tomaz ansioso.

- Trouxe, já deve estar meio frio, mas tá aqui o teu pastel, menino. Nunca pensei que um menino criado no berço que teve, ia gostar dessas coisas que a gente come na feira.

- Tomaz não tem tanta frescura não, Janete. Ele tá na fase de descobrir do que gosta, meu filho tem um belo apetite.

- Eu gosto de pastel sim, Janete. Minha mãe ... Outra mãe, a Lívia, e meu pai já me levaram pra comer essas coisas, mas a gente comia mais quando íamos passear na rua. - Clara estava mais acostumada ao ouvir o filho referindo-se a outra pessoa quando falava "mãe", mas sentir um friozinho de ciumes e dor era algo que nem sempre podia ser controlado, então ela só passava a mão no cabelo e tentava esconder quando sentia algum desconforto quanto a isso.

- Tá certo, menino, tem coisa que é barata, mas é melhor que essa coisa estranha que rico come, tipo aquela coisa de ovo, ova de peixe ...

- Caviar? - Perguntou Clara.

- Isso !

- Pastel é bem melhor, você tá certa Janete. - Disse Tomaz de forma marota enquanto pegava o pastel e o mordia.

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